OPINIÃO

Maria de Fátima Brito Vogt é professora da Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília. Graduada em Medicina pela UnB e doutora pela Universität Düsseldorf da Alemanha.

Fátima Vogt

 

O rosa do laço foi usado pela primeira vez na década de 1990 na “corrida pela cura” nos Estados Unidos. Desde 1997, a ideia espalha-se mundo afora como uma “corrente do bem”, na tentativa de melhorar o nível de informação e conscientização das mulheres, e de fomentar políticas públicas para o diagnóstico precoce, tratamento adequado e apoio familiar aos pacientes em tratamento de câncer de mama.

 

O câncer de mama é responsável pela morte e, muitas vezes, mutilação das mulheres atingidas em todas as faixas etárias, principalmente, entre os 45 e 65 anos. É o câncer que mais mata as mulheres. Pode acometer os homens, com frequência aproximada de 100 mulheres com câncer para um homem. O número de casos novos esperado para o Brasil é de cerca de 58.000. As regiões do Brasil com maior incidência são Sudeste, Sul, Centro-Oeste e Nordeste; na região Norte é o segundo tumor mais incidente.

 

Desde 2000, a Sociedade Brasileira de Mastologia faz campanhas de conscientização da população sobre o câncer de mama e a importância do diagnóstico precoce para diminuir o estigma da doença e aumentar a auto-estima. Essas ações contam com o apoio da imprensa, do governo e principalmente de organizações não governamentais e grupos organizados de voluntários. Mulheres que tiveram câncer de mama expõem sua vida em benefício das outras. Um gesto belo e nobre! O objetivo de todos é compartilhar informações sobre o câncer de mama, promover a conscientização sobre a doença, proporcionar maior acesso aos serviços de diagnóstico e de tratamento e contribuir para a redução da mortalidade. O tratamento pode variar desde uma simples remoção do tumor até a tão temida cirurgia de retirada total das mamas. A cirurgia de reconstrução é um direito e deve ser ofertada nos casos indicados e no tempo adequado.

 

Desde então, o que mudou? As mulheres ficaram mais atentas e informadas? Ainda não o tanto que gostaríamos. Infelizmente não há o que comemorar, pois o acesso ao tratamento no tempo adequado ainda está restrito, inadequado e longe do ideal!

 

O que devemos enfatizar?

O fortalecimento das recomendações do Ministério da Saúde para o rastreamento e o diagnóstico precoce do câncer de mama, divulgar a importância do direito a realizar a mamografia de rastreamento da população feminina que não tem risco aumentado para câncer de mama, dos 50 aos 69 anos, pelo menos a cada dois anos, gratuitamente pelo SUS; mulheres com risco familiar ou genético devem ser investigadas mais precocemente a critério do médico mastologista.

 

Conscientize-se e faça a sua parte.

 

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