AUDIOVISUAL

Curta-metragem Cóclea está em fase de pré-produção e vai mostrar drama de casal. Com um pequeno orçamento, equipe busca arrecadar R$ 5,5 mil por meio de campanha online

Foto: Mariana Abreu

 

Um filme de autoria de estudantes da Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília (FAC/UnB) promete dar visibilidade à comunidade surda. O curta-metragem Cóclea é o trabalho de conclusão de curso das alunas de Audiovisual Isabella Lima e de Comunicação Organizacional Júlia Seabra, ambas do 10º semestre.

 

“A comunidade surda é muito mal representada na mídia mundial. Os surdos aparecem pouco no cinema e na TV, e, quando aparecem, é de forma estereotipada”, explica Isabella, responsável pela direção do filme. “Queremos mostrar os surdos como eles realmente são, pessoas normais com sua própria língua e cultura”, complementa.

 

A produção do filme depende, porém, de colaboração da comunidade. Com um pequeno orçamento, a dupla apela ao financiamento coletivo para poder finalizar o projeto. São necessários R$ 5,5 mil. As contribuições podem ser feitas pelo site https://beta.benfeitoria.com/filmecoclea até o dia 20 de agosto.

 

A IDEIA – O roteiro para o curta Cóclea começou a ser escrito há mais de dois anos. “A primeira cena que escrevi foi a última, e a partir dela comecei a pesquisar sobre o assunto para desenvolver o resto do roteiro, e descobri que tinha muito a explorar nessa área”, conta Isabella.

 

Com duração de 15 minutos, a película terá como personagens um casal de surdos, Júlia e Samuel.

 

O drama acompanha um período de crise entre os dois, quando Júlia faz um implante coclear, dispositivo implantado que permite que surdos possam escutar sons próximos aos que os ouvintes escutam, mas nem ela nem Samuel conseguem se adaptar a essa nova realidade.

 

Além de representar a população surda, o filme teve todo roteiro e diálogos adaptados para a Língua Brasileira de Sinais – Libras, e proporcionará acessibilidade a esse público, com legendas e audiodescrição.

 

A equipe responsável pelo trabalho conta com 34 pessoas, a maioria de forma voluntária. O grupo possui alunos dos cursos de Audiovisual, Comunicação Organizacional, Publicidade e Propaganda, Jornalismo, Letras, Design e Artes Cênicas da UnB.

Foto: Júlia Seabra

 

Aluna de Comunicação Organizacional e coautora do trabalho, Júlia Seabra destacou a contribuição da mescla entre as diferentes habilitações da comunicação social para desenvolver o filme. “Temos alunos de todas as áreas da comunicação trabalhando juntos, com as habilidades de cada um se complementando”.

 

As filmagens se iniciarão em setembro e uma primeira versão ficará pronta em dezembro, para apresentação do TCC. A edição final deverá ser concluída em março de 2016. A intenção das estudantes é inscrever o filme em festivais, além de se posicionar no mercado de trabalho. “Queremos dar visibilidade ao cinema brasiliense”.

 

CAMPANHA – Para tornar o Cóclea realidade, a equipe precisa de colaboradores para arrecadar R$ 5,5 mil das despesas com o filme. Através de campanha online, o grupo recorreu a uma estratégia de financiamento coletivo e, obrigatoriamente, tem de reunir a quantia até 20 de agosto.

 

Pessoas físicas e jurídicas podem contribuir. As colaborações são a partir de R$ 10 e o apoiador pode receber recompensas proporcionais ao valor fornecido. Caso a meta não seja alcançada, todo o dinheiro é devolvido.

 

Para colaborar, acesse: https://beta.benfeitoria.com/filmecoclea e https://www.facebook.com/filmecoclea.