BOAS-VINDAS

Instituto de Ciências Biológicas recebeu pesquisadora alemã, que dirige órgão de estudos biogeoquímicos na Alemanha e coordena pesquisas no maior observatório vertical do mundo, instalado na Amazônia

 

A docente Mercedes Bustamantes (esquerda) ao lado de Susan Trumbore, que também foi recebidas pelas decanas Adalene Moreira e Maria Emília Walter. Foto: André Gomes/Secom UnB.
Mercedes Bustamante (IB), Susan Trumbore, decana Adalene Moreira (DPG) e decana Maria Emília Walter (DPI), na aula inaugural da pós do IB, nesta segunda (18). Foto: André Gomes/Secom UnB

 

O Instituto de Ciências Biológicas (IB) da Universidade de Brasília recebeu, nesta segunda-feira (18), a pesquisadora alemã Susan Trumbore, palestrante na abertura do semestre letivo da pós-graduação do IB. Reconhecida por sua atuação internacional, com protagonismo em pesquisas na Amazônia, a convidada dialogou com estudantes e docentes sobre colaboração científica internacional e interdisciplinar.

 

"A proposta foi falar sobre Big Science como uma estratégia para abordar questões de grande escala e complexidade, como são as questões ambientais”, disse Susan Trumbore, que compartilhou com o público sua experiência de três décadas de estudo sobre interações biosfera-atmosfera na Amazônia.

 

Trumbore é diretora do Instituto Max Planck de Biogeoquímica em Jena, na Alemanha, e docente da Universidade da Califórnia, em Irvine, Estados Unidos. Sua pesquisa se concentra no estudo de solos e plantas para entender como a atividade humana altera as trocas naturais de carbono da Terra entre o oceano, a terra e a atmosfera. Ela é professora visitante da UnB pelo programa Ciência Sem Fronteiras.

 

As pesquisas realizadas por Trumbore exemplificam a natureza da Big Science: estudos de grande complexidade, que envolvem diversos pesquisadores e insumos, e precisam de aporte governamental ou de agências de fomento. “É preciso uma investigação multidisciplinar para ter sucesso nesse tipo de pesquisa, porque envolve atmosfera, biosfera, água, nutrientes. Tudo está interligado, sendo necessário abordar diferentes ângulos para ter uma visão completa da problemática”, detalhou.

 

A vinda de Trumbore foi articulada pela docente do IB Mercedes Bustamante. As pesquisadoras atuam em parceria desde 1998, à época com o projeto Experimento de Larga Escala Biosfera-Atmosfera, conhecido pela sigla em inglês LBA (Large Biosphere-Atmosphere). “Quando começamos, achávamos que seria muito formamos cem pesquisadores vinculados ao projeto. Para nossa surpresa, finalizamos com mais de 600 estudantes de pós-graduação que passaram pela pesquisa”, contou Bustamante.

 

Atualmente, a parceria segue com o Projeto ATTO (Amazon Tall Tower Observatory), traduzido como Observatório da Torre Alta da Amazônia, do qual Trumbore é co-coordenadora. O projeto é fruto de cooperação entre Brasil e Alemanha, o que viabilizou a construção da torre com 325 metros de altura e três metros de largura, erguida em São Sebastião do Uatumã, na Amazônia.

 

Maior do que a Torre Eiffel, famoso monumento de Paris, a torre é a mais alta estrutura da América do Sul e o maior observatório vertical do mundo. Sua finalidade é a realização de pesquisas sobre interação entre floresta e clima, visando compreender a influência da Amazônia no clima global.

 

"Trata-se de uma plataforma para montar diferentes instrumentos de pesquisa, como sensores climáticos, em várias escalas de altura. Uma infraestrutura como essa é um investimento muito eficiente porque atrai vários grupos de pesquisa que podem se beneficiar desse recurso”, detalha Mercedes Bustamante.

 

Segundo a docente da UnB, a proposta da atividade foi dialogar com estudantes da pós-graduação sobre as potencialidades de projetos colaborativos e internacionais. “Ao participar de pesquisas desse porte, eles terão contato com os melhores pesquisadores do mundo e poderão usufruir de uma estrutura de pesquisa que talvez não teriam acesso em iniciativas isoladas”, explica.

 

Para ela, o desafio na pós-graduação brasileira hoje “não é só formar mestres e doutores, mas formá-los para se tornarem lideranças científicas de ponta, porque isso garantirá a continuidade da pesquisa no país”. A palestra foi ministrada em inglês, em consonância com os esforços de internacionalização da Universidade. O encontro aconteceu no Auditório 1 do Instituto de Ciências Biológicas (IB).

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