RESGATE HISTÓRICO

Encontros on-line reunirão participantes da missão científica coordenada pela UnB na Amazônia para compartilhar experiências

Webinários ocorrerão até o dia primeiro de setembro, quando o Núcleo de Estudos Amazônicos (NEAz/CEAM) comemora os 20 anos da expedição. Imagem: Divulgação

 

O Núcleo de Estudos Amazônicos (Neaz/CEAM) da Universidade de Brasília, realiza, nesta sexta-feira (26), o primeiro webinário da série Expedição Humboldt: recordações de uma viagem pelos rios amazônicos. A atividade on-line celebra os 20 anos de expedição científica à Amazônia organizada e coordenada pelo Neaz, em colaboração com a Universidad Simón Bolívar, da Venezuela. 

 

A jornada reuniu 49 cientistas de nove instituições de ensino e pesquisa do Brasil, Venezuela, França e Estados Unidos para percorrer, durante 62 dias, 14 rios da Amazônia brasileira, venezuelana e da Guiana Francesa. Uma das intenções era a de recuperar os passos dados pelo cientista alemão Alexander Von Humboldt, em 1799, quando esteve na região conhecendo e registrando informações sobre o bioma e suas populações.

Família de ribeirinhos do médio Rio Negro registrada durante a Expedição Humboldt. Foto: Juan Pratginestós

 

Renomado naturalista do século XVIII, Alexander Von Humboldt percorreu a Amazônia venezuelana, e tinha pretensões de seguir até o território brasileiro. Não pôde concluir sua viagem, impedido de entrar no país pela Coroa portuguesa. Mais de dois séculos depois, a expedição coordenada pela UnB o homenageou com o retorno ao trecho para concluir essa página da história.

 

Com o intuito de recordar a atividade, o Neaz realizará uma série de lives, sempre às sextas-feiras, às 11 horas, nos canais do núcleo no Facebook e no Youtube, até primeiro de setembro, mês que marcou o início da viagem, há 20 anos.

 

Victor Leonardi, professor aposentado da UnB, ex-coordenador do Neaz e responsável pela equipe da expedição, é convidado do webinário inaugural. Além dele, participarão os historiadores Frederico Rêgo e Isabella Fagundes, o biólogo e professor do Instituto de Ciências Biológicas (IB) Fabian Borghetti, o artista visual Rômulo Andrade e o fotógrafo Juan Pratginestós. 

 

CIÊNCIA NA AMAZÔNIA – Segundo o coordenador do Neaz, Manoel Pereira de Andrade, o objetivo da missão foi “produzir novos conhecimentos sobre a Amazônia, proteger a biodiversidade, defender o patrimônio natural, histórico, geográfico e artístico, produzir material pedagógico, defender os direitos dos povos indígenas, das populações ribeirinhas e dos remanescentes de quilombos, além estreitar relações científicas e culturais entre países amazônicos". 

 

Ao recuperar os registros da viagem, os pesquisadores do núcleo perceberam que o acervo existente era reduzido e que as memórias sobre o assunto mereciam ser resgatadas. Essa foi a motivação para promover a série de diálogos on-line com integrantes da expedição. “A ideia é fazer é um resgate geral, em que alguns participantes irão contar a história e o conhecimento adquirido por eles, de modo que sirva para a formação dos estudantes”, explica Enaile Iadanza, professora do Neaz.

Porto de ltacoatiara: imagem mostra a situação socioeconômica das populações visitadas durante a missão. Foto: Juan Pratginestós

 

“Ao acompanhar as lives, entenderemos qual foi o trabalho da expedição, a importância que ela teve na produção de conhecimento e como, passados 20 anos, podemos trazer essas reflexões para os dias atuais, além de ser a celebração de uma longa viagem, marcada por um reencontro”, acrescenta Kelerson Semerene, professor do Departamento de História e ex-coordenador do Neaz.

 

O docente relata que as produções científicas resultantes da expedição sofreram o impacto dos poucos recursos adquiridos naquela época. Foi necessário aporte dos próprios pesquisadores para o desenvolvimento dos projetos e a divulgação foi realizada de forma autônoma ao longo dos anos.

 

A série de webinários será uma maneira de documentar a atividade. Para Enaile Iadanza, a UnB, como universidade da capital do país, responsabiliza-se pela centralização de temas importantes em âmbito nacional, dos quais a Amazônia faz parte. 

 

“A UnB, por estar no centro do Brasil e por ter essa relação com o país como um todo, sempre está nos debates relacionados à Amazônia, com papel fundamental junto a outras universidades. Tanto que a expedição parte da UnB, com outras instituição de ensino de outros países”, destaca a professora. “Podemos dizer que a UnB ajudou a colocar a América Latina no centro das ciências, pelo debate crucial que a Expedição Humboldt propôs e o novo olhar para o conhecimento da Amazônia, que ainda hoje tem muito a nos revelar” completa.

 

DIÁLOGOS  – O segundo webinário da série já tem data prevista: será no dia 3 de julho. O historiador Victor Leonardi será o mediador e dialogará com o jornalista Jaime Sautchuk, com o indigenista Guilherme Carrano e com a historiadora Geralda Dias Aparecida, professora aposentada do Departamento de História, sobre as atividades da expedição na Amazônia venezuelana.

 

*estagiário de Jornalismo na Secom/UnB

 

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