A Faculdade de Comunicação (FAC) recebeu, na última sexta-feira (5), a visita da reitora Márcia Abrahão, de decanos e de representantes de áreas administrativas da Universidade. Durante a conversa, professores, técnicos e estudantes apresentaram demandas em relação à infraestrutura e ao funcionamento da unidade. Entre os principais pontos debatidos, a melhoria das condições para as aulas no período noturno e a situação orçamentária da Universidade.

O diretor da FAC, Fernando Oliveira Paulino, fez um retrospecto das contribuições da faculdade para a UnB e para a cidade. Também apresentou uma série de desafios e oportunidades, tais como a necessidade de retomar espaços da FAC ocupados atualmente pelo Instituto de Ciências Humanas (IH) e as ameaças a comunicadores e educadores no contexto nacional. “Gostaria de agradecer o apoio que tivemos, do Gabinete, da Prefeitura, em situações de risco que contribuem para o adoecimento de professores, estudantes e técnicos”, mencionou.

A reitora fez uma breve apresentação sobre diretrizes e ações dos últimos dois anos e trouxe dados a respeito da situação orçamentária da Universidade. “De 2017 para cá, os recursos para investimentos caíram vertiginosamente. E as notícias que recebemos, vindas do Ministério da Educação, dão conta de que estaremos sujeitos a bloqueios e contingenciamentos de cerca de 25% da LOA [Lei Orçamentária Anual]”, contextualizou.

A chefe do Departamento de Jornalismo, Dione Moura, sugeriu que o assunto tivesse mais visibilidade nos canais oficiais da instituição. "Por mais que façamos uma boa gestão, não temos recursos. Eles [governo] seguem fazendo todas as reduções livremente. A Comissão de Educação [da Câmara] precisa de discentes por lá, para fazer pressão”, defendeu.

PROBLEMAS – Coordenadora do curso de Comunicação Organizacional, Elen Geraldes fez um relato de problemas enfrentados pelos estudantes no período noturno. “Nossos alunos pegam ônibus lotado, chegam aqui e não há bebedouro funcionando de maneira adequada. Os permissionários fecham as bancas de alimentação às 19h e já aconteceu algumas vezes de os vigilantes deixarem o posto antes das 22h.”

“Muitas vezes, não há papel ou sabonete nos banheiros”, acrescentou um estudante identificado apenas como Lucas, que estuda no período. Outra queixa foi em relação à ausência de um porteiro no noturno – a faculdade conta com um profissional até as 18h. A situação, disseram docentes e alunos, impede a utilização do ar-condicionado das salas, uma vez que a responsabilidade de ligá-los teria de ser do porteiro.

FISCALIZAÇÃO – A reitora explicou que a Universidade contrata serviços de limpeza também para o período noturno e frisou ser fundamental o engajamento da comunidade na fiscalização. “É preciso formalizar a situação junto à Prefeitura, tirar foto. Pagamos caríssimo para as empresas de limpeza e segurança.”

O prefeito da UnB, Valdeci Reis, esclareceu que os vigilantes dos estacionamentos precisam fazer rondas a pé, não somente permanecer sentados nas cadeiras elevadas. Também foi pedido que reclamações sejam registradas. Em relação aos bebedouros, Valdeci informou que a solicitação por novos equipamentos na FAC chegou em 25 de março. Ainda durante a reunião, ele anunciou que a faculdade receberá dois novos bebedouros, para serem instalados na parte interna – o que existe atualmente fica no corredor do ICC.

Quanto ao porteiro para o período noturno, a reitora disse que a administração continuará avaliando a situação, mas pediu compreensão em função da situação orçamentária. Também solicitou à direção da FAC que estude outras formas de controle de acesso à unidade e uma alternativa que permita a utilização dos aparelhos de ar-condicionado.

“Uma possibilidade é deixar os controles na secretaria e os professores pegarem antes da aula. Outro caminho seria fazer a ligação de forma manual. É um desperdício termos conseguido instalar os equipamentos e não ligarmos por conta do porteiro, que tem outra atribuição”, disse.

FLEXIBILIZAÇÃO – Outro assunto debatido na reunião foi a flexibilização da jornada de trabalho dos servidores técnicos. “Gostaria de saber se a Reitoria vai continuar bancando essa proposta”, questionou a servidora Regina Lúcia Oliveira, que trabalha na secretaria da pós-graduação.

A reitora explicou que o relatório da CGU de 2017 apontou a autorização de flexibilização de forma indiscriminada a todos os servidores. “O que não corresponde à realidade da UnB, mas, mesmo assim, fomos questionados. Além disso, mais tarde, o Ministério do Planejamento editou uma portaria que limitou ainda mais as áreas onde pode haver flexibilização no serviço público”, detalhou. “Não se trata de bancar. Sou bastante corajosa, mas a comunidade precisa ter ciência de que temos muitas limitações.”

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Márcia também aproveitou a visita para celebrar a parceria da administração superior com a FAC – unidade da qual vieram a atual secretária de Comunicação da UnB, Thaïs de Mendonça Jorge, e o antecessor dela, Sérgio de Sá. “Sabemos que, na gestão, precisamos priorizar coisas, e sempre achamos ser fundamental dar prioridade à comunicação. Foi por isso que retomamos, por exemplo, a revista Darcy”, destacou.

Na atividade, o decano de Assuntos Comunitários, Ileno Izídio da Costa, falou sobre a criação da Diretoria de Promoção à Saúde e Qualidade de Vida. “Em outras instituições, fora do país, vem se trabalhando cada vez mais com a ideia de universidade promotoras de saúde. Pretendo fortalecer esse modelo na UnB e, assim, dar mais qualidade de vida para toda a nossa comunidade”, explicou.

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