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Diretoria vinculada ao DGP monitora saúde dos servidores da FUB. Transtornos mentais e comportamentais são principal causa de afastamentos 

 


Arte: Igor Outeiral/Secom UnB

 

​Transtornos mentais e comportamentais foram a principal causa de afastamento para tratamento de saúde entre os servidores da Universidade de Brasília entre 2013 e 2015. Os dados são do relatório para o triênio Saúde do Servidor da Universidade de Brasília: Estudo Epidemiológico. Além disso, doenças do aparelho respiratório, do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo e moléstias do aparelho digestivo foram as três principais causas de afastamentos curtos entre esse público.

Nos anos de 2013 e 2014, tiveram destaque como quarta maior causa de afastamentos por dia as neoplasias (tumores malignos), em especial casos de câncer de mama. Dados recentes indicam que o motivo mais frequente das perícias médicas realizadas em 2016 e 2017 foi justamente licença para tratamento da própria saúde. Esse tipo atendimento representou, aproximadamente, 60% das perícias realizadas (4.112 em 2016 e 3.626 em 2017).

Além disso, a Diretoria de Saúde, Segurança e Qualidade de Vida no Trabalho (DSQVT), vinculada ao Decanato de Gestão de Pessoas (DGP), criou o programa Hiperdia, que tem visitado setores da Universidade no horário de expediente, a fim de detectar as condições de trabalho dos servidores. Chamou a atenção da equipe os altos índices de sobrepeso, acima de 45% dos pesquisados.

“Nem todos os sofrimentos elencados são relacionados ao trabalho. Existem outras questões que originam esses quadros, como familiares e relacionais”, esclarece o médico do trabalho e diretor da DSQVT, Nilton Farias. A diretoria é o setor responsável por consolidar informações e estabelecer estratégias para a promoção de cuidados aos 5,5 mil servidores (docentes e técnicos) que integram hoje a UnB.

Farias explica que quatro coordenações vinculadas à DSQVT têm realizado esse trabalho: Coordenadoria de Perícia Oficial em Saúde (CPOS); Coordenadoria de Atenção à Saúde e Qualidade de Vida (CASQV); Coordenadoria de Engenharia e Segurança do Trabalho (CEST) e Coordenadoria de Saúde Ocupacional (CSO).

Para dar atenção à causa destaque de afastamentos, a CASQV realiza atendimentos de Serviço de Intervenção em Crise e de Acolhimento Psicossocial. Em 2016, essas modalidades representaram, sozinhas, cerca de 60% do trabalho realizado pela Coordenadoria. Em 2016, foram 458 atendimentos do Serviço de Intervenção em Crise e 251 do Acolhimento Psicossocial.

Há também uma equipe que realiza o serviço de escuta qualificada, para ajudar a equalizar conflitos no local de trabalho. “Se o ambiente não está bom, a ação é trabalhar psicologicamente as questões que o envolvem, para que se torne adequado e agradável de se trabalhar”, indica Nilton Farias.

O Programa de Atenção à Saúde dos Servidores, que costuma ser orientado para novos funcionários, é exemplo de serviço prestado a trabalhadores em processo de adaptação a novas atividades laborais e à estrutura institucional. De acordo com o médico do trabalho, alguns são encaminhados para a atividade em virtude de inadequação ou dificuldades de adaptação. "Se não observado, é possível que o quadro evolua para um adoecimento", alerta.

Médico do trabalho e diretor da DSQVT, Nilton Farias observa a importância do servidor se preparar psicologicamente para a aposentadoria. Foto: Luis Gustavo Prado/Secom UnB

 

OUTRAS AÇÕES A preparação para a vida depois do trabalho também é uma preocupação da DSQVT. “É do nosso conhecimento que as pessoas, após longo processo de trabalho, ao se aposentar, se deparam com um sentimento de vazio, caso não tenham atividade para se dedicar. Verificamos que enfrentam ansiedade e depressão”, observa Farias. Por essa razão, foi criado o programa Viva Mais – Preparação para Aposentadoria. No último ano, foram realizados 415 encontros com servidores, com o intuito de debater planos, expectativas e perspectivas de vida.

Já o programa Hiperdia foi criado para detectar precocemente possíveis doenças plurimetabólicas ou enfermidades instaladas em pessoas assintomáticas. A averiguação parte da aferição da pressão arterial e mensuração de níveis glicêmicos. Em 2016, foram 875 atendimentos e 568 em 2017. A equipe é integrada por enfermeiros, auxiliares e técnicos de enfermagem.

Em maio deste ano, por exemplo, a equipe foi à Faculdade de Educação Física (FEF). Um total de 27 profissionais recebeu atendimento: 13 servidores da FUB, 12 terceirizados e dois estagiários. Deles, 63% apresentaram pressão arterial normal e 92% tinham glicemia capilar normal. Foi ainda feita análise nutricional, desta vez com um grupo menor. Foram 17 pessoas, sendo que a maior parte (nove) eram terceirizados. Apenas seis eram servidores e dois estagiários. A maioria (47%) apresentou sobrepeso.

O público da Fazenda Água Limpa (FAL) também foi encontrado acima do peso quando recebeu a visita do Hiperdia, em junho. Do montante de 33 pessoas atendidas, quatro eram servidores e 29 terceirizados. Deste grupo, 45% estava com sobrepeso. Em outubro, foi a vez da Faculdade do Gama (FGA). Quase 60 profissionais foram atendidos: 23 servidores, 33 terceirizados e dois estagiários. Destes, 72% eram homens. A pressão arterial estava normal para a maioria: 47%. E 95% da amostragem apresentou glicemia capilar normal.

ATENDIMENTO No campus Darcy Ribeiro, há um posto de atendimento para cuidados básicos no ICC Sul, ao lado da Caixa Econômica. Funciona de segunda a sexta, das 7h30 às 19h30, e é aberto a toda comunidade acadêmica. Ainda assim, em casos de emergência nos campi da Universidade, o ideal, segundo Nilton Farias, é chamar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), pelo telefone 192.​

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