QUALIDADE DE VIDA

Aberto ao público, evento acontece nesta quinta (27) e busca discutir propostas para prevenir o adoecimento no ambiente laboral

Arte: Divulgação

 

Na próxima quinta-feira (27), das 8h às 18h, acontece no auditório da Faculdade de Saúde a I Jornada Brasiliense de Prevenção da Saúde Mental no Trabalho. Promovida em parceria pela UnB e pela comissão especial de psicologia organizacional e do trabalho do Conselho Regional de Psicologia do Distrito Federal (CRP/DF), o evento pretende discutir práticas nocivas do ambiente de trabalho e propor alternativas a questões incômodas. O evento é gratuito e aberto ao público. O formulário de inscrições está disponível aqui.

 

“É importante que essa discussão deixe de ser um tabu”, afirma o psicólogo e conselheiro do CRP/DF Vitor Barros, organizador do evento. “Para prevenir o adoecimento, precisamos fazer o conhecimento sobre o tema circular”, acrescenta. “Hoje vemos a precarização do serviço e isso leva a uma vida de miséria psicológica e espiritual. Quando debatemos o assunto, promovemos saúde no trabalho”, complementa a professora e pesquisadora do trabalho Adelina Moreira, coordenadora de Atenção à Saúde e Qualidade de Vida na UnB (CASQV/DGP), que participará em uma mesa durante a Jornada.

 

“O processo de flexibilização do trabalho implantado pelo governo a partir da década de 1990 produz doenças que podem se manifestar até atingir o ápice do suicídio”, explica Adelina. Para ela, ao envolver-se na discussão, a academia deve expandir o conhecimento a respeito do tema, que abrange toda a sociedade. “Universidade é ensino, pesquisa e extensão. Difundindo o que é pensado aqui, mostramos para a comunidade que ela pode reagir e tem onde buscar suporte”, afirma.

 

DADOS – A Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Organização Mundial de Saúde (OMS), entidades autônomas que trabalham com a Organização das Nações Unidas (ONU), corroboram que o estresse do ambiente de trabalho pode levar à depressão e ao suicídio. Em países como o Japão, o índice de suicídios é de aproximadamente 20 habitantes a cada grupo de 100 mil. A média mundial é de quase 11 suicídios a cada 100 mil habitantes. “Os dados demonstram que o assunto tem sido discutido e que essa é uma preocupação real”, explica Vitor. “Inclusive porque um trabalhador afetado pela depressão causada no âmbito laboral gera impactos no desenvolvimento da organização como um todo”, acrescenta Adelina.

 

Uma análise disponibilizada pela OIT sobre trabalho e depressão explica a relação entre os temas. De acordo com os dados, o índice de depressão aumenta quatro vezes entre trabalhadores em situação de estresse laboral. “Os jovens chegam frustrados ao mercado de trabalho e ficam condicionados à aceitação de subsalários e à precarização. Isso aumenta o número de adoecimentos”, explica a Adelina Moreira. Já um estudo disponibilizado pela OMS aponta excesso de trabalho, prazos irreais, discriminação e assédio como causas potenciais de estresse relacionado ao trabalho. O documento enfatiza a relação entre esses fatores, depressão e até suicídio.

 

O professor emérito da UnB Vicente Faleiros, que também participará de uma mesa durante a Jornada, afirma que o evento pretende até mesmo influenciar mudanças na legislação trabalhista. "Esperamos que o evento leve as pessoas a refletirem sobre o tema e a proporem soluções que conduzam as relações de trabalho a serem menos negativas."

 

>> Mais informações na página do Facebook da Jornada ou pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

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