MEIO AMBIENTE

UnB promove ações para racionalizar o consumo e diminuir o desperdício

Foto: Júlio Minasi/Secom UnB

 

Em tempos de crise e escassez de recursos naturais, o consumo consciente é uma prática cada vez mais exigida. Água, alimentos, papel, plástico, combustíveis e energia elétrica são alguns dos produtos mais consumidos e também desperdiçados em nosso planeta. O desafio que se coloca é desenvolver ações que influenciem e modifiquem o pensamento e os hábitos das pessoas.

 

Na Universidade de Brasília, atitudes que visam a utilização racional das reservas naturais são realizadas de forma sistemática. Servidores da Prefeitura do Campus, da Reitoria, dos decanatos e de outros setores da Universidade procuram otimizar o uso dos recursos. É o caso de Ana Elisa Rodrigues Cardoso, assistente em administração, que contribui para reduzir o consumo em seu local de trabalho. “Sempre fecho completamente as torneiras, quando termino de usar, e apago as luzes. Também procuro economizar papel e copos plásticos”, afirma a servidora.

 

A professora Izabel Zaneti, coordenadora do Núcleo de Sustentabilidade, considera que a UnB tem potencial para desenvolver várias ações no sentido de compor um meio ambiente sustentável. "Penso que a UnB deve, e pode, desenvolver uma consciência em relação ao desperdício da água, à manutenção de seus aparelhos, filtros e descargas de água regulada. Pode promover melhor mobilidade no campus, com implantação de ciclovias e projetos de 'carona amiga', aprimorar a coleta seletiva solidária e a destinação correta aos resíduos. Além disso, a Universidade deve estimular as tecnologias limpas e fomentar a educação ambiental", defende a docente.    

Trabalho na Central de Reciclagem do Varjão (CRV). Foto: Luis Gustavo Prado/Secom UnB

 

AÇÕES REGULARES – A Prefeitura do Campus é o órgão responsável pela manutenção das instalações prediais e pelo controle e abastecimento dos veículos da Universidade de Brasília. Além disso, realiza o gerenciamento de todo o consumo de água, energia elétrica e serviços de telefonia na UnB e desenvolve iniciativas para reduzir o volume de despesas da instituição. “Com monitoramento do uso dos recursos e campanhas de conscientização, no último ano, conseguimos baixar o consumo de telefonia, de R$ 2,5 milhões para menos de um milhão de reais. Isso sem baixar a qualidade dos serviços”, afirma o professor e prefeito do campus, Marco Aurélio Gonçalves de Oliveira.

 

Segundo o gestor, a correção de vazamentos, a adequação das descargas dos banheiros e o fechamento de torneiras acarretam significativa redução no desperdício e, consequentemente, enorme economia de verba pública. “No ICC, no ano passado, foram eliminados tantos vazamentos que pudemos economizar cerca de R$ 400 mil”, declara o prefeito.

 

COLETA SELETIVA – Criado em 2014, o Núcleo de Sustentabilidade da Universidade de Brasília desenvolve a Coleta Seletiva Solidária. Coordenado pela professora Izabel Zaneti e vinculado ao Decanato de Extensão, o projeto apresenta à comunidade acadêmica novas formas de separar os resíduos descartados e oferece a possibilidade de geração de renda aos catadores de materiais recicláveis. 

 

Dentro dos quatro campi da UnB estão instalados pares de lixeiras coloridas para o descarte de resíduos secos (azul) e orgânicos (cinza). A coleta é feita por funcionários da limpeza e enviada para cooperativas de reciclagem, como o Centro de Reciclagem do Varjão (foto), responsável pelo tratamento dos materiais recolhidos no campus Darcy Ribeiro. A Universidade também proporciona a capacitação de pessoal envolvido na logística de transporte dos resíduos a serem processados nesses locais.

 

ALIMENTOS – Apenas no Restaurante Universitário (RU) do campus Darcy Ribeiro são servidas, mensalmente, mais de 130 mil refeições. Por dia, são utilizados cerca de 300 kg de feijão, 260 kg de arroz e 1.000 kg de carne, além de 500 kg de legumes e frutas. Desse total, cerca de 300 kg de alimentos são descartados nas lixeiras, apenas no horário de almoço. Diante disso, a administração do restaurante deseja conscientizar o consumidor a evitar colocar no prato mais alimento do que pretenda comer.

Estagiários de Nutrição e Restaurante Universitário fazem campanha contra o desperdício de comida. Foto: Beto Monteiro/Secom UnB

 

Nas instalações do RU, campanhas educativas esclarecem os efeitos relacionados ao desperdício de alimentos. Em grandes cartazes colocados na área externa e em papeletas dispostas sobre as mesas do refeitório, mensagens objetivas apresentam a quantidade de comida que é jogada no lixo e quantas outras pessoas poderiam ser alimentadas, caso a destinação não fosse essa. O restaurante também tem como norma interna o uso nutricional de todas as partes dos alimentos que possam ser aproveitadas nas refeições. A cozinha prepara, por exemplo, doces feitos com cascas de melancias, laranjas e outras frutas na elaboração de receitas de sobremesas.

 

CONSCIÊNCIA – Segundo dados do Ministério do Meio Ambiente, a humanidade consome 30% mais recursos naturais do que a capacidade de renovação da Terra. Esses estudos indicam que, se os padrões de consumo e produção se mantiverem nos níveis atuais, em menos de 50 anos serão necessários dois planetas Terra para atender nossas necessidades de alimentos, água, energia elétrica e outros produtos.

 

Ao ter a consciência dos impactos causados na hora de escolher o que comprar, definir como usar e, principalmente, como descartar o que não serve mais, o consumidor pode diminuir o impacto negativo em diversos aspectos, como o econômico e o ambiental, e contribuir na construção de um ambiente sustentável. Esse é, basicamente, o conceito de consumo consciente, que aborda os hábitos cotidianos.

 

O consumidor consciente também valoriza as ações pautadas na responsabilidade socioambiental das empresas que fabricam os produtos e dá preferência a adquirir bens e serviços daquelas que se empenham na promoção da sustentabilidade no planeta. E faz isso de forma voluntária, cotidiana e solidária.

Arte: Núcleo de Sustentabilidade DEX/UnB

 

 

3Rs – O princípio dos 3Rs – Reduzir, Reutilizar e Reciclar – é utilizado para solucionar os problemas acima. Fatores associados a ele devem ser considerados como o ideal de prevenção e de não geração de resíduos, somados a padrões de consumo sustentável para poupar recursos naturais e minimizar o desperdício.

 

Reduzir significa consumir menos produtos e optar por aqueles que ofereçam menor potencial de geração de resíduos e tenham maior durabilidade.

 

Reutilizar é usar algo novamente. Por exemplo, potes plásticos de sorvetes servem para guardar alimentos ou outros materiais.

 

Reciclar envolve a transformação de materiais para a produção de matéria-prima para outros produtos, por meio de processos industriais ou artesanais. É fabricar um produto a partir de um material usado. Podemos produzir papel, reciclando papéis usados. Papelão, latas, vidros e plásticos também podem ser reciclados. Para facilitar o trabalho de encaminhar material pós-consumo para reciclagem, é importante fazer a separação no lugar de origem, como a casa, o escritório, a fábrica, o hospital, a escola. A separação também é necessária para o descarte adequado de resíduos perigosos.

 

>> Conheça como é feita a gestão de resíduos químicos e biológicos na UnB

 

Segundo o Ministério do Meio Ambiente, Repensar é um novo conceito que foi acrescido ao princípio dos 3Rs. É a reflexão do indivíduo sobre os seus atos de consumo e os impactos que eles provocam sobre a natureza, a economia, as relações sociais e, principalmente, sobre si mesmo.

 

CURIOSIDADE – A reciclagem de uma tonelada de papel evita o corte de, aproximadamente, dez árvores. Em 2015, foram consumidas, na Universidade de Brasília, cerca de 525 resmas por semana ou, aproximadamente, 1.470 kg de papel. Caso todo esse material fosse reciclado, poderia ser evitado o corte de mais de 14 árvores por semana, de acordo com o Núcleo de Sustentabilidade da UnB.

 

SERVIÇO

- Núcleo de Sustentabilidade da Universidade de Brasília  (61) 3107 5916

- Ministério do Meio Ambiente   http://www.mma.gov.br