RECEPÇÃO

Estudantes são recebidos com atividades educativas e culturais que integram a campanha UnB Diversa e Plural

 

Matheus, Gabriel e William são calouros de Relações Internacionais. Foto: Júlio Minasi/Secom UnB

 

Centenas de alunos aprovados no último vestibular ocuparam cadeiras e estandes na programação de boas-vindas realizada no Centro Comunitário Athos Bulcão. Para esses calouros, além de marcar o início do semestre letivo, a data significa o começo de uma fase cujos desafios acadêmicos e profissionais resultam em uma mistura de sentimentos – alegria, ansiedade, euforia, curiosidade, inquietação.

 

Diante de tanta novidade, nada melhor do que ser bem acolhido. Apresentação musical, pintura interativa, atividade física com jogos e brincadeiras e distribuição de kits integraram a programação da aula magna que, norteada pelo tema UnB Diversa e Plural , teve a participação do juiz do TJDFT Ben-Hur Viza e da vice-presidente da OAB/DF Daniela Teixeira.

 

<< Diretora Anna Muylaerte e atriz Camila Márdila participam da aula magna noturna

 

Gabriel Meira, de 18 anos e calouro de Relações Internacionais, aprovou a iniciativa. “A maioria dos estudantes que estão chegando são egressos do Ensino Médio. Uma recepção assim serve para ambientá-los e incentivá-los a aceitar a divergência de opinião, principalmente nesse momento em que vivemos, com agressões físicas e verbais se tornando cada vez mais comuns”, opina. 

Beatriz Rossi (centro) com novos colegas na Árvore Unidipluridiversidade. Foto: Luis Gustavo Prado/Secom UnB

 

Para o colega de curso William Alves, de 23 anos, a sociedade passa por uma transição e as pessoas começam a encontrar espaço para se assumir como são, mas nem sempre são aceitas. Ele entende que na universidade não pode haver espaço para homofobia, machismo, racismo, transfobia. “Em alguns anos, eu quero ser um pai, ou ser um amigo, ou estar estar em um ambiente onde as pessoas aceitam uns aos outros. Isso começa aqui com a gente”, defende William.

 

Entre seus planos profissionais, está o desejo de trabalhar com refugiados de guerra e, por isso, diz estar sempre atento às questões sociais que envolvem xenofobia e racismo e enfatiza que “a diversidade é fundamental, procuro trabalhar essa aceitação dentro de mim e com quem convivo”.

 

Beatriz Rossi, 17 anos, é caloura de Biblioteconomia e achou "a iniciativa legal porque em todo o Brasil vemos que há intolerância" e acredita que "os jovens dessa geração estão tentando mudar isso".

 

Junto com outros recém-ingressos, Beatriz deixou sua contribuição na Árvore Unidipluridiversidade, painel para o estudante expressar o que pensa ou sente sobre sua chegada à Universidade. A atividade pedagógica foi promovida pelo Serviço de Orientação ao Universitário (SOU). “Esse é um momento de grande alegria para o aluno, mas também de muita vulnerabilidade devido às transições. Então a gente oferece esse espaço de acolhida e de expressão”, explica a psicóloga escolar e coordenadora do SOU, Juliana Nóbrega.

Calouros de Arquitetura e Urbanismo na tela de Pintura Comunitária. Foto: Júlio Minasi/Secom UnB

 

A participação dos recém-chegados também ficou registrada na tela de Pintura Comunitária, promovida pela Diretoria de Esporte, Arte e Cultura (DEA). A proposta é registrar em cores e traços a emoção de pertencer à UnB, as expectativas para a vida acadêmica e as impressões sobre o tema UnB Diversa e Plural

 

Os novatos do curso de Arquitetura e Urbanismo Eduarda Proença (20), Gabriel Rezende (18), Giula Areal (18), Isabela Drumond (18) e  Lucas Augusto (18) compareceram em grupo à aula magna, deixaram sua contribuição e compartilharam suas opiniões sobre a temática do evento.

 

“Não esperava por tudo isso. Vim de outra faculdade onde a recepção ainda era com trote. Achei muito importante essa mudança de comportamento”, conta Isabela. "Mesmo que a trajetória de estudo seja difícil, vai ser muito gratificante. Esses cinco anos de estudos na faculdade não são apenas para se formar e ter uma profissão. São uma vivência que nos prepara para situações da vida cotidiana”, opina a estudante.

Andrezza Liz, ingressa de Saúde Coletiva. Foto: Luis Gustavo Prado/Secom UnB

 

O debate sobre a violência contra a mulher também despertou o interesse dos estudantes. Para Andrezza Liz, 18 anos, ingressa do curso de Saúde Coletiva, “esse é um tema importante porque, mesmo nas universidades, a mulher tem sido com frequência vítima de violência física e moral”.  Ela ressalta a importância de “conscientizar os alunos para que tenham voz ativa nesse debate e para que esse problema venha ser dissipado”.

 

<< Boas-vindas prevê programação cultural durante o mês de agosto