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Exposição A-Riscado reúne obras de artistas e cientistas no Museu da República. Grupos podem acompanhar os bastidores de montagem

 

Uma exposição que começa muito antes da abertura ao público. Essa é uma das propostas de A-riscado, da UnB, no Museu Nacional. Foto: Tânia Fraga

 

Entender as confluências entre arte, ciência e tecnologia é uma proposta arriscada, por se colocar na intersecção movediça dessas áreas do conhecimento. Por causa deste entendimento, a mostra promovida pelo Laboratório Ábaco de Pesquisas Interdisciplinares sobre Tecnologias e Educação da Universidade de Brasília carrega o nome A-riscado. 

 

A exposição é a maior do gênero já realizada em Brasília, reunindo obras de dez importantes artistas locais de expressão nacional e ficará localizada no salão principal do Museu da República, a partir de 11 de novembro, quando será aberta ao público. Mas outras atividades ligadas à mostra começam já nesta segunda-feira (15). Às 15 horas, acontece o seminário de abertura do evento, aberto ao público e com a presença de expositores da mostra.

 

No mesmo dia, às 17h, começa a montagem da obras. Essa etapa segue até 10 de novembro, dando a dimensão da grandiosidade da exposição. Grupos de estudantes e professores de instituições públicas e privadas podem se cadastrar para conhecer os bastidores da montagem. A inscrição deve ser realizada no Museu Nacional.

 

“A finalidade de abrir as portas para a etapa de montagem é possibilitar que docentes e estudantes conheçam o processo de preparação que há por trás de uma grande exposição. Eles poderão acompanhar os bastidores e ver o passo a passo de cada fase", explica o docente Gilberto Lacerda, da Faculdade de Educação (FE) da UnB. Ele assina a curadoria de A-riscado, ao lado do diretor do Museu Nacional, Wagner Barja.

 

A exposição faz parte da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia 2018 e dialoga com a temática desta iniciativa – Ciência para redução das desigualdades. "O acesso irrestrito, democrático, inovador e abrangente à arte, à ciência e à tecnologia é também forma de promoção da igualdade social, da inclusão social e do rompimento de desigualdades", avalia o diretor do Museu Nacional, Wagner Barja, na proposta de curadoria do evento.

 

No documento, Barja e Lacerda defendem que "nos tempos atuais, dialogar com convergências e divergências é preciso". Para eles, além de dialogar, também é preciso agir. Neste sentido, o verbo agir, que em inglês é to act, fornece o acrônimo da identidade visual do evento: ACT – Arte, Ciência e Tecnologia.

 

REFLEXÕES A-riscado enfatiza os riscos das confluências em ambas as direções da temática. “São dois mundos distintos: de um lado a arte, do outro a ciência e tecnologia. Enquanto o cientista trabalha seguindo o método científico e buscando comprovações, o artista não utiliza nenhum método, a não ser o dele próprio. Então essa junção parece arriscada”, explica Gilberto Lacerda.

 

Para os curadores da mostra, a iniciativa desperta reflexões sobre convergências e divergências da temática. “Até que ponto a dimensão estética está presente e é importante na atividade dos cientistas? De que forma a arte pode ajudar a ciência e a tecnologia a se tornarem mais acessíveis ao público e vice-versa?”, questionam.

 

Para auxiliar os visitantes a compreender e refletir sobre o tema, a mostra vai contar com recursos didáticos. “Pensamos num sistema educativo que acompanhe o visitante e forneça explicação das obras, composto por monitores, ementa dos trabalhos e catálogo impresso da exposição”, detalha Lacerda.

 

Quatro dos dez expositores são estudantes da Universidade de Brasília. Fred Krause e Isa Rego são alunos de doutorado em Educação; Tarcísio Paniago e Leona Raio Laser, graduandos do Instituto de Artes. A-riscado é financiada pela Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAP-DF) e tem apoio da Secretaria de Cultura do Distrito Federal. A expectativa é que 130 mil pessoas visitem o evento até o final de janeiro.

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