OPINIÃO

Da Assessoria de Comunicação da Universidade da Maturidade

 

A população idosa no Brasil tem crescido em ritmo constante nas últimas décadas, impulsionada pela diminuição das taxas de fecundidade e mortalidade, acrescendo-se a melhoria das condições de saneamento básico e avanços tecnológico-científicos, na área da saúde, impulsionados desde a década de 1960.

Fundada em 16 de abril de 2015, a Universidade da Maturidade/UnB, programa de extensão da Universidade de Brasília, em parceria com a Universidade Federal do Tocantins, surge com os objetivos de trabalhar a educação como estratégia de desenvolvimento de cidadania e inclusão do velho nos espaços sociais que lhe são de direito, de modo a contribuir para elevação dos níveis de saúde física, mental e social das pessoas acima de 40 anos, proporcionando atualização, reciclagem, inserção, informação e orientações práticas, bem como a valorização do ser humano perante a sociedade, integrando-as aos ambientes cultural, social e educacional.

Dados do censo de 2010 mostram que a população de idosos brasileiros, ou seja, o grupo etário de 60 anos ou mais, aumentou 42% em relação ao censo de 2000, contrastando com a população total que cresceu somente 12% (IBGE, 2010). Uma das características que acompanha o envelhecimento populacional é o surgimento de doenças crônicas não transmissíveis entre esse grupo e, como consequência, observa-se a crescente demanda por serviços sociais e de saúde.

De acordo com a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (2006), as necessidades decorrentes desse processo são múltiplas, entre as quais podemos destacar, particularmente, a de equipes multiprofissionais e interdisciplinares com formação ou capacitação na área de envelhecimento e saúde do idoso, bem como a qualificação da atenção aos idosos por meio de ações de promoção em saúde.

Por outro lado, as comorbidades não determinam por si só as condições de vida dessa população etária, uma vez que se tenha acesso às tecnologias existentes para o tratamento e monitoramento dessas condições clínicas. No entanto, é sabido que a manutenção da independência e autonomia do idoso é fundamental para a sua saúde e integridade social.

A valorização do ser humano deve se dar em todas as fases da vida. Porém, a cultura dos países é cada vez mais discrepante quando o assunto em questão é o velho, em que se presencia, por exemplo, no Oriente e em países Árabes, o velho é visto como pilar sustentador da sociedade. Já em países do Ocidente, se visualiza uma caracterização de estorvo, peso e infantilização do velho, com destaque ao preconceito.

O Distrito Federal não diverge dessa realidade que mantêm a visão Ocidental do velho, contudo, o envelhecer no DF não ocorre de forma igual para todos. As características locais demonstram uma situação mista de realidades econômicas regionais, contemplando os mais desfavorecidos até aqueles que possuem uma renda econômica elevada. Muitos velhos moradores do DF, independentemente da renda, envelhecem socialmente excluídos, apesar de se constituírem em porcentagem representativa da população geral do DF e contribuírem significativamente para a geração de renda local.

O aumento constante da população idosa (pessoas de 60 anos ou mais) no Distrito Federal fez com que se despertasse o interesse e visibilidade por essa população, que atualmente é de aproximadamente 326 mil pessoas, o que corresponde a 12,8% da população total residente no DF. Os aglomerados residem no Plano Piloto e em Ceilândia, com aproximadamente 45 mil, representando cerca de 28,0% da população idosa do Distrito Federal. A idade que se destaca com maior quantidade de idosos no Distrito Federal é a de 60 a 64 anos, com 31,9% do total, seguida da faixa de 65 a 69 anos, com 24,4% e de 70 a 74 anos, com 19,4%. A faixa de idosos entre 75 e 79 anos compreende 12,0% do total e a de 80 anos e mais, soma 12,2%.

A criação da Universidade da Maturidade do Distrito Federal (UMA/UnB) nasce alicerçada em uma estrutura pedagógica de aplicação de tecnologia social experienciada e vivenciada com grande sucesso na Universidade Federal de Tocantins, parceira da UMA/UnB. A parceria com a Universidade Federal de Tocantins possibilitará a expansão da tecnologia social implantada.

No Distrito Federal, o projeto se encontra ancorado na Faculdade de Ceilândia da Universidade de Brasília, com o firme propósito de abrir as portas da UnB à população etária que mais cresce no Brasil e no mundo.

Um dos objetivos da Universidade da Maturidade do Distrito Federal é  fomentar ações educativas e integrativa que possibilitem a ampliação de capacidades e habilidades na vida adulta e dos idosos da comunidade do Distrito Federal com foco na saúde, direito, esporte, lazer, arte e cultura de forma a contribuir para o desenvolvimento humano e social. Por outro lado, promover a educação emancipadora tendo o conhecimento construído a partir das experiências vivenciadas, estimulando o desenvolvimento de consciência individual, social, cultural e política na vida adulta e na velhice.

Também compõe os objetivos da UMA, a criação de um cenário de formação de cidadania e de compromisso social que inclua a comunidade acadêmica da FCE e a comunidade adulta e idosa, integrando ensino, pesquisa e extensão bem como as práticas de promoção de saúde e da cidadania para o envelhecimento ativo.

A Universidade da Maturidade pretende conhecer a realidade social e de saúde dos idosos do DF, identificando indicadores de determinantes sociais e de saúde para esse grupo etário na comunidade, os quais possam servir de subsídio para o planejamento conjunto de ações sustentáveis, bem como para possíveis intervenções. Além de democratizar o saber, possibilitando às pessoas adultas e idosas o acesso à Universidade, na perspectiva da educação continuada, do resgate da cidadania e do desenvolvimento do espírito de convivência.

Nossa missão é contribuir com o desenvolvimento humano integral na vida adulta e idosa utilizando uma abordagem interdisciplinar e holística, com prioridade para a educação, a saúde, o direito, o esporte, o lazer, a arte e a cultura e a intergeracionalidade, de modo a primar pela melhoria da qualidade de vida e pelo resgate da cidadania.

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