GESTÃO 2016/2020

Diretor do Centro de Informática, Jacir Bordim acredita que minimizar frequência de interrupções é requisito para alcançar excelência de serviços

 

Para abordar os desafios e as perspectivas de diferentes unidades acadêmicas e administrativas, a Secretaria de Comunicação entrevista gestores da Universidade de Brasília. O diretor do Centro de Informática (CPD), Jacir Bordim, apresenta o atual panorama do setor e projeta melhorias.

 


Diretor do CPD falou à Secretaria de Comunicação sobre desafios do Centro. Foto: Beto Monteiro/Secom UnB

 

Criado em 1991 para substituir o Centro de Processamento de Dados, o Centro de Informática (que manteve a sigla CPD) é um lugar vital para o funcionamento da Universidade de Brasília. Subordinado ao Decanato de Planejamento e Orçamento (DPO), o setor é responsável por todo o sistema de Tecnologia da Informação (TI) da UnB. Todos os dados passam por lá. Segundo o professor do Departamento de Ciência da Computação e novo diretor do CPD, Jacir Bordim, o Centro atravessa um momento de alteração da estrutura organizacional.

 

“Há necessidade de presença maior da área de TI no corpo da Universidade, incluindo demandas legais oriundas do governo federal. São regras, normas e legislações que precisamos atender. E, como universidade, não basta atender, mas também é preciso dar respaldo à comunidade acadêmica, ao público em geral e a órgãos de controle, no que tange às informações que temos”, diz. “Por ser área de TI, o Centro acaba envolvido em muitas partes do processo e é muito demandado”, acrescenta.

 

Uma das solicitações constantes que chegam ao Centro é a informatização dos processos. Acerca disso, Bordim afirma que é necessário, também, rever a estrutura burocrática da UnB. “O CPD pode automatizar um processo, fazer com que as informações fluam de forma mais rápida. Mas, se existe muita burocracia, ele vai continuar lento. Precisamos rever esses fluxos. Se fizermos isso, otimizá-los e informatizá-los, talvez, aí sim, tenhamos um ganho de tempo efetivo”, destaca.

 

Além disso, o diretor reforça a necessidade de que a comunidade acadêmica tenha clareza a respeito do trabalho desempenhado pelo Centro. “É preciso esclarecer o que o CPD faz e o que a Prefeitura do Campus (PRC) faz. As pessoas precisam conhecer melhor os serviços do CPD e vamos trabalhar para isso". Confira a entrevista:

 

Quais são os desafios do CPD?

 

Desde coisas simples até aquelas que extrapolam o Centro. Um elemento simples que acaba se tornando complicado é o problema crítico de fornecimento de energia elétrica. Precisamos resolver isso, porque toda nossa informação está hospedada em equipamentos que são alimentados por uma fonte de energia. Uma vez que a transmissão falha, por mais que tenhamos gerador, o serviço fica limitado. E se um gerador apresentar problema, temos de desligar todos os equipamentos. Com o desligamento, perdemos conectividade com toda a parte de acesso às nossas informações e isso acaba impactando a comunidade inteira. Além disso, a Universidade fica cada vez mais dependente da área de tecnologia. Um exemplo é o Sistema Eletrônico Integrado (SEI), que foi implementado há pouco mais de um ano. Praticamente todos os processos dependem da nossa estrutura: a página da UnB, nosso e-mail institucional. Se ela para ou se há um problema, obviamente este serviço vai acabar sendo impactado. No que tange a ações de médio e longo prazo, temos as questões de acesso às nossas informações e de melhorias em nossos sistemas informatizados, que envolvem várias áreas, acadêmica e administrativamente. Alguns sistemas corporativos na área de recursos humanos, o e-mail e a UnB Wireless também precisam evoluir.

 

O que pode ser feito sobre as falhas de energia elétrica?

 

Primeiramente, conversar com a CEB e ver o que ela consegue melhorar, porque estamos em uma área da Asa Norte em que falta energia com certa frequência. E como esta unidade depende de energia, precisamos de um mecanismo paliativo. Temos geradores e no-breaks aqui. O no-break, no momento em que se identifica uma falha, uma interrupção de energia ou até mesmo uma variação de corrente, tem a função de manter a infraestrutura operante por um curto período, até que um gerador entre em funcionamento e assuma a responsabilidade de fornecer energia para aquilo que é crítico. Obviamente, um gerador tem um limite e um prazo de tempo de acordo com o quantitativo de combustível que ele suporta. Se exaurir o combustível, tudo para. Hoje, a autonomia dos geradores é de 18 horas. Dentro desse período, ou colocamos mais combustível ou esperamos que a energia retorne. Essa é uma das limitações que temos.

 

Quais são as outras limitações?

 

Todos os equipamentos do CPD carecem de manutenção, de periodicidade e de investimento. Essas questões precisam ser colocadas como prioridade para que o Centro tenha condições de prover o serviço que se espera dele. Então, embora não tenhamos condições de fazer com que a CEB nos garanta que não vai ter interrupção de energia – até porque, eventualmente, podem haver imprevistos – a gente gostaria que esses eventos acontecessem com a menor frequência possível. Nós, da Universidade, temos de estar preparados para resolver ou pelo menos suportar minimamente essas interrupções em condições que não comprometer nosso serviço.

 

Há planos para a compra de novos geradores?

 

Os geradores já temos. O que estamos discutindo com a DIMEQ/PRC é um contrato de manutenção desses equipamentos, que hoje não existe. Estamos substituindo os nossos no-breaks, porque já exauriram a capacidade. Esses dois processos estão em andamento. O prazo, contudo, depende de diversos fatores, como questões orçamentárias e financeiras. A gente sabe que está em um cenário bastante crítico, então dependemos de uma priorização para que os processos possam ser executados dentro do prazo que se espera, sem maiores prejuízos.

 

A inconstância de energia é o maior gargalo do CPD?

 

No que tange ao acesso ao servidor do CPD, eu diria que ela é um risco. Porque uma falha de energia que interrompa nosso serviço pode impactar na pesquisa de um aluno, em uma dissertação de mestrado, no serviço que a Universidade está executando, no SEI, que vai parar, no e-mail institucional, que também vai parar. Ou seja, tem um impacto muito grande. O acesso a todas as nossas informações também é completamente interrompido nesse caso. Então, há um risco muito grande e um prejuízo muito grande. Pessoas de fora da UnB acabam não acessando nossa página e isso também gera uma imagem ruim. É difícil mensurar, mas há um impacto negativo para a nossa imagem na Universidade.

 

Acerca dos planos de médio e longo prazo, o que se vai ser evoluído e melhorado?

 

Temos uma demanda muito grande de acesso à informação, não só pela legislação, como também pela necessidade de ter as informações disponíveis de forma mais rápida e eficiente para o nosso demandante. Queremos desburocratizar o acesso à informação, fazer com que o usuário que queira algum documento não precise se deslocar a alguma unidade para tê-lo. Mas isso implica algumas questões, como a segurança de dados. Temos de tratar deste assunto com muita cautela e cuidado.

 

A administração superior afirma querer desburocratizar os processos dentro da Universidade. O que isso significa para o CPD?

 

O CPD é parte desse movimento. Os processos precisam ser desburocratizados até para que possam ser automatizados. São duas coisas na mesma linha. Existem os processos que deveriam ser automatizados e não são. Esse é um desafio nosso, de desenvolver sistemas amigáveis, fáceis de serem operados e que produzam os resultados esperados. Muitas vezes isso implica rever, otimizar e desburocratizar processos, rever formas de trabalho. Isso pode envolver questões culturais, pois impacta as pessoas e suas formas de trabalho. Em algumas áreas, haverá necessidade de adequação do usuário aos novos processos e à nova filosofia. Pode demandar um pouco mais de tempo. É um trabalho que tem de ser feito não só pelo CPD, mas também pelas unidades que estão demandando maior celeridade em seus processos. Nós também precisamos rever e aprimorar nossos fluxos para dar maior celeridade àquilo que fazemos, inclusive ao desenvolvimento de sistemas.

 

Sobre a demanda de novos sistemas amigáveis e fáceis de serem operados, o CPD tem capacidade técnica e estrutura para isso?

 

A equipe do CPD cresceu bastante em termos quantitativos. Hoje temos um volume de pessoas bastante adequado. No entanto, precisamos investir em capacitação de pessoal, para que venham a dar a resposta que a UnB deseja deles. Acredito que estamos no caminho, temos um pessoal muito bom. O CPD hoje tem condições de atender à demanda. Obviamente, prazo, número de pessoas e capacitação são questões que devem entrar na equação. Isso tudo deve ser acordado com a alta administração para saber quais serão as prioridades, como vamos evoluir e de que forma vamos poder atender melhor à Universidade.

 

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