OPINIÃO

 

 

Paulo Gabriel Franco dos Santos é doutor em Educação para a Ciência (Unesp). Professor da Faculdade UnB Planaltina.

 

 

 

Leandro de Oliveira Evangelista é especialista em Administração. Atualmente coordena a Secretaria de Graduação e atua como assistente de direção na Faculdade UnB Planaltina.

Paulo Gabriel F. dos Santos e Leandro de Oliveira Evangelista

 

Paulo Freire dizia que ensinar é uma aventura criadora que requer compromisso, rigor, qualidade científica, ética, curiosidade, generosidade e amorosidade. E, inspirados por Freire, que para nós continua ocupando o lugar de patrono da educação brasileira, que gostaríamos de pensar o ensino na Faculdade UnB Planaltina (FUP) no marco dos seus 16 anos.


A partir da inspiração freireana materializada nos espaços da FUP, destacamos o prédio Paulo Freire, que se constitui em um espaço diversificado de salas de aula, laboratórios didáticos, biblioteca, espaço para teatro de arena e o excelente anfiteatro Augusto Boal. Certamente que aquele que o nomeia está muito bem representado quando, neste prédio, as diversas pessoas e culturas se encontram em um processo de diálogo verdadeiro, dispostas a pronunciarem o mundo e a palavra, empoderadas pelo conhecimento científico e pelo compromisso em compreender, denunciar e atuar contra as mazelas da sociedade.


A FUP, localizada em Planaltina – DF, inscreve-se na periferia do Distrito Federal e a periferia também a compõe. Somado a isso, a comunidade da FUP ainda agrega diversos territórios, povos tradicionais, povos originários, povos do campo e assentados que compõem o campus e o configura em termos de linguagens, cultura cotidiana, práticas e demandas concretas. O ensino, portanto, é sempre encorajado a ser contextualizado, a acolher as diferenças e as contradições e a oferecer condições concretas de análise e atuação qualificada sobre a realidade.


Nesse sentido, há uma diversidade de práticas e de concepções educacionais que são permeadas pelo espírito de comunidade e de pertencimento nutrido no cotidiano da Faculdade. Seja nos laboratórios didáticos, nas salas de aula, nos auditórios ou imersos no próprio Cerrado, que é uma sala de aula viva, já que o campus está inscrito em uma área preservada, as experiências de ensino vão se desenvolvendo com senso de território, de comunidade, de preservação, de ética e de crítica.


Outro aspecto que marca a cultura educacional da FUP é a aproximação das atividades de ensino às atividades extensionistas, de modo a qualificar as práticas nas comunidades e nos territórios e enriquecer o conhecimento acadêmico acerca da realidade. Somado isso, o repertório científico e o conteúdo formativo crítico são enriquecidos com elementos concretos a partir dos estágios, das disciplinas alinhadas a projetos de pesquisa e de extensão e das componentes práticas do ensino.
São cerca de 115 professores, 1.300 estudantes, 55 servidores técnico-administrativos e 50 trabalhadores terceirizados que, aportados por políticas institucionais incentivadoras de uma formação crítica, dialógica, de cuidado com o meio ambiente e com as pessoas e de respeito aos povos, fazem da FUP uma escola cuja experiência educacional expressa qualidade científica, zelo ético, compromisso político e competência técnica.


Por tanto, reconhecemos que nestes 16 anos, a vocação da FUP para ensinar consolida-se a partir da sua disposição autêntica para aprender.

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