LEVANTAMENTO

Três frentes serão avaliadas: saúde mental, uso de álcool e outras drogas e papéis ocupacionais

Pesquisa teve início em agosto e será aplicada por meio de questionário, que será disponibilizado por e-mail à comunidade universitária. Foto: Beto Monteiro/Secom UnB

 

A adoção do isolamento social para prevenir a disseminação do novo coronavírus impôs transformações significativas à rotina das pessoas. A comunidade da Universidade de Brasília também tem sido afetada por essa nova realidade. Em razão da pandemia e para reduzir riscos de contágio no ambiente acadêmico, as aulas retomaram em modo remoto emergencial, em 17 de agosto. E desde o início da pandemia, as atividades administrativas têm sido desempenhadas, majoritariamente, em trabalho à distância.

 

Mudanças tão repentinas nas dinâmicas de vida, com a redução do contato social e a necessidade de manutenção das tarefas cotidianas em casa, podem, no entanto, trazer consequências para a saúde mental. Ansiedade e medo são algumas das reações que têm se tornado comuns neste período de pandemia. Por isso, um estudo conduzido pela professora Andrea Gallassi, do curso de Terapia Ocupacional da Faculdade UnB de Ceilândia (FCE), pretende avaliar o impacto psicológico do isolamento social na comunidade universitária.

 

Serão coletados dados representativos de estudantes de graduação e pós-graduação, docentes e técnicos administrativos de todos campi – Ceilândia, Darcy Ribeiro, Planaltina e Gama. A pesquisa foi selecionada em chamada prospectiva de projetos para enfrentamento à covid-19 proposta pelos decanatos de Pesquisa e Inovação (DPI) e de Extensão, além do Comitê de Pesquisa, Inovação e Extensão de combate à covid-19 (Copei).

 

“O isolamento social trouxe uma reviravolta no modo de vida das pessoas. A matéria-prima da Universidade são as relações sociais. O ensino só acontece com a interação entre as pessoas”, diz a professora Andrea Gallassi, que também é coordenadora do Centro de Referência sobre Drogas e Vulnerabilidades Associadas (CRR).

 

A pesquisa abordará três grandes frentes: a saúde mental, na qual serão avaliadas a presença de depressão e ansiedade; o uso de álcool e outras drogas; e os papéis ocupacionais, o que envolve, por exemplo, o desempenho de funções domésticas, como cozinhar e cuidar dos filhos.

 

A informações serão levantadas por meio de formulário construído no Google Forms, com tempo médio de 25 minutos para resposta. Além de ser disparado por e-mail à comunidade universitária, o link da pesquisa estará disponível para acesso na página do CRR. O questionário autoaplicável terá cerca de 80 questões, sendo dez referentes aos aspectos sociodemográficos e as demais abordando questões psicossociais.

Coordenadora da pesquisa, a professora Andrea Gallasi destaca que o levantamento é inédito, dado o atual contexto da sociedade. Foto: Arquivo Pessoal 

 

“Esse é um estudo totalmente inédito, pois nunca na história houve uma interrupção abrupta dessa forma no modo de viver das pessoas”, destaca Andrea Gallassi. O projeto foi aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa da UnB. A professora estima cerca de três meses para a coleta de dados e três meses para a tabulação e análise.

 

Também participam do projeto as professoras Josenaide dos Santos, Flavia Mazitelli de Oliveira e Daniela Rodrigues, todas do curso de Terapia Ocupacional da FCE.

 

Os resultados poderão auxiliar na formulação de políticas institucionais em saúde mental e colaborar com dados para ampliar a oferta de atendimento psicossocial à comunidade universitária. Além disso, podem contribuir para mapear ocupações e atividades em que estudantes, técnicos e docentes estejam mais engajados ou que sofreram maior ruptura no período de isolamento social.

 

A professora Daniela Rodrigues acredita que a iniciativa trará um olhar direcionado para o sofrimento psicossocial da comunidade acadêmica e as possibilidades de acolhimento. “A partir dela, a UnB poderá pensar em formas de atendimento e espaço de cuidado e de promoção à saúde para os estudantes, servidores e professores, durante esse período de isolamento social”, afirma.

 

A pesquisa vai receber cerca de R$ 15 mil da Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec), que serão destinados à compra de três tablets para a equipe de iniciação científica que fará a tabulação dos dados.

 

INCENTIVO – É possível apoiar os projetos de combate à covid-19 da UnB com a destinação de recursos ao fundo para arrecadação de doações criado pelo Copei, em parceria com a Finatec. Para doar, basta que pessoas e empresas acessem o link: https://www.finatec.org.br/doacaoprojetos/form. Na página, é possível escolher se a doação irá para um projeto específico ou para o fundo geral.

 

Também pode ser feito depósito em conta (Banco do Brasil, agência 3382-0, conta 7274-5). Para doações em serviços, materiais ou equipamentos, é necessário consultar o Decanato de Pesquisa e Inovação (DPI), por meio do e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

 

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