CIÊNCIA

O estudante de Engenharia Elétrica Pedro Henrique Nehme, que ganhou uma viagem em vôo comercial para o espaço em um concurso mundial, quer aproveitar a notoriedade para divulgar projetos da Faculdade de Tecnologia

Foto: Divulgação

 

Até o início da semana, o aluno do curso de Engenharia Elétrica da UnB, Pedro Henrique Nehme, não imaginava que poderia se tornar o segundo brasileiro a viajar para o espaço. Tudo mudou quando ele venceu uma promoção mundial da companhia área holandesa KLM, que propunha aos internautas arriscar um palpite sobre o quanto conseguiria subir um balão de alta altitude lançado no deserto de Nevada, nos Estados Unidos, na última segunda-feira (22). Pedro Henrique foi quem mais se aproximou do valor oficial, 31 quilômetros, ao errar o resultado por apenas 14,7 quilômetros.

 

Desde então, o telefone do estudante não para de tocar. São inúmeros pedidos diários de entrevista dos mais variados veículos de comunicação. Mas Pedro Henrique não se deixa levar pela notoriedade instantânea: quer aproveitar a oportunidade para divulgar as pesquisas sobre o microssatélite universitário, que realiza em conjunto com a equipe do Laboratório de Automação e Robótica da Faculdade de Tecnologia (LARA), sob orientação do professor Renato Borges. “Essa é uma ótima oportunidade para a universidade mostrar a qualidade de seus alunos”, afirma.

 

Pedro Henrique Nehme será o primeiro civil do país a viajar para o espaço. O astronauta Marcos Pontes, militar, foi o primeiro a deixar o planeta, em 2006. Pontes passou mais de uma semana na Estação Espacial Internacional. Nehme fará um vôo mais simples, chamado de suborbital – ou seja, ele não entra em órbita da Terra. A decolagem está prevista para o início do ano que vem, em Curaçao, no Caribe.

 

Confira a entrevista que Pedro Henrique concedeu por telefone à Secretaria de Comunicação, durante viagem ao Rio de Janeiro para atender a compromissos profissionais.

 

Secom - Como foi a recepção da notícia pelos colegas e professores da Faculdade de Tecnologia?

 

Pedro Henrique - Está todo mundo eufórico. Foi uma notícia totalmente inesperada. Meu orientador, professor Renato (Borges), está mais animado que eu (risos). Todo mundo achando o máximo, dando a maior força. O pessoal do LARA [Laboratório de Automação e Robótica], da equipe do nosso projeto de microssatélite universitário, está gostando demais.

 

Secom - De que forma esse concurso vai alterar sua rotina na UnB?

 

Pedro Henrique - Isso já está acontecendo. Tenho provas daqui a uma semana, não sei quando minha vida vai voltar ao normal. Tenho dado entrevistas o tempo todo. Estou no Rio agora e está tudo muito conturbado. Mas pretendo regularizar minha vida em breve. Depois que passar isso tudo, vou ser um estudante normal.

 

Secom - Como será a preparação para o voo espacial?

 

Pedro Henrique - Ainda não tenho informação sobre isso. Pelo site da empresa, sei que existe treinamento prévio com simuladores, vôo de caça, mas não sei quando nem quanto tempo demora.

 

Secom - Quais suas ambições profissionais a partir de agora? Pretende seguir carreira na área aeroespacial?

 

Pedro Henrique - Por enquanto, estou lutando para divulgar o trabalho que a gente faz dentro da UnB. Acho que essa é uma ótima oportunidade para a universidade mostrar a qualidade de seus alunos, mostrar sua cara para o mundo. Estou bastante animado para isso. Mas meu futuro ainda está indefinido.

 

Confira o que foi divulgado sobre o assunto na imprensa:

 

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