INOVAÇÃO

UnB Alerta foi criado para contribuir com o trabalho da segurança dentro do campus

Foto: Mariana Costa/SSPDF

 

Alunos do curso de Engenharia da Computação e Ciência da Computação da Universidade de Brasília foram recebidos pela secretária de Estado da Segurança Pública e da Paz Social, Márcia de Alencar, para apresentação do aplicativo para celular UnB Alerta, desenvolvido por eles. O aplicativo foi feito para registrar casos de criminalidade e violência que acontecem dentro do campus Darcy Ribeiro, na Asa Norte. A reunião aconteceu nessa quinta-feira (6), na sede da SSP.


Com o aplicativo, alunos e funcionários da instituição podem se cadastrar e, caso percebam alguma movimentação que chame a atenção no campus, podem entrar em contato diretamente com a segurança local. “O campus Darcy Ribeiro não é cercado, então muitas pessoas circulam por lá. A ideia é que, após acionada, a segurança analise e verifique se a ocorrência requer intervenção”, explicou o professor de Ciência da Computação que propôs o projeto, Marcelo Ladeira.


Aliado a isso, o aplicativo também gera relatórios estatísticos com o mapeamento dos locais e horários que tenham maior incidência de fatos dentro do campus. Isso, segundo o professor, facilitará a comunicação com a SSP e com as forças de segurança na identificação da mancha criminal, que é uma estatística que reúne número de ocorrências, tipos de crime e local e horário em que eles acontecem. Consequentemente, isso definirá a estratégia da atuação da polícia.

 
Para quem trabalha diretamente na segurança do local, o aplicativo vem para contribuir. Para o diretor de segurança da UnB, Josué Guedes, a Universidade tem uma característica diferente, com várias entradas de acesso e prédios afastados uns dos outros. Então o aplicativo chega para agilizar o atendimento das ocorrências, diminuindo o tempo de resposta.


“A segurança não consegue estar em todos os lugares ao mesmo tempo. Com o aplicativo e com a ajuda dos alunos, conseguimos monitorar tudo em tempo real. A partir do momento em que as ocorrências são validadas, temos como monitorá-las”, comentou Guedes. “É também uma forma de aumentar a sensação de segurança da comunidade”, avaliou.


A secretária Márcia de Alencar aprovou o projeto e já pensa em uma parceria com a instituição para a utilização do aplicativo no Viva Brasília – Nosso Pacto pela Vida, programa de segurança pública do Governo de Brasília. “Tenho interesse em ver como podemos transferir essa tecnologia para outros ambientes educacionais”, adiantou a secretária.

 

A ideia é que, futuramente, o aplicativo seja utilizado nos outros campus da UnB, localizados em Ceilândia e no Gama. O projeto já está em funcionamento, mas passa por testes e avaliações e deve ser lançado oficialmente até novembro. O aplicativo começou a ser desenvolvido no início deste ano por 40 alunos. Atualmente é mantido por 11 alunos e conta com recurso do Decanato de Extensão e apoio do Decanato de Assuntos Comunitários da UnB.

O aplicativo funciona em celulares android. Quem não tem android pode acessar pelo site http://unbalerta.unb.br/

 

CONSCIÊNCIA CIDADÃ – Segundo o professor Marcelo, o projeto é mais do que uma forma em que os alunos se preparam para o mercado de trabalho. “Além dos jovens estarem se preparando profissionalmente, também queremos que eles tenham uma consciência cidadã. A formação deles é gratuita e essa é uma forma de retribuírem à sociedade a boa formação”, comentou.

O aluno de Engenharia da Computação, Eduardo Calil, do 7o semestre, disse que participar do projeto é gratificante. “Além do crescimento acadêmico, também tem o lado social que ajudará a melhorar a nossa comunidade”, disse.

Para a secretária Márcia de Alencar, é importante que seja construída essa cultura de consciência cidadã dentro do campus. “Mais do que uma ferramenta de controle, esse é um mecanismo solidário que podemos fazer com que as escolas sejam ambientes de consciência cidadã”, lembrou a secretária. “Que esse projeto seja uma forma de discutir a juventude, as intolerâncias e que as situações sejam resolvidas pacificamente. Que esse aplicativo não seja um instrumento de criminalização, mas sim cidadão”, finalizou.