SUSTENTABILIDADE

Evento reuniu palestrantes ligados a diferentes instituições do país. Preocupação com gestão das reservas nacionais esteve em pauta

 

Marcelo Firpo Porto, pesquisador da Fiocruz, abordou as questões relativas aos recursos e à sociedade do ponto de vista da saúde dos trabalhadores. Foto: Beto Monteiro/Secom UnB

 

Especialistas de diferentes instituições brasileiras estiveram na Universidade de Brasília para discutir as relações entre bens naturais, soberania e sociedade, na última sexta-feira (28). O evento, no auditório da Reitoria, concentrou palestras e roda de debate a respeito dos impactos dos temas, nacional e internacionalmente.

Participaram o geólogo e ex-diretor da Petrobras Guilherme Estrella, o geólogo e professor emérito da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Luiz Fernando Scheibe e o pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Marcelo Firpo Porto. A realização do encontro foi iniciativa da Faculdade UnB Planaltina (FUP), do Centro de Estudos Avançados Multidisciplinares (Ceam) e da Associação dos Docentes da UnB (ADUnB).

Especialista em educação no campo, área relacionada às discussões abordadas no debate, o professor da FUP Luiz Antônio Pasquetti deu as boas-vindas aos participantes. “Para nós é uma grande honra reunir pesquisadores em uma discussão tão importante.”

Luiz Fernando Scheibe, professor da UFSC, destacou a defesa da água em debate na UnB. Foto: Beto Monteiro/Secom UnB

 

A conservação dos recursos hídricos foi assunto levantado pelo professor Luiz Fernando Scheibe. O docente costuma abordar temas como privatização da água e defesa do Aquífero Guarani.

Para ele, a água deve ser vista como patrimônio nacional. “Conservar os recursos hídricos é fator fundamental no aspecto da soberania nacional”, avaliou.

Além das reservas de água, reservas de petróleo no Brasil foram mencionadas na discussão. Dessa vez pelo geólogo Guilherme Estrella. Ele era diretor de Exploração e Produção da Petrobras na época da descoberta da camada pré-sal. “Nossa reserva é muito grande. Com as reservas do Pré-Sal, podemos garantir a educação de várias gerações futuras”, afirmou.

A ressalva de Estrella diz respeito não à riqueza, mas à administração da mesma. Ele aponta como uma medida a ser adotada pelos próximos governantes do Brasil o maior investimento em ciência. “Devemos investir em pesquisa e tecnologia, para passarmos a ser produtores de conhecimento.”

Diretor da Petrobras na descoberta do Pré-Sal, Guilherme Estrella ratificou potencial desta riqueza nacional. Foto: Beto Monteiro/Secom UnB

 

A esse respeito, o pesquisador Marcelo Firpo Porto, do Centro de Estudos em Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana da Fiocruz, acrescentou considerações sob a ótica de sua área. “Os avanços tecnológicos devem servir para o bem-estar social, sem prejuízos da saúde do trabalhador, urbano ou rural. O desequilíbrio é sempre preocupante.”

Após as palestras, uma mesa-redonda com os palestrantes e integrantes do Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM) e da Plataforma Operária e Camponesa da Energia debateu a soberania e os impactos das ações da sociedade no planeta.

Ao fim das discussões, os organizadores propuseram-se a realizar um estudo para avaliar a criação de um fórum de discussões para futuras análises das condições ambientais do Brasil e do mundo.

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