UnBTV

Produção reúne depoimentos de mães, pais e profissionais da atenção obstetrícia sobre o tema

 

Jornalista da UnBTV, Bárbara Arato assinou o roteiro e a direção do documentário. Foto: Júlio Minasi/Secom UnB

 

Meses antes de passar por sua primeira gravidez, a jornalista da UnBTV Bárbara Arato assistiu a um documentário que transformou sua concepção sobre o parto. Foi o impulso para que tomasse a decisão de dar à luz de forma natural. As dificuldades enfrentadas por ela e por muitas outras mulheres em encontrar profissionais aptos a acompanhar o processo a incentivou a esclarecer o tema em uma produção cinematográfica.

 

Assim surgiu a ideia do documentário Sem hora pra chegar – a busca pelo parto humanizado no DF, com roteiro e direção de Bárbara Arato e produção da UnBTV. O filme foi lançado na manhã desta quinta-feira (8), em evento na Faculdade de Ciências da Saúde (FS) que contou com exibição, seguida de debate com profissionais da área.

Mães interessadas na temática do parto natural acompanharam a exibição do documentário e o debate. Foto: Júlio Minasi/Secom UnB

 

Ao longo de quase um ano, a jornalista foi ao encontro de mães e pais que pudessem relatar a experiência de conceber seus filhos de forma respeitosa à fisiologia da gestação, do próprio parto e do bebê.

 

Especialistas e representantes de entidades envolvidas na atenção obstetrícia do Distrito Federal também agregaram ao documentário reflexões com o intuito de desmistificar os estigmas que envolvem a prática, considerada por muitas mulheres como sofrida e arriscada, além de endossarem a importância de profissionais adotarem condutas humanizadas no acompanhamento das mulheres da gestação ao nascimento.

 

“Ainda falta muita informação. Apesar de o próprio Ministério da Saúde se empenhar em falar sobre o parto natural e a humanização do parto, ainda é um tabu. As pessoas têm muito medo de passar pelo processo”, afirma Bárbara.

 

A jornalista se deparou com depoimentos emocionantes, como os de Luiza Padoa e Luciana Varela. São mulheres que, ao terem conhecimento sobre a possibilidade de realizar um parto natural, com o mínimo de intervenções em seus corpos e sem qualquer violência obstétrica, mudaram suas percepções sobre o assunto e puderam vivenciar o nascimento de seus filhos de forma ativa. Dispondo dessas informações, as mães optaram pelo acompanhamento com profissionais que acatassem suas decisões quanto ao processo. Para Bárbara, o parto natural envolve um “conjunto de práticas que respeitam a fisiologia da mulher e do bebê”. 

Professoras e especialistas discutiram a importância de se difundir a humanização do parto. Foto: Júlio Minasi/Secom UnB

 

DEBATE – “Parto humanizado é respeitar o direito de escolha da mulher sobre o que ela considera melhor para si. É conseguir que a mulher seja protagonista de seu próprio parto”, declara no filme a presidente da Rede pela Humanização do Parto e Nascimento (Rehuna) e professora da Faculdade de Medicina da UnB, Daphne Rattner.

 

A docente também foi mediadora do debate ocorrido após a exibição. Daphne expôs a necessidade de se mudar o atual modelo de assistência, o qual ainda dá margens para a realização de intervenções consideradas desnecessárias sob a ótica de humanização do atendimento.

 

A coordenadora do Departamento de Enfermagem da UnB e da roda de gestantes do Hospital Universitário de Brasília (HUB), Rejane Griboski, compartilha da mesma opinião. Ela visualiza possibilidades de implementação de práticas humanizadas com a formação de enfermeiros obstetras nos cursos de especialização oferecidos no âmbito da Rede Cegonha.

 

APOIO – Além de reforçar práticas médicas com relação ao parto, o documentário discute o importante papel desempenhado pelas doulas na divulgação de informações sobre a gestão e o parto e no apoio físico e emocional das parturientes.

 

“A disseminação da informação é o que vai trazer segurança para as mulheres na decisão sobre o seu parto”, afirmou durante o debate a integrante da Associação das Doulas do Distrito Federal Magali Melo. Segundo ela, é responsabilidade da doula “proporcionar que essa experiência seja vivida da melhor maneira possível”.

 

A chefe do núcleo de enfermagem da Casa de Parto São Sebastião, Clarice Maciel Lucio, também participou do debate. A unidade é referência em partos humanizados no Distrito Federal. Atualmente, a casa atende apenas grávidas da região leste.

 

Confira o documentário Sem hora pra chegar – a busca pelo parto humanizado no DF:

ATENÇÃO – As informações, as fotos e os textos podem ser usados e reproduzidos, integral ou parcialmente, desde que a fonte seja devidamente citada e que não haja alteração de sentido em seus conteúdos. Crédito para textos: nome do repórter/Secom UnB ou Secom UnB. Crédito para fotos: nome do fotógrafo/Secom UnB.