ENSINO

Estudantes contam como se organizaram para concluir a graduação com a maior nota do Índice de Rendimento Acadêmico (IRA)

Stéphane de Oliveira, formada em Pedagogia. Foto: Luiz Gustavo/Secom UnB

Os estudantes Stéphane de Oliveira, de Pedagogia, e Yussef Acle, de Engenharia Elétrica, estão entre os alunos que concluíram a graduação no primeiro semestre de 2016. Com trajetórias e histórias diferentes, os dois se orgulham de uma marca em comum: completaram o nível superior com a pontuação máxima no Índice de Rendimento Acadêmico (IRA), em todas as disciplinas. A pontuação, que varia de 0 a 5, refere-se ao desempenho dos alunos ao longo dos anos.

 

Stéphane se formou com 21 anos, após 3 anos e meio de graduação. “Eu nem sabia direito o que era IRA, meus amigos que me contaram e começaram a brincar. No fim dos semestres, sempre me perguntavam se eu tinha mantido a nota máxima. Depois de um tempo, aceitei o desafio”.


Em seu segundo semestre letivo, a estudante ingressou para o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic), com a professora Rosângela Azevedo. Depois, continuou a desenvolver a pesquisa sobre a influência do ambiente na Educação e, no quinto semestre, defendeu seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) com o mesmo tema. Segundo ela, para se ter um bom rendimento, é importante tratar os estudos com seriedade e encontrar bons grupos de pesquisa para trabalhar ao longo do curso. Seu objetivo agora é exercer a profissão e seguir a carreira acadêmica.


Yussef Acle se formou com 23 anos, após cursar cinco anos de Engenharia Elétrica. O estudante conta que se programou para alcançar esse resultado. "Percebi no fluxo que os primeiros semestres eram os com mais matérias e que os últimos acumulavam as de maior dificuldade. Avaliei que era possível manter o IRA 5. Então, pensei: por que não?”.

Yussef Acle, formado em Engenharia Elétrica. Foto: Luiz Gustavo/Secom UnB

 

Ao longo do curso, o estudante foi monitor da disciplina Cálculo 3 e fez intercâmbio pelo programa Ciências sem Fronteiras. Como dica para ir bem nas disciplinas, Yussef destaca a importância de não perder as primeiras aulas – em que o professor apresenta os conteúdos e entrega o cronograma do semestre –, os estudos diários e ter atenção para não perder prazos. “No caso de matérias com mais de uma prova, é bom ficar atento à primeira, pois ela mostra qual é o estilo de avaliação do professor”.


O ÍNDICE – O IRA foi criado em 1989 pela Câmara de Ensino de Graduação (CEG) como forma de avaliar alunos com base nas menções recebidas, no número de disciplinas trancadas e disciplinas cursadas por semestre pelos estudantes ao longo da graduação. Para concluir a graduação com a pontuação 5, o aluno não pode ter recebido em nenhuma matéria menção diferente de SS, a menção máxima. Além disso, é preciso que nunca tenha trancado a matrícula de uma disciplina.


Veja como é feito o cálculo:

Anna Soares/Secom UnB


O indicador é levado em consideração por muitas universidades, podendo contribuir para intercâmbios e pós-graduações dentro e fora do Brasil. Para fazer um intercâmbio pela Assessoria de Assuntos Internacionais da UnB (INT), é necessário IRA mínimo de 3,5. No sistema de matrícula em disciplinas da UnB, o índice é um dos fatores de prioridade para distribuição de matérias e para inserir estudantes na lista de espera.


A média do IRA dos estudantes de Engenharia Elétrica da UnB é 3,32, dos de Pedagogia, 3,53. No último semestre, a média geral dos alunos de toda a Universidade foi 3,05. Nos últimos dez anos, em média, apenas 1,8 alunos se formaram com o IRA máximo. No primeiro semestre de 2016, além de Yussef e Stéphane, mais um estudante alcançou essa pontuação.


Para Stéphane, se formar com IRA 5 foi muito gratificante, mas o que importa não é a pontuação em si. “Não é questão de alcançar um número. No fim das contas, não acredito que um alguém com IRA 4,5 seja menos inteligente que alguém de IRA 5. O importante é todo o conhecimento que se adquire no processo de manter essa pontuação”.