DENGUE

Ações para combater o Aedes aegypti são intensificadas nos campi  

Arte: Marcelo Jatobá/Secom UnB

 

Na tentativa de evitar o aumento do número de pessoas contaminadas pelos vírus da dengue, zika e chikungunya, a Universidade de Brasília promove ações para eliminar os focos dos mosquitos transmissores dessas doenças. A Prefeitura dos Campi (PRC), responsável pela intensificação das ações, executa vistorias em todas unidades dos campi Darcy Ribeiro, Gama, Ceilândia e Planaltina.

 

Os servidores, designados pela PRC, procuram identificar e destruir os possíveis criadouros de larvas do mosquito. Márcio Lisboa, diretor de Manutenção Predial do Campus, observa que o serviço é difícil, pois a área a ser verificada é enorme e os acessos aos diversos locais são, muitas vezes, complicados.

 

"Temos muitos telhados, calhas e bueiros para verificar. Fazemos vistorias periódicas e sistemáticas. Acredito que o nosso trabalho está surtindo um efeito positivo", destaca. Segundo o diretor, desde que começaram as ações, os focos de mosquitos no campus foram consideravelmente reduzidos.

 

Para Rômulo Peres, diretor de Serviços Gerais da UnB, todos os servidores devem estar engajados nessa tarefa. Ele acredita que cada pessoa pode evitar o aumento dos focos de mosquitos. "Uma atitude simples, como a de não deixar água empossada, impede uma possível proliferação. Isso ajuda muito", observa.

 

Além dessas ações, foi realizada a Operação Fumacê, no campus Darcy Ribeiro, no dia 5 de fevereiro. A iniciativa, em parceria com o Governo do Distrito Federal, tem o objetivo de diminuir a incidência dos mosquitos transmissores dos vírus da dengue, zika e chikungunya.

A fêmea do mosquito Aedes aegypti introduz o vírus no sangue humano. Foto: James Gathany/ Creative Commons

 

VILÃO - O Aedes aegypti é um mosquito de hábitos domésticos. Vive dentro ou ao redor da casa e de outras construções frequentadas por seres humanos. Desta forma, ele sempre está próximo do homem. Tem hábitos preferencialmente diurnos e alimenta-se de sangue humano.

 

Segundo os pesquisadores, as fêmeas são as responsáveis por transmitir o vírus. A reprodução dos mosquitos ocorre em água limpa e parada onde as fêmeas, que precisam de sangue para fecundar, põem os ovos. Elas costumam picar as pessoas, geralmente, ao amanhecer e ao entardecer. Escondem-se embaixo dos móveis e nos cantos das paredes das casas. Eventualmente, o Aedes aegypti pode picar à noite, quando uma pessoa se aproxima do local no qual ele costuma se esconder. A contaminação acontece quando o mosquito introduz o vírus na corrente sanguínea humana por meio da picada.

Professor Marcos Obara pesquisa formas de combater os mosquitos. Foto: Luis Gustavo Prado/Secom UnB

 

PESQUISAS - O epidemiologista e professor da Faculdade de Ceilândia Marcos Obara realiza pesquisas relacionadas ao combate dos mosquitos. Junto com seis estudantes da graduação, estuda as propriedades da planta Serjania lethalis, também conhecida como timbó, que age na água, matando as larvas e evitando que o mosquito se prolifere.

 

As análises da ação do extrato da planta nos focos dos mosquitos foram iniciadas pelo professor da UnB Elias de Paula (já falecido). O docente do Instituto de Ciências Biológicas comprovou e registrou o uso do timbó no combate aos insetos.

 

O CANGACEIRO DA DENGUE - Num pequeno espaço, localizado no fundo da Prefeitura dos Campi, o piauiense Marcílio Sales exibe a sua coleção de aranhas, cobras e escorpiões. Todos os dias, o agente de saúde percorre o campus, a procura de mosquitos, formigas e outras pragas.

 

Há 21 anos, o prestador de serviços da UnB faz o trabalho de captura dos insetos. Nas suas andanças solitárias, ele já retirou do campus vários tipos de insetos e outros animais nocivos. "Eu conheço os locais onde ficam todos os tipos de bichos." Por essas histórias, Marcílio é chamado pelos amigos de "cangaceiro da dengue".

O prestador de serviços da UnB Marcílio Sales exibe sua coleção de insetos. Foto: Beatriz Ferraz/Secom UnB

Marcílio considera que o estímulo ao seu trabalho foi dado pelo falecido professor Elias de Paula. Para o agente de saúde, o botânico foi o responsável pelo seu interesse em agir contra as pragas. “Tudo o que aprendi devo ao professor. Ele me ensinou a identificar e eliminar os focos da dengue”, conta.

 

Segundo o Ministério da Saúde, a melhor forma de a população se proteger e exterminar o mosquito é evitar que ele nasça, ou seja, eliminar os locais propícios à reprodução dos mosquitos.

 

Orientações gerais de prevenção e combate (Ministério da Saúde)

 

Sobre o mosquito da dengue (Fiocruz)