GESTÃO 2016-2020

Nova decana de Pós-Graduação, Adalene Moreira reúne experiência na concepção do projeto do Capes PrInt

 

A série publicada pela Secretaria de Comunicação (Secom) e pela UnBTV com os decanos da Universidade de Brasília segue com a entrevista realizada com a ex-diretora de Pós-Graduação e professora do IG Adalene Moreira, nomeada recentemente para o Decanato de Pós-Graduação (DPG). Adalene fala sobre o DPG e os planos futuros.

 

Docente do Instituto de Geociências (G) da UnB, Adalene Moreira assume o Decanato de Pós-Graduação (DPG). Foto: Raquel Aviani/Secom UnB

 

“Por meio de conhecimentos científicos atualizados e inovadores, pretendemos contribuir para a formação de profissionais de alto nível, capazes de resolver os problemas complexos que se manifestam em patamares nacionais e globais.” A frase concentra numa só ideia os objetivos do Decanato de Pós-Graduação (DPG) da UnB para os próximos dois anos, de acordo com a nova decana Adalene Moreira. Professora do Instituto de Geociências, ela assumiu recentemente o decanato que já conhecia bem. Desde o início de 2018, atuou como diretora de Pós-Graduação, coordenando o desenvolvimento de proposta para o edital Capes PrInt, que descreve como seu primeiro desafio no DPG.

A UnB tem 154 cursos de pós-graduação, com mais de oito mil estudantes. Grande parte da produção científica da instituição está distribuída nos 90 programas de pós-graduação (PPGs), que se dividem em doutorado acadêmico, mestrado acadêmico, mestrado profissional, cursos de especialização e residências. “A Universidade destaca-se por sua produtividade científica. Cerca de 20% dos docentes credenciados em PPGs são bolsistas de produtividade do CNPq, o que revela a alta qualificação”, avalia a decana.

Uma das ações prioritárias dos decanatos na gestão da reitora Márcia Abrahão tem sido simplificar os processos que envolvem a burocracia acadêmica. Nesse sentido, o DPG age para tornar os procedimentos mais fluidos e céleres. Assim, procura estreitar os laços com os programas de pós-graduação na simplificação de etapas, concentrando esforços na pesquisa. “Estamos reestruturando todo o decanato desde sua base, criando novas coordenações”, anuncia Adalene.

Parte da reestruturação do DPG corresponde ao surgimento de novos nomes para o setor. Coordenadora da Pós-Graduação em Antropologia Social (primeiro PPG a alcançar nota 7 – conceito máximo na avaliação da Capes), Antonádia Borges contribuirá com experiência em ciências humanas e sociais, áreas consideradas "muito relevantes" para o decanato, pois 55% dos PPGs são dessas áreas. Já o docente Emerson Fachin, da Faculdade de Ceilândia (FCE), trará expertise em cursos novos e um novo olhar para aqueles que estão com notas 3 e 4. “Ele entende a dinâmica de montar um curso de pós-graduação”, avalia a decana.

Os planos do decanato mantêm o foco no aprimoramento dos métodos de avaliação e métrica internas, com o intuito de desenvolver continuamente os programas e oferecer ensino e pesquisa de maior relevância e qualidade. Adalene destaca: “Também queremos ajudar os programas a se conhecerem melhor, e explorar o panorama de outros programas que existem no Brasil e no exterior”.

O programa Capes-PrInt permanece como fio condutor das ações do Decanato de Pós-Graduação. O objetivo, nesse caso, é o aumento de inserção em redes de pesquisa internacionais. Há, além disso, estímulo para que pesquisadores institucionalizem os projetos de pesquisa, que, na atualidade, somam cerca de 3.500 grupos. “Isso é necessário para que nossas pesquisas também sejam reconhecidas e aumentar o interesse do setor produtivo”, comenta Adalene. Confira a íntegra da entrevista:

 

Quais são os planos do Decanato para os próximos dois anos?
Vamos ampliar as ações com foco na avaliação dos programas de pós-graduação por meio do uso de ferramentas como o SciVal. Temos planos de concluir a compra do Scival em breve e de promover treinamento com os PPGs. O instrumento, que trabalha com a base Scopus, permite enxergar internamente os PPGs e comparar nossos programas com os de outras universidades, com outras pesquisas desenvolvidas no mundo, além de avaliar o peso e o impacto da nossa pesquisa. O SciVal irá integrar-se aos dois sistemas que foram desenvolvidos este ano pelo professor Alan Ricardo da Silva, que usam os dados das plataformas Lattes e Sucupira e permitem ao coordenador do PPG avaliar como está a evolução interna do programa e também compará-lo com programas semelhantes das outras instituições brasileiras. Assim, os cursos vão usar as plataformas Lattes, Web of Science e outras para aumentar os parâmetros e as métricas. Ademais, as informações ajudarão a melhorar a qualidade dos relatórios que são introduzidos na Plataforma Sucupira, o que é essencial para alcançar melhores notas na Capes. Queremos alavancar os programas com notas 3, 4 e 5 para que cheguem aos conceitos 5, 6 e 7 e entrar no grupo de excelência. Dos 90 PPGs, 30 têm notas 5, 6 e 7. A meta para próxima avaliação, de 2021, é aumentar esse número e chegar a 40 cursos com avaliação de excelência. Queremos melhorar a visibilidade da Universidade, inclusive em rankings internacionais, pelo mapeamento de indicadores. Outro plano é aumentar cerca de 30% as disciplinas ministradas em inglês e com participação de docentes estrangeiros. O reforço na difusão de línguas estrangeiras, em geral, e do inglês, especificamente, é essencial para o pleno desenvolvimento do processo de internacionalização da UnB. Temos planos de promover maior mobilidade acadêmica, tanto recebendo estudantes e docentes estrangeiros quanto enviando acadêmicos para o exterior. Queremos automatizar os editais, aumentando nossa agilidade no processamento das chamadas e alcançando mais pessoas. Já estamos trabalhando na fusão de alguns programas de pós-graduação. Alguns que estão isolados serão muito mais sólidos neste novo formato que promove a interdisciplinaridade. Se for pertinente, pretendemos criar novos programas em áreas estratégicas para o país. Um exemplo é o programa de Nanotecnologia. E ainda pretendemos aumentar nossa atuação em interface com o setor produtivo.

 

Quais são os desafios do DPG?
Reforçar a difusão da língua inglesa e outros idiomas é essencial. Para isso, pretendemos nos aproximar ainda mais do UnB Idiomas. A ideia é fornecer para a comunidade da pós-graduação mais possibilidades de fazer o exame Toefl [de proficiência em inglês] e também cursos de idiomas adaptados para as demandas específicas dos PPGs. Também estamos de olho no mandarim, pois a China é um dos parceiros-chave na internacionalização e uma grande fonte de aporte de recursos para a pesquisa. Um dos objetivos estratégicos é promover a integração das redes de pesquisa, incrementando o número de professores e pesquisadores da UnB em redes internacionais. Não podemos esquecer a necessidade de promover a desburocratização. Estamos empenhando esforços institucionais para a simplificação dos processos. Ainda queremos incrementar os espaços virtuais, pois a infraestrutura na UnB é insuficiente nesse sentido, como a existência de salas de videoconferência, por exemplo. Nos próximos anos almejamos fortalecer nossas informações sobre os egressos. Nossos PPGs formam lideranças reconhecidas no Brasil e no exterior. Temos muito orgulho deles. Alguns estão em agências de relevo, outros são docentes e lideram pesquisas de ponta.

 

Desde 2017, a UnB vem convivendo com redução orçamentária. Como vislumbra os próximos anos da pós-graduação na UnB face a essa limitação?
Temos garantidas as bolsas oriundas do Capes-PrInt, que se estendem de 2019 até 2022 e focam os cursos com notas 5, 6 e 7. Além disso, iremos promover chamadas internas dentro dos PPGs com notas 3, 4 e 5 para oferta de novas bolsas. O decanato vai criar uma política de bolsas para abarcar todos os cursos.

 

A internacionalização é uma das grandes metas da UnB. Como está a pós-graduação da universidade neste quesito?
O DPG tem como missão promover e gerenciar o ensino de pós-graduação da UnB, fomentando não só a qualidade do ensino, mas também a qualidade e o aumento da nossa inserção internacional. Precisamos lembrar que o sistema de pós-graduação é um dos principais espaços de catalisação de oportunidades e experiências internacionais para o desenvolvimento de competências globais de docentes e discentes. Temos várias diretrizes para a internacionalização da pós-graduação. Trabalhamos durante 2018 no Plano de Internacionalização, sob a coordenação do vice-reitor Enrique Huelva, e na elaboração do Projeto de Internacionalização. O primeiro grande resultado foi a aprovação do Capes-PrInt. A nossa ideia é fornecer ao estudante de pós-graduação formação internacionalizada e uma das formas é por meios dos acordos de cotutela e cursos de dupla e tripla titulação que temos. Nos últimos cinco anos, foram desenvolvidos 3.558 projetos de pesquisa na UnB, muitos em cooperação internacional. Grande parte dos projetos internacionais contam com pesquisadores dos países do hemisfério norte, como Canadá, Estados Unidos, da Europa e da América Latina, gerando oportunidades de intercâmbio científico e inserção em redes internacionais. As publicações entre os anos de 2012 e 2017 resultantes de colaborações internacionais têm um total de 26.428 citações (média de dez por publicação), em contrapartida, as publicações nacionais têm 14.617 citações (média de 4,8 por publicação). Isso nos mostra que a internacionalização tem grande impacto na produção da UnB. Há muitos pontos fortes que favorecem nossos esforços, como o ambiente cosmopolita da capital federal, que repercute na presença e atuação crescente de professores internacionais. Constatamos que grande parte dos projetos internacionais de pesquisa da UnB são mobilizados por docentes dos PPGs.

 

Confira aqui a entrevista para a UnBTV:

 

 

 

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