RECONHECIMENTO

Ativista na área do direito socioambiental atuava como professora colaboradora e pesquisadora em programa de mestrado sobre povos e terras tradicionais

Foto: Tiago Geisler

 

Corpo docente e discente e membros do Centro de Desenvolvimento Sustentável (CDS) da Universidade de Brasília estiveram reunidos para uma homenagem póstuma à promotora Juliana Santilli, que atuava na UnB como professora colaboradora e pesquisadora do Mestrado Profissional em Sustentabilidade junto a Povos e Terras Tradicionais (MESPT). Ela faleceu em novembro de 2015, vítima de acidente vascular cerebral.

 

Em consideração ao trabalho da pesquisadora, o CDS organizou uma mesa redonda, com o objetivo de preservar a memória de uma das mais relevantes personalidades do direito socioambiental brasileiro. A cerimônia ocorreu na última quinta-feira (28), no auditório do CDS. Sócio fundador do Instituto Socioambiental (ISA) e ex-presidente da Funai, o viúvo de Juliana, Márcio Santilli, compôs a mesa e participou das homenagens.

 

Ao longo da cerimônia, Márcio e os demais membros da mesa, destacaram o legado deixado por Juliana, tanto no campo acadêmico, como na sua luta em prol dos povos tradicionais, que incluem comunidades indígenas e quilombolas, por exemplo. “Ela conseguiu reunir um vasto conhecimento e experiência, além de combinar uma capacidade de produção intelectual e de atuação política na defesa de direitos dos povos e comunidades tradicionais”, resume a professora e coordenadora do MESPT, Mônica Nogueira.

Homenagem póstuma à Juliana Santilli, importante pesquisadora na área de direito dos povos e comunidades tradicionais. Foto: Tiago Geisler

 

“Ela produziu conhecimento muito importante para que pudéssemos fazer com que a sociedade compreendesse o papel que essas populações cumprem na preservação ambiental, mas também da legitimidade delas manterem suas formas de vida”, complementa Mônica.

 

Influente na área, Juliana é autora dos livros Socioambientalismo e novos direitos: proteção jurídica à diversidade biológica e cultural; Agrobiodiversidade e direitos dos agricultores; e Agrobiodiversity and the Law: regulating genetic resources, food security and cultural diversity. Publicou também, diversos artigos sobre o tema. As obras são consideradas grandes marcos para estudo do socioambientalismo no Brasil.

 

Para a diretora do Centro de Desenvolvimento Sustentável, Doris Sayago, a capacidade de transmitir o conhecimento e levar sua experiência para sala de aula eram alguns dos diferenciais de Juliana Santilli. “Ela era daquelas que pensavam e agiam. Não só tinha ideias ótimas, como a capacidade de executá-las”, diz. “Ela nos ensinou muito. O CDS agradece todo tempo que ela esteve conosco”, completa Doris, que terminou suas considerações convocando todos os presentes para uma salva de palmas em homenagem a professora.

 

Juliana era doutora em direito pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná e mestre pela Universidade de Brasília. Atuava como professora colaboradora e pesquisadora do MESPT. Além de sua vasta contribuição acadêmica, era também advogada e promotora de justiça do Ministério Público do Distrito Federal. Foi ainda, junto com seu marido, sócia fundadora do Instituto Socioambiental.

 

Também fizeram parte da mesa a professora visitante do Departamento de Antropologia, Laure Emperaire; a ecóloga Nurit Besusan, do Instituto Socioambiental; e Raul Vale, chefe da assessoria jurídico legislativa da Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Governo do Distrito Federal.

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