BEM-VIVER

Iniciativa divulgou, entre a comunidade acadêmica, redes de cuidado e serviços de apoio psicológico existentes na Universidade

Atividade estimulou o diálogo sobre o tema da saúde mental. Foto: Luis Gustavo Prado/Secom UnB

 

Felicidade é algo para se vivenciar em sala de aula e demais espaços acadêmicos. A premissa perpassou o diálogo de estudantes, técnicos administrativos e docentes na I Roda da Vida, realizada na sexta-feira (1), no auditório Roberto Salmeron da Faculdade de Tecnologia (FT). A iniciativa, articulada pela unidade acadêmica, visou divulgar os serviços de apoio psicológico gratuitos existentes na Universidade de Brasília e promover mais bem-estar e acolhimento entre a comunidade.

 

“Ao divulgar as redes de acolhimento existentes na UnB, queremos passar a mensagem para os alunos de que eles não estão sozinhos”, compartilha o diretor da FT, Márcio Muniz. Ciente de que “existem situações difíceis no ambiente acadêmico que precisam ser enfrentadas”, o gestor afirmou que a unidade “não quer fugir à responsabilidade, e sim dialogar sobre como acolher a comunidade e resolver os desafios”.

 

O diálogo com os participantes foi iniciado pela técnica em assuntos educacionais e ouvidora da UnB, Maria Ivoneide Brito. “Para além das demandas acadêmicas, que são reais, precisamos compreender que nossas relações são com pessoas. Professores, técnicos e alunos são gente, com suas possibilidades e limitações. Nosso desafio é construir relações acolhedoras e espaço de escuta qualificado”, pontuou a servidora.

 

>> Conheça os serviços de apoio psicológico disponíveis na UnB e em outros pontos do DF

 

Em seguida, a diretora de Atenção à Saúde da Comunidade Universitária (Dasu), Larissa Polejack, falou sobre fatores de risco e de proteção à saúde e apresentou os serviços atualmente oferecidos pela Dasu. Ela destacou que a diretoria tem atuado em conjunto com as unidades acadêmicas para que estas possam construir estruturas próprias de acolhimento.

 

“Estamos à disposição das unidades acadêmicas para orientar e pensar conjuntamente em estratégias de acolhimento e promoção da saúde que possam ser realizadas pelos cursos e unidades”, afirmou Larissa Polejack.

 

Outra iniciativa informada pela diretora é o curso Escuta Acolhedora. A iniciativa visa capacitar docentes e técnicos que trabalhem em unidades acadêmicas e administrativas para promover uma escuta acolhedora no atendimento ao público.

 

No momento, está sendo feito o levantamento de servidores interessados na capacitação. A primeira turma do curso deve ser ofertada até o final do ano. A iniciativa será realizada em parceria com o Centro de Valorização da Vida (CVV).

 

Larissa Polejack destacou que a UnB faz parte da Rede Brasileira de Universidades Promotoras da Saúde (Rebraups), cujo objetivo é promover ações que contribuam com a qualidade de vida, abarcando saúde física e mental.

SERVIÇOS DA DASU – As rodas de Terapia Comunitária Integrativa (TCI) são um dos serviços gratuitos e abertos ao público. No campus Darcy Ribeiro, os encontros acontecem às segundas-feiras, das 12h30 às 14h, e às quartas-feiras, das 18h às 20h, na sala 149 do ICC Sul.

 

Roda de Terapia Integrativa Comunitária é um dos espaços de escuta oferecidos pela Dasu. Foto: Luis Gustavo Prado/Secom UnB

As rodas de TCI também acontecem na Faculdade de Planaltina (FUP) às segunda-feiras, das 12h30 às 13h30, na praça Rebendoleng. Na UnB Ceilândia, os encontros são às quinta-feiras, das 12h30 às 13h30, na sala A1 42/40 do prédio UAC.

 

Outro serviço de saúde é ofertado pelo Polo de Prevenção de IST & Aids. A unidade oferece gratuitamente testagem rápida de quatro infecções sexualmente transmissíveis (IST) – HIV, sífilis, hepatite B e hepatite C. Preservativos e materiais informativos também são disponibilizados à comunidade. 

 

O atendimento do polo é no campus Darcy Ribeiro, às quartas-feiras, das 9h às 16h, na sala A1 135/136 do ICC Sul. A exceção é na primeira quarta-feira do mês, quando o serviço é realocado para contemplar o campus de Ceilândia, funcionando das 9h às 16h, na sala do Serviço de Orientação ao Universitário (SOU).

 

Há oferta de atendimento psicológico pela Coordenação de Prevenção, Promoção e Atenção à Saúde (CoPPAS) da Dasu. Por ter quadro pessoal limitado, a unidade prioriza casos de pessoas que se encontram em maior vulnerabilidade ou que são compartilhados pelas coordenações dos cursos.

 

A diretoria também promove outras iniciativas, como oficinas e espaços de diálogo entre estudantes. É o caso do FalaArte, ambiente de fala aberto aos estudantes da UnB, com encontros às terça-feiras, das 10h às 11h40, na sala At 149/19 do ICC Sul. 

 

Mais informações podem ser obtidas na secretaria da Dasu pelo telefone 3107-2305 ou pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

 

NÚCLEO APTA – O apoio solidário também pode ser encontrado no Núcleo de Mútua Ajuda às Pessoas com Transtornos Afetivos (APTA) do Distrito Federal. A iniciativa funciona na UnB há dez anos. Os encontros acontecem aos sábados, na sala CIEX da Faculdade de Medicina (FM), das 15h às 16h30. Interessados podem comparecer sem inscrição prévia.

 

O APTA visa ao apoio solidário de pessoas com transtornos depressivos ou bipolares, seus familiares, profissionais de saúde e cidadãos interessados. A finalidade é promover acolhimento e cuidados em saúde mental.

 

"Quando nos reunimos, percebemos que não estamos sozinhos, daí a importância do acolhimento. As pessoas que participam do grupo fazem esse relato e percebem que o diagnóstico não é o fim, mas o início do tratamento”, compartilha Alba de Matos, diretora administrativa do APTA DF.

 

O trabalho é feito por voluntários. Há psicólogos que acompanham o grupo de acolhimento. Eles atuam como facilitadores, enquanto o debate é conduzido pelos próprios participantes. Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

DISCIPLINA FELICIDADE – Professor da Faculdade UnB Gama, Wander Pereira apresentou aos participantes da roda o trabalho que ele tem realizado na unidade por meio da disciplina Felicidade, ofertada desde o ano passado.

 

Responsável pela disciplina Felicidade, o professor Wander Pereira conversou com o público sobre ações para tornar o ambiente acadêmico mais saudável. Foto: Luis Gustavo Prado/Secom UnB

“A felicidade é muito subjetiva, não existe um único caminho para ser feliz. Ela é diversa, assim como as pessoas são. Por isso, é preciso se conhecer mais”, introduziu o docente da disciplina inspirada em atividades ofertadas nas universidades norte-americanas de Harvard e Yale.

 

Wander Pereira compartilhou experiências para incentivar docentes e estudantes presentes no evento a adotar pequenas atitudes que podem transformar a qualidade de vida na Universidade. Ele também informou que há interesse de expandir a oferta para o campus Darcy Ribeiro, possibilidade em estudo no momento.

 

BALANÇO – Estudante de Engenharia Mecatrônica, Rafael Lima, de 28 anos, agradeceu o espaço aberto pela FT para dialogar sobre o tema. “Para mim essa iniciativa é uma forma de a instituição falar que se importa conosco. É também uma estratégia para colocar as representações de estudantes, docentes e técnicos em diálogo, porque geralmente esse nichos só conversam entre si”, compartilha o acadêmico.

 

Para ele, diversos fatores acadêmicos, como a reprovação em disciplinas, geram intenso desgaste emocional, repercutindo na saúde mental dos estudantes. “Houve maior inclusão de pessoas na Universidade com as políticas sociais. Cada pessoa traz uma realidade completamente diferente. São contextos que a Universidade não estava preparada para receber. O professor ou a instituição não podem achar que isso não é problema deles. É preciso buscar caminhos para lidar com essas realidades”, opina Rafael Lima.

 

O jovem relata já ter passado por períodos de dificuldade no curso e acredita que a melhor alternativa sempre é buscar apoio. “Ter um grupo para se inserir é muito importante. Por isso, incentivo meus colegas a procurar pessoas que estão vivenciando a mesma situação.”

 

Para o diretor da FT, a iniciativa trouxe à tona várias potencialidades. “Foi importante ouvir as propostas hoje apresentadas. Faremos uma discussão interna para analisar como avançar e, se possível, evoluir para uma rede mais permanente de acolhimento em nível da própria unidade”, compartilhou o gestor.

 

Outras unidades acadêmicas interessadas em implementar estruturas internas de acolhimento podem acionar a Dasu para obter apoio na iniciativa.

 

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