O Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (Obsis) sediou, entre os dias 7 e 8, o primeiro treinamento com operadores da Rede Sismográfica Brasileira (RSBR). Ao todo, foram 16 horas de capacitação, com foco na leitura de sismogramas. Dividida em quatro partes, a programação contou com apresentações técnicas, exercícios práticos sobre sismos da América do Sul, do Brasil e de outras partes do mundo. Também houve debate para troca de informações entre profissionais das instituições participantes.
A Rede Sismográfica Brasileira é composta pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM), pelo Centro de Sismologia da USP, pelo Laboratório de Sismologia da UFRN, pelo Observatório Nacional e pelo Obsis da UnB. O professor da USP Marcelo Bianchi ressaltou a importância do treinamento. "Conseguimos, em dois dias, colocar todos para fazer localizações. O primeiro evento sísmico que localizamos, no dia 7, resultou em uma variação de mais de 100 km. O último, realizado no dia 8, deu uma variação de 10 km, que é o esperado entre operadores de rede."
"Com certeza esse evento de capacitação vai trazer impactos e fazer com que mais pessoas colaborem com leituras dentro da RSBR. A expectativa é chegarmos a um produto final melhor e mais uniforme para um país tão grande como o Brasil", acrescentou Bianchi.
Para Marcos Ferreira, pesquisador em Geociências do Serviço Geológico do Brasil, o encontro permitiu que os profissionais se integrassem e melhorassem a forma de se trabalhar com os dados. "Os operadores estão começando a criar ferramentas que serão imprescindíveis para integrar os bancos da RSBR em um processo futuro. Quanto mais integração e discussão houver entre os membros, melhor conseguiremos evoluir e trazer todos ao mesmo patamar", afirma.
A escolha do Observatório Sismológico como local de realização do treinamento se deu pela localização estratégica do centro, na capital do país, e por seu histórico de excelência. "O Obsis sempre esteve na vanguarda. A sismologia na UnB já tem 50 anos, com um trabalho pioneiro. A primeira estação sismográfica foi aqui, participando de uma rede mundial", destacou o professor da Universidade de Brasília Marcelo Peres Rocha.