A UNB QUEM FAZ É A GENTE

Isolamento social imposto pela covid-19 não parou a Universidade. Estratégias institucionais possibilitaram novas dinâmicas de atuação acadêmica e científica

A Secretaria de Comunicação (Secom) da UnB publica uma série de matérias para dar visibilidade às ações da campanha institucional A UnB quem faz é a gente voltadas aos diferentes segmentos universitários. O intuito é mobilizar esforços coletivos que contribuam para manter a Universidade cada vez mais viva neste momento ímpar de recuperação da pandemia de covid-19. A seguir, entenda como a atuação docente tem sido decisiva para que a instituição dê continuidade à produção do conhecimento.

Campanha A UnB quem faz é a gente valoriza as diferentes soluções adotadas pela comunidade universitária para superar as adversidades do contexto atual. Arte: Secretaria de Comunicação/UnB

 

Ao longo dos 60 anos de sua existência, a Universidade de Brasília já enfrentou muitos desafios. Certamente, o ano de 2020 também irá marcar a história institucional e será lembrado pelas próximas décadas. A pandemia de covid-19, que surpreendeu todo o mundo, provocou mudanças em diversos setores da sociedade. Não foi diferente com a educação. Escolas, institutos e universidades tiveram de paralisar suas atividades para seguir a recomendação dos governantes e autoridades de saúde de manter o isolamento social.

 

O período complexo e de inúmeras adversidades também representa momento transformador, que reflete os anseios da comunidade acadêmica em assegurar ensino, pesquisa e extensão de qualidade. Embora sem os encontros presenciais, a UnB passou meses se preparando e planejando o retorno das aulas, que aconteceu de forma remota em 17 de agosto.

 

A novidade impulsionou novo olhar para o ensino, que precisou ser adaptado do modelo presencial para o remoto, sendo utilizadas essencialmente plataformas de aprendizagem on-line. A preocupação inicial da professora Maria Hosana Conceição, da Faculdade UnB Ceilândia (FCE), foi se dispersando à medida que ela foi se familiarizando com as ferramentas tecnológicas.

"Em mais de três décadas como professora e pesquisadora, não imaginava vivenciar uma situação como essa, tendo apoio de equipe", comenta a professora da FCE, Maria Hosana Conceição. Arte: Secom/UnB. Foto: Arquivo pessoal

 

A docente do curso de Farmácia participou de diferentes capacitações oferecidas pelo Centro de Educação a Distância (Cead). "As lives do Cead foram e continuam sendo o nosso suporte didático para aperfeiçoarmos as nossas disciplinas no modo remoto. Participei ativamente em cada uma delas e aprendi sempre, aplicando na prática quando tinha acesso a um novo recurso", afirma.

 

Formou-se uma rede entre os professores que se mobilizaram para ajudar uns aos outros. "Quem conhecia as ferramentas do Moodle Aprender 2 e 3, por exemplo, passou a ensinar outros colegas, mesmo sem conhecê-los pessoalmente. Eu tive a oportunidade de participar de um grupo on-line e foi uma experiência incrível", compartilha Maria Hosana, que já estava acostumada a utilizar a plataforma Moodle na graduação. 

 

IMPACTO POSITIVO – Outra ação de destaque nesse processo foi a cartilha lançada pelo Decanato de Ensino de Graduação (DEG) para orientar a comunidade acadêmica sobre o ensino remoto. "Tive a oportunidade de conhecê-la desde a sua construção a partir dos trabalhos da equipe do Comitê Gestor do Plano de Contingência em Saúde da Covid-19 (Coes) e dos subcomitês específicos", aponta a professora da FCE.

 

>> Relembre: DEG lança cartilha para orientar retorno às atividades não presenciais

 

Para o decano de Ensino de Graduação, Sérgio de Freitas, as ações contribuíram, nesse momento, principalmente com o aspecto comunicacional, uma vez que possibilitam resposta rápida, direta e clara. "A cartilha, por exemplo, promoveu encaminhamento para que todos – estudantes, professores e coordenadores de curso – tivessem indicações rápidas sobre como atuar em certas situações", cita.

 

Quanto às lives, o decano acredita que o diferencial está na empatia, uma vez que o docente pode fazer perguntas pontuais e ter referência dentro da própria instituição: "Isso traz uma segurança muito maior, tanto pelos professores que assistem quanto pelos que estão ministrando, pois observamos que quanto mais empática, maior a disposição para interagir ou vivenciar uma mensagem".

 

"Nós avaliamos que a receptividade foi muito boa, inclusive temos relatos de diversos professores que se surpreenderam positivamente", expressa Sérgio de Freitas.

 

Para Maria Hosana, o novo formato motivou a atualização das aulas clássicas do ensino presencial. "Ainda não temos a mensuração total dessa aprendizagem, mas é excepcional. Não somente nós, professores, aprendemos mas os alunos também ganharam muito no processo de aulas síncronas e assíncronas", pontua a docente, que preparou questionário para conhecer a percepção dos estudantes sobre a disciplina no modelo remoto emergencial.

 

REARRANJO NA CIÊNCIA – A pesquisa da Universidade também precisou ser readequada para o contexto pandêmico. Uma estratégia do Subcomitê de Segurança do Trabalho (SCGP), vinculado ao Coes e à Coordenação de Engenharia e Segurança no Trabalho do Decanato de Gestão de Pessoas (Cest/DGP), foi a realização de inspeções de saúde e segurança do trabalho nos ambientes laborais em funcionamento.

 

Em paralelo, a UnB passou a incentivar ações de pesquisa, inovação e extensão voltadas ao combate da covid-19 e às consequências da pandemia. Na prática, foram viabilizados recursos para financiamento de 47 projetos científicos e tecnológicos relacionados ao enfrentamento do novo coronavírus. A medida foi resultado de esforço conjunto do Comitê de Pesquisa, Inovação e Extensão de combate à covid-19 (Copei), e dos decanatos de Pesquisa e Inovação (DPI) e de Extensão (DEX).

 

Além disso, em convênio com a Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec), foi criado fundo de doações para projetos de pesquisa, inovação e extensão com foco no combate à covid-19. "Os materiais, insumos e reagentes custam caro em situações normais, e ainda mais em período de escassez e dólar alto. Sem financiamento e infraestrutura adequada, é impossível fazer pesquisas que possam ajudar significativamente as pessoas que estão sofrendo ou morrendo pela doença", diz o professor da Faculdade de Medicina André Nicola.

 

>> Relembre: UnB cria fundo para doações de combate à covid-19

Para o professor André Nicola, é gratificante conhecer profissionais envolvidos em diversas etapas do sistema público de saúde. Arte: Secom/UnB Foto: Arquivo pessoal

 

O pesquisador está coordenando ensaio clínico em parceria entre a UnB, a Fundação Hemocentro de Brasília e a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), por meio da coleta de plasma sanguíneo de pessoas recuperadas da covid-19.

 

"Já coletamos plasma de convalescentes de um número bem razoável de doadores. Do lado do tratamento, incluímos no estudo 34 pacientes, dos quais metade recebeu o plasma e a outra metade não. Precisávamos inicialmente de 50 doadores, mas aproximadamente 450 pessoas se cadastraram no site do Hemocentro", menciona sobre a repercussão positiva com a divulgação do trabalho.

 

SEGURANÇA E INCENTIVO À PESQUISA – "A maior dificuldade em fazer pesquisa durante a pandemia é a segurança da equipe de pesquisadores. Nós fizemos várias mudanças à rotina, mas ainda assim é impossível garantir 100%", ressalta o professor André Nicola. Em sua visão, o aspecto pessoal também está prejudicado: "Não podemos encontrar pessoalmente com as pessoas, apertar as mãos, sentar para conversar sobre os projetos, olhar nos olhos. Fazemos quase tudo pela internet ou telefone. Mas ciência é uma atividade humana".

 

Decana de Pesquisa e Inovação, Claudia Amorim considera que os protocolos para trabalho em laboratórios da UnB durante a pandemia, elaborados pelo Coes por consulta do Copei, geraram efetivamente maior sentimento de segurança para os envolvidos em pesquisas. "Houve uma sensação de que a UnB está atenta aos acontecimentos e à salvaguarda de todos", observa.

 

Uma das primeiras ações do DPI foi reunir todas as pesquisas e ações de extensão e inovação, através de chamadas prospectivas, antes mesmo de ter financiamento garantido. "Isso trouxe clareza e, obviamente, estimulou a participação de pesquisadores de diversas áreas de conhecimento, uma vez que, naturalmente no início, entraram basicamente as áreas ligadas à saúde e epidemiologia. Num segundo momento, 35 áreas fizeram propostas para o combate à pandemia e todas as suas consequências", relata.

 

Com relação aos desafios que ainda precisam ser superados sobre a covid-19, André Nicola enumera: "o primeiro é conseguir controlar o número de casos, mostrando à população a importância de seguir instruções cientificamente sólidas de isolamento e máscaras, por exemplo. O segundo é diagnosticar e rastrear os casos com maior eficiência, para diminuir o número de infectados. Depois vem o grande desafio de conseguir uma vacina eficaz e distribuí-la para bilhões de pessoas em todo o mundo".

 

A UnB QUEM FAZ É A GENTE – Diante do contexto de pandemia de covid-19, a UnB tem mobilizado diversas ações para acolher sua comunidade e apoiá-la no enfrentamento às adversidades impostas no atual cenário. É nesse sentido que foi idealizada a campanha institucional A UnB quem faz é a gente, estratégia de comunicação que busca reconhecer, valorizar e incentivar a atuação coletiva na superação dos desafios em curso, bem como reunir informações sobre iniciativas, programas e serviços para orientar os segmentos universitários nestes novos tempos.

 

>> Conheça a campanha e saiba como se engajar

 

O enredo valoriza o componente humano, maior riqueza da UnB. E invoca o princípio de que a Universidade é feita por gente e para gente. Por isso, o cuidado com a vida e com o bem-estar das pessoas é o que conduz a instituição neste contexto atípico e desafiador.

 

 Assista ao vídeo da campanha:

 

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