Adalene Moreira e Antonádia Borges

A cada quatro anos, os programas de pós-graduação stricto sensu (PPGs) são avaliados pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Capes. Desta avaliação resultaram as “notas” de nossos PPGs, que variam entre 3 e 7. Programas dos chamados estratos superiores, com notas 6 e 7, recebem recursos diretamente da Capes, destinados a programas de excelência (Proex). Os demais têm suas atividades financiadas por meio de recursos do Programa de Apoio à Pós-Graduação (Proap). Esta classificação dos PPGs traz ainda diversas outras implicações acadêmicas e administrativas, como a concessão de bolsas e a possibilidade de adesão a editais de mobilidade e de internacionalização, o que impacta diretamente na formação de recursos humanos.

A fim de auxiliar os programas na elaboração de relatórios compatíveis à qualidade da produção de nossa pós-graduação, fundamentais para uma adequada avaliação de sua produção científica e papel acadêmico, o Decanato de Pós-Graduação (DPG) da UnB constituiu uma comissão, composta por 6 docentes e 2 técnicos, que se dedicou à análise de 91 relatórios relativos ao ano de 2019. A comissão foi presidida pela Diretora de Pós-Graduação do DPG, professora Antonádia Monteiro Borges, e teve como membros os professores Emerson Fachin Martins, Juliana Betini Fachini Gomes, Alan Silva, Roberto Arnaldo Trancoso Gomes, Suélia de Siqueira Rodrigues Fleury Rosa, e os servidores Jackson Raymundo e Maria Luiza da Silveira Melo.

A análise dos relatórios das atividades aconteceu no decorrer do primeiro semestre de 2020. Em uma primeira fase, os PPGs apresentaram seus relatórios em preenchimento ao DPG, que observou sua solidez e coerência, em termos quantitativos e qualitativos. A devolutiva foi feita aos PPGs em tempo para que eventuais lacunas fossem sanadas a partir d discussão ampliada dentro dos programas. Na última fase de análise, a fim de subsidiar sua homologação pelo Decanato, foram elaborados pareceres individuais para cada relatório. Os pareceres observaram o atendimento aos três eixos estabelecidos na nova ficha de avaliação da CAPES: o programa (estrutura, corpo docente, gestão, planejamento estratégico e processos de autoavaliação); a formação (adequação das teses e dissertações às áreas de concentração e linhas de pesquisa, a qualidade da produção intelectual, o destino de egressos e o envolvimento do corpo docente com as atividades de formação); e o impacto na sociedade (caráter inovador da produção intelectual, impactos sociais e econômicos do programa e sua internacionalização e visibilidade). Além disso, foram considerados os Documentos de Área na aferição do cumprimento às metas e expectativas específicas de cada área do conhecimento, bem como o Parecer recebido pelo PPG na última avaliação quadrienal.

Em suma, os trabalhos para consolidação do  Coleta CAPES 2019 – UnB se estruturaram em três fases: 1) parecer geral quantitativo e qualitativo; 2) avaliação do atendimento às orientações emitidas no parecer inicial; 3) parecer de homologação enviado para a Capes, de responsabilidade da Decana de Pós-Graduação, professora Adalene Moreira Silva.

Ademais, é preciso mencionar outras importantes ações do DPG para apoiar os programas de pós-graduação da UnB, para além da análise dos relatórios. Ações de caráter permanente estiveram integradas ao Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) 2018-2022 da universidade. Damos destaque à elaboração própria de algoritmos desenhados pelo Professor Alan Silva que tem permitido: mapeamento da produção intelectual de docentes e discentes; comparação de nossos PPGs com outros no Brasil e compilação de informações sobre a consolidação acadêmica. Igualmente, a aquisição institucional do SciVal possibilitou a geração de métricas voltadas para o fortalecimento dos programas. Por outro lado, periodicamente o Decanato de Pós-Graduação ofereceu oficinas às coordenações de PPGs sobre temas-chave, bem como visitas às unidades, para dialogar diretamente com a comunidade acadêmica. Dessas últimas atividades, damos destaque à Oficina para Elaboração de Relatório Anual e à Oficina para Planejamento Estratégico e Autoavaliação, que contaram com apoio e participação do Decanato de Planejamento e Orçamento (DPO) e da Capes.

Todas essas ações integradas não teriam tido o sucesso que alcançamos sem o apoio irrestrito das coordenadoras e dos coordenadores e do corpo técnico das secretarias dos PPGs, que arduamente trabalharam para produzir documentos que espelham a excelência de nossa pós-graduação, seu crucial papel na formação de recursos humanos, sua visão de vanguarda na construção de problemas de pesquisa e seu engajamento perene com um projeto de sociedade mais justa e livre.

A pós-graduação da Universidade de Brasília dá provas do quão necessária e fundamental é a Educação Superior pública para a produção de conhecimento científico que beneficia não somente o Brasil. Este impacto gerado pela produção de ciência coaduna com a missão de sermos uma “universidade completa” e nos prepara no enfrentamento dos problemas contemporâneos complexos, relacionados aos desafios de melhoria da qualidade de vida, equilíbrio ambiental e desenvolvimento sustentável, em escalas local e global.  Dentre vários, está a busca de soluções contra problemas relacionados à pandemia de covid-19, onde a UnB e o Hospital Universitário se destacam nacionalmente com projetos e recursos humanos altamente qualificados. Tal exemplo mostra que investir na Educação Pública, gratuita e de qualidade é um ato de coragem, de esperança e de solidariedade rumo a um mundo melhor.