SOLENIDADE

Sessão solene foi requerida pelos três senadores que representam o Distrito Federal para comemorar os 55 anos da UnB

 

Sessão solene no Senado Federal homenageou, nesta quinta-feira (27), os 55 anos da UnB. Foto: Júlio Minasi/Secom UnB

 

O aniversário de 55 anos da Universidade de Brasília foi tema de sessão especial realizada no Senado Federal, nesta quinta-feira (27), por requerimento dos três senadores do Distrito Federal – Cristovam Buarque, Hélio José e Reguffe. Cristovam, que foi reitor da UnB de julho de 1985 a agosto de 1989, disse que nenhum cargo que ocupou o orgulhou ou o satisfez mais do que ter sido reitor da Universidade.

 

Ele distribuiu ao plenário os desafios que escreveu há 30 anos, pensando nos próximos 20 anos da UnB, e disse que hoje a Universidade precisa pensar nos próximos 45 anos e buscar a vanguarda no conhecimento científico e na busca de melhorar a sociedade. "A UnB nasceu para ser vanguarda, tem obrigação de continuar vanguarda para continuar sendo a Universidade que é orgulho do Brasil, que a professora Márcia tem o orgulho de dirigir", disse Cristovam, ao se referir a Márcia Abrahão, primeira mulher eleita reitora da UnB, atualmente no mandato.


Após um minuto de silêncio em homenagem ao ex-professor da UnB e jornalista Carlos Chagas, falecido na quarta-feira (26), a execução do hino nacional e de duas canções pelo Coral da UnB, a sessão começou com o discurso do professor emérito do Instituto de Ciências Biológicas, Isaac Roitmann. Ele lembrou o início da Universidade e três grandes nomes da instituição: Darcy Ribeiro, Anísio Teixeira e Oscar Niemeyer – os dois primeiros, educadores idealizadores da UnB, e o último, um dos famosos arquitetos que ajudaram a tirar a instituição do papel.

 

O professor também recordou a inauguração da Universidade no dia 21 de abril de 1962, no auditório Dois Candangos, que havia sido concluído 20 minutos antes da inauguração. Destacou que o auditório leva esse nome em homenagem aos operários Expedito Xavier Gomes e Gedelmar Marques, que morreram em um desabamento durante a construção.

 

Após recordar a história da Universidade, Isaac Roitmann afirmou que a principal causa da UnB é desmontar a crise da educação, que, para ele, não é uma crise, mas um projeto. "Vivemos um momento difícil no Brasil. Todos temos o dever de trabalhar para reverter o presente quadro. Nesse contexto, eu lembro o pensamento de Oswaldo Cruz: não esmorecer para não desmerecer", concluiu.

 

A reitora da Universidade, Márcia Abrahão, lembrou o caso do estudante de Geologia da UnB Honestino Guimarães, morto na época da ditadura militar. Márcia, que também é geóloga, disse que a Universidade ainda é um lugar de resistência e que foi pioneira em vários temas, como as cotas para negros e o vestibular para indígenas, que será retomado este ano. "Nós nos comprometemos a já agora fazermos o vestibular para indígenas, porque é inadmissível ficarmos com a redução da comunidade indígena na UnB", disse.

 

Ela também afirmou que foi relançada a Revista Darcy, que trará matérias de cunho científico e cultural de forma mais palatável para a sociedade. Disse ainda que a Universidade precisa de investimentos para continuar existindo, mas informou que a criação do Decanato de Pesquisa e Inovação ajudará a aplicar a pesquisa por meio de patentes. "A UnB tem que saber dar os saltos e tem que se comprometer. Uma universidade que tem na sua história tantas pessoas que foram retiradas brutalmente da nossa convivência não pode se fechar para os grandes dilemas da humanidade. E este é um compromisso que nós temos para os próximos 45 anos", afirmou.


FUTURO – O senador Hélio José lembrou seus tempos de estudante da UnB e disse que a Comissão Senado do Futuro (CSF), a qual preside, está aberta a uma parceria com a Universidade para realizar debates sobre temas importantes para o país. "Vamos fazer grandes fóruns, debates futuristas com relação à questão das energias renováveis, da nova democracia, dos direitos humanos, com relação às várias questões inerentes aos jovens, aos estudantes e a uma melhor qualidade de educação, de trabalho, de segurança e de saúde em nosso país", disse o senador.

 

Também compuseram a Mesa do Plenário do Senado o vice-reitor da UnB, Enrique Huelva, e o ex-reitor da Universidade de Brasília, José Geraldo de Sousa Júnior.

 

*Com informações da Agência Senado.

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