SERVIDORES

Universidade de Brasília adere à campanha Janeiro Branco, que busca conscientizar a população sobre cuidados com a saúde emocional


Tristeza e angústia são sentimentos normais. “Mas quando custam a ir embora é sinal de que a saúde não vai bem e precisa de cuidados”, afirma a coordenadora de Atenção à Saúde e Qualidade de Vida (CASQV) na UnB, Adelina Moreira. A coordenadoria é vinculada à Diretoria de Saúde e Qualidade de Vida no Trabalho (DSQVT/DGP).

 

Acostumada a lidar com casos de servidores que buscam atendimento psicológico no ambulatório 2 do HUB  a maioria deles em crise por problemas relacionados ao trabalho – Adelina afirma que, apesar dos benefícios de se falar sobre sentimentos e emoções, a prática ainda é tabu na sociedade por causa do estigma em torno de quem sofre de algum tipo de transtorno mental.

 

Segundo a especialista, as pessoas demoram a perceber que estão doentes e a procurar ajuda. O sofrimento psíquico é visto como fraqueza e motivo de vergonha. “É preciso vencer o preconceito e falar sobre as dores emocionais, buscando os cuidados necessários”, defende. “Uma simples tristeza pode evoluir para um quadro psíquico mais grave e a crise não avisa quando vai chegar”, alerta. “Não vale a pena sofrer em silêncio”.

 

Ela cita uma série de atividades criadas na UnB com o objetivo de promover o bem-estar dos servidores. "Os assistentes sociais e psicólogos da Coordenadoria de Atenção à Saúde e Qualidade de Vida realizam serviços de intervenção em crise e de acolhimento psicossocial aos pacientes". As iniciativas fazem parte de um espaço de escuta qualificada com profissionais preparados para acolher técnicos e professores e ajudá-los a superar dificuldades. “Em casos críticos, é feita uma intervenção no local de trabalho”, diz.

 

Confira aqui os serviços oferecidos pela CASQV/DGP. 

"Não vale a pena sofrer em silêncio", diz a coordenadora da CASQV/DGP Adelina Moreira Foto: Luis Gustavo Prado/Secom UnB


JANEIRO BRANCO – “A UnB apoia o Janeiro Branco e convida toda a comunidade acadêmica a conhecer o trabalho realizado pelas coordenações de Saúde e Qualidade de Vida no Trabalho e de Saúde Ocupacional”, diz o diretor da DSQVT/DGP, Nilton Farias. Ele ressalta o caráter preventivo da ação. “Falar sobre o problema pode evitar transtornos mais sérios e até o suicídio”, afirma.

 

Criada em 2014 por um grupo de psicólogos de Uberlândia (MG) para conscientizar as pessoas sobre a importância de se cuidar da saúde emocional, a campanha Janeiro Branco tem ganhado força no DF.

 

“A campanha surge para falar sobre saúde mental antes de a doença se cristalizar, sobre a importância do convívio no dia a dia nos ambientes sociais, no trabalho, na família, nos relacionamentos amorosos”, explica o psicólogo Vítor Barros, do Conselho Regional de Psicologia do Distrito Federal (CRP/DF). “Grandes empresas, como Caixa e Vale, aderiram à campanha e, em alguns lugares, ela está sendo oficializada, caso de Campinas (SP) e Natal (RN)”, conta Vítor.

 

E por que Janeiro Branco? Psicólogos explicam que o nome foi escolhido pelo seu simbolismo. Janeiro é um período do ano em que as pessoas costumam fazer planos e refletir sobre suas vidas, enquanto a cor branca está associada à paz.