CONSEQUÊNCIAS DA COVID-19

Projeto visa a construção coletiva do conhecimento, com contribuições para a educação durante a pandemia a partir da realidade de estudantes secundaristas

Os dados coletados ajudarão no desenvolvimento de ações para minimizar impactos da pandemia no ensino no DF. Imagem: Divulgação/MCTIC

 

Um dos impactos significativos da pandemia de covid-19 tem sido observado na área da educação. No Distrito Federal, as aulas presenciais nas escolas foram suspensas por conta da crise sanitária e adaptações foram necessárias para a adoção do ensino remoto emergencial. A nova configuração das atividades escolares também legou mudanças nas rotinas dos estudantes e nos processos de aprendizagem.

 

Apresentar alternativas para lidar com os atuais e futuros efeitos da pandemia no ensino escolar é um dos focos do projeto Escolas e a imaginação sociológica em tempos de pandemia, vinculado ao Instituto de Ciências Sociais (ICS) da Universidade de Brasília. A iniciativa busca amenizar os efeitos diretos da interrupção das atividades educacionais presenciais do ensino básico no DF e estimular reflexões e contribuições, a partir dos diferentes pontos de vista dos estudantes, quanto ao cotidiano escolar, às problemáticas relacionadas à pandemia e às formas de lidar com o isolamento social e as mudanças que podem advir deste cenário.

 

Esta foi uma forma encontrada pelo professor do Departamento de Sociologia (SOL) Stefan Klein e estudantes de graduação na área para dar continuidade ao projeto de extensão Ciência Sociais nas Escolas, que discute temas das ciências sociais para promover cidadania e diversidade.

 

Para o professor Stefan, o atual contexto de pandemia de covid-19 resultou em transformações intensas no campo educacional. “Acreditamos que é de profunda relevância buscar compreender como está se dando o processo de ensino remoto nas escolas públicas a partir das perspectivas de estudantes secundaristas, suas condições de acesso à internet, seus níveis de estresse ou bem-estar e, por fim, seus interesses didáticos", destaca o docente, à frente de ambos os projetos.

 

PERCEPÇÃO DOS ESTUDANTES – Com o intuito de buscar compreender sob quais condições têm sido realizadas as atividades remotas de escolas públicas do DF, um questionário on-line foi encaminhado a estudantes de ensino médio. Nele, estavam perguntas sobre temas em âmbito sanitário, socioeconômico, demográfico e de acessibilidade e utilização de tecnologias de ensino/aprendizagem. Além disso, a proposta era identificar os entraves no contato com a escola e o conhecimento dos estudantes sobre o contexto social da pandemia.

 

O questionário teve como base uma pesquisa social da UnB aplicada ao corpo docente, técnico e discente para planejamento da retomada, de modo remoto, das atividades acadêmicas, suspensas de março a agosto por conta do quadro epidemiológico no DF. Porém, foi adaptado aos interesses do projeto. A divulgação foi feita por contato telefônico e via e-mail com as escolas, e as redes sociais foram utilizadas para aumentar a quantidade de respostas – a equipe do projeto conta com um perfil no Instagram (@ciso_unb).

A iniciativa é uma construção de estudantes de Sociologia, sob coordenação do professor Stefan Klein. Imagem: Reprodução

 

Em consonância com as respostas obtidas, foram preparados planos de aula e materiais de apoio para as atividades educativas condizentes com as demandas observadas pela equipe do projeto, de forma a possibilitar a aproximação do estudante tanto com a escola como com o conteúdo estudado.

 

“Os temas desses planos de aula foram definidos já com base nas primeiras respostas do questionário, ou seja, as/os estudantes do ensino médio nos indicaram assuntos de seu interesse, e buscamos, então, tomar essas questões como ponto de partida”, informa o coordenador do projeto.

 

“Ao trazer para o cerne materiais a respeito dos efeitos desse contexto, enfatizando sobretudo os elementos das desigualdades e esmiuçando os diferentes argumentos ali envolvidos, entendemos que será possível, simultaneamente, discutir aspectos que digam respeito ao cotidiano escolar, de acordo com as exigências didático-legais e mostrando a diversidade de problemas e questões postas por causa dos efeitos pandêmicos”, completa Stefan Klein.

 

A partir da pesquisa, a equipe do projeto espera obter três resultados principais: acumular dados sobre as condições de infraestrutura e de conhecimento que envolvam efeitos imediatos da pandemia sobre as atividades e o cotidiano do ensino médio; desenvolver ações que possam diminuir obstáculos ao ensino; e, por fim, mostrar a relevância da universidade pública e, em especial, das ciências sociais, com foco na capacidade de lidar com momentos de conflito. 

 

FOMENTO – A iniciativa foi contemplada com financiamento de R$ 2,2 mil em edital lançado pelo Comitê de Pesquisa, Inovação e Extensão de combate à covid-19 (Copei), junto com os decanatos de Pesquisa e Inovação (DPI) e de Extensão (DEX).

 

Outras iniciativas da UnB também podem ser apoiadas por pessoas físicas e entidades da sociedade civil. Para isso, o Copei criou, em convênio com a Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec), um fundo de doações para projetos de combate à covid-19.


As contribuições são recebidas por meio de depósito bancário (Banco do Brasil, agência 4592-6, conta poupança 18590-6), boleto, cartão de crédito ou PayPal. Para ajudar, basta acessar o link: https://www.finatec.org.br/doacaoprojetos/form.

 

Serviços, materiais ou equipamentos também podem ser doados. Porém, é preciso articular a ação em conjunto com Decanato de Pesquisa e Inovação (DPI), pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

 

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