OPINIÃO

 

Iran Junqueira de Castro é professor titular (Emérito) da Universidade de Brasília. Diretor da Faculdade de Educação Física da Universidade de Brasília de 1996 a 2006. Coordenador do Curso de Licenciatura em Educação Física na Universidade Aberta do Brasil na Universidade de Brasília de 2007 até janeiro de 2018. Diretor de Ensino de Graduação a Distância do Decanato de Ensino de Graduação da Universidade de Brasília de 2014 a 2016. Licenciado em Educação Física pela Universidade de São Paulo (1973), mestre em Educação Física pela Universidade de São Paulo (1989) e doutor em Ciências do Exercício pela The University of Iowa (1993). 

Iran Junqueira de Castro

 

Estou na Universidade de Brasília desde 1974, na ativa e com motivação ainda em permanecer por conta da valorização que dou à educação física enquanto uma área de conhecimento e de intervenção profissional inserida no expecto da qualidade de vida e promoção da saúde das pessoas.


Nesse contexto, sabedor da importância que o Centro Olímpico (CO) teve e tem para mim, considerando que grande parte de minha vida pessoal e acadêmica estive por lá, apresento abaixo algumas de minhas recordações marcantes que minha memória guarda durante os 47 anos de vivência humana neste querido espaço de convivência humana, sala de aula, esporte e lazer.


Voltando a década de 70, recordo-me da importância que tinha o novo CO como espaço de lazer, sociabilização e prática de esportes, uma vez que Brasília possuía poucos centros esportivos comunitários e era lá que a comunidade da UnB desfrutava seus momentos de lazer; lembro-me do inusitado e incomum procedimento da chefia do EDF, na época, em escalar os professores como responsáveis pelo que ocorria no CO em finais de semana, assim tínhamos que seguir uma escala semanal; lembro-me com carinho das várias colônias de férias na década de 70 em que o então Departamento de Educação Física (EDF) organizava e oferecia para centenas de crianças e que nos proporcionavam momentos ímpares de integração social em atividades plenamente lúdicas e alegres. Por isso, nessas ocasiões o chefe do EDF, professor Hélio Bettero, nos chamava de fábricas de sorrisos.


Tenho na minha memória a realização dos Jogos Escolares Brasileiros (JEBs) onde o CO, ano sim ano não, sediava competições de vários esportes com a participação de atletas juvenis de todos os estados da Federação; lembro-me da realização dos Jogos Universitários do DF (JUDFs), evento em que havia uma participação forte do EDF na preparação das equipes representativas da UnB para competir com centros universitários de Brasília, momento esse na minha trajetória profissional que me enchia de orgulho;
Não poderia esquecer de citar os Jogos Internos da UnB (JIUnBs) que mobilizavam as muitas unidades acadêmicas e departamentos da UnB em um movimento de integração entre os alunos por meio de inúmeras modalidades esportivas. Destaco que talvez este evento seja, dentro da UnB, de maior congregação de estudantes por conta, em grande parte, da mobilização própria dos estudantes da nossa Instituição.


Revivo nos anos 70 e início dos anos 80, quando minhas três filhas, ainda criança iam ao CO para aulas de iniciação em natação e lá muitas vezes passávamos belos finais de semana com a família e amigos; revivo as muitas horas que já passei como professor e praticante de esportes no ginásio, quadras externas, pista de cross-cerrado, pistas de atletismo e parque aquático – lembranças que me emocionam porque o CO foi por muito tempo minha segunda casa.


Lembro-me com carinho dos professores, alunos egressos e técnicos que compartilham momentos inesquecíveis comigo, muitos já aposentados e outros que já nos deixaram; recordo sensibilizado com a decisão do professor Mário Cantarino e sua família em deixar suas cinzas no CO, mais precisamente próximo as pistas de atletismo – que terá seu nome a partir de hoje, atitude que mostrou o amor, carinho e respeito que o mestre tinha a este espaço que aprendizagem humana. De muita emoção também a decisão da professora Laura Joviano, excelente docente da disciplina ginástica, amiga e confidente de alunos pois guardava uma grande ternura em sua personalidade.

 

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