ENCONTRO

Milton Thiago de Mello, nascido em 1916, é organizador do evento sobre veterinária, entre 29 e 31 de janeiro. Na ocasião, lançará o livro “Poste de Cozumel”, em que conta sobre sua vida

Foto: Julio Minasi/Secom UnB

 

Cem anos não foram suficientes para dar vazão a toda a criatividade e produção científica do professor Milton Thiago de Mello. Nascido em 5 de fevereiro de 1916, no Rio de Janeiro (RJ), o pesquisador, que escreveu 224 textos científicos, entre artigos e livros, se prepara para participar de mais uma conferência internacional sobre veterinária.

 

O evento, organizado por ele, será de 29 a 31 de janeiro – a abertura na churrascaria Potência Grill, e os outros dois dias no Centro Comunitário Athos Bulcão, na Universidade de Brasília. “Minha expectativa é que seja uma atualização dos temas selecionados. Isso é um limiar do futuro nessas áreas”, aposta o centenário.

 

Milton Thiago de Mello graduou-se em 1937 pela Escola de Veterinária do Exército, no Rio de Janeiro, e obteve o título de doutor em microbiologia em 1946 pela Escola Nacional de Veterinária. Atuou como médico veterinário em diversas organizações militares e trabalhou no Instituto Oswaldo Cruz por quase 20 anos.

 

Foi docente no Colégio Militar do Rio de Janeiro e professor e pesquisador na Universidade de Brasília, onde atuou ativamente sobre temas relacionados ao bem-estar animal, meio ambiente e animais silvestres (principalmente primatas), e também foi decano de Pesquisa e Pós-Graduação. “Os 20 anos que passei na UnB foram muito felizes. Inventei de trabalhar com macaco, que já tinha pesquisado há muitos anos, e criei um Centro de Primatologia”, afirma Mello.

O professor Milton Thiago de Mello e sua esposa, Ângela Maria de Mello, em visita à Reitoria da UnB. Foto: Julio Minasi/Secom UnB

 

Ao longo das décadas, desenvolveu estudos sobre Microbiologia aplicada à Saúde Pública, como brucelose, peste bubônica e outras zoonoses. Foi bolsista da Fundação Guggenheim na Universidade da Califórnia-Berkeley e consultor em vários organismos internacionais – entre eles a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e o Fundo das Nações Unidas para Alimentação (FAO) –, com projetos em diversos países, como Estados Unidos, México, El Salvador, Guatemala, Peru, Haiti e República Dominicana.

 

Hoje o professor é membro da New York Academy of Sciences, Emérito da American Academy of Microbiology e Honorário da Sociedade Brasileira de Primatologia, da Associação Mico-Leão Dourado, da Associação Mundial de Veterinária e da Zoological Society of London.

 

Atualmente na Presidência da Academia Brasileira de Medicina Veterinária, em parceria com a Sociedade Nacional de Agricultura, Milton Thiago de Mello segue em plena atividade: ministra palestras, escreve trabalhos e livros e participa de congressos nacionais e internacionais. Para se ter uma ideia, ele regressou em setembro de 2015 da Turquia, onde apresentou trabalho no 32º Congresso Mundial de Veterinária. Dois anos antes, foi a Praga, na República Tcheca, receber a mais alta honraria da profissão veterinária – o Prêmio John Gamgee, concedido durante o 31º Congresso Mundial de Veterinária.

A dança do Pau de Fitas, como é conhecida no Brasil, foi inspiração para o último livro do professor Milton Thiago de Mello, que será lançado na Conferência Internacional na UnB. Foto: MEC

 

CONFERÊNCIA – Durante três dias, em Brasília, o professor de Microbiologia e Primatologia aposentado da UnB reunirá cientistas, docentes e ex-alunos de diversas instituições brasileiras e estrangeiras para realizar uma conferência internacional comemorativa de seu centenário. São esperadas aproximadamente 200 pessoas ao longo do encontro.

 

Também será lançado, no evento, o mais novo livro de Milton Thiago de Mello, Poste de Cozumel – dança folclórica típica mexicana, conhecida no Brasil como “Pau de fitas”. Na obra, Mello fez alusão a sete dessas fitas para contar episódios da sua vida. “São muitas faixas, eu escolhi sete delas, com as quais eu lidei mais tempo. A mais importante é a ‘faixa científica’, na qual passei 80 anos da minha vida e ainda hoje dou meus pulinhos nela,” brincou o pesquisador.