Troca de fraldas, banho e sorrisos do recém-nascido, Alexandre. Assim é a rotina de Lucas Neto, analista de Tecnologia da Informação da Universidade de Brasília, desde a chegada de seu primeiro filho. Com a volta ao trabalho após a licença paternidade, surgiram dificuldades para conciliar a vida como pai com período em serviço, sobretudo com a implantação do controle eletrônico de frequência para técnicos administrativos na instituição.

Desde junho de 2019, o registro de presença dos servidores deixou de ser realizado em papel para ser efetuado digitalmente pelo Sistema Integrado de Gestão de Recursos Humanos (SIGRH). “Saí de licença para o nascimento do meu filho, mas o ponto eletrônico ainda não estava valendo na Universidade até o meu retorno ao trabalho. Não tinha o costume de fazer o registro no sistema quando voltei", relata Lucas Neto, que atua no Centro de Informática (CPD).

Quando não se esquecia de bater o ponto, o servidor não se lembrava de registrar a saída para o almoço ou a volta, por exemplo. Com a repetição dessas situações, que limitavam o tempo com o filho após o expediente, veio a ideia de desenvolver um aplicativo para celular, com o intuito de facilitar o procedimento. Assim surgiu o Pontão, plataforma interligada ao SIGRH que oferece uma alternativa mais ágil e prática para bater o ponto.

São necessários apenas dois cliques e cerca de sete segundos para concluir a operação. O aplicativo já está disponível para Android e deve ser lançado para iOS. Entre as funcionalidades do Pontão, estão lembretes para registrar a volta do almoço, além da confirmação da tentativa de bater o ponto, evitando acidentes com aparelhos desbloqueados em bolsos ou bolsas, por exemplo. São detalhes preciosos que facilitam a vida do servidor e hoje estão disponíveis para download em forma de aplicativo .apk, extensão do Android.

Primeiro, o recurso foi elaborado em forma de extensão para o Firefox. Depois, surgiu a ideia de um aplicativo, melhorado de acordo com as sugestões recebidas pelo desenvolvedor. Os primeiros a testarem a criação de Lucas foram os companheiros de andar no CPD.

As sugestões incluíram melhorias no visual e até algumas surpresas: a versão mais nova mostra uma refeição aleatória em forma de emoji a cada registro da saída para almoço. Quando acionado duas vezes em sequência, o botão de lembrete do fim de expediente faz com que o ícone ao lado esquerdo, em forma de boneco de palito, dê a impressão de que está correndo.

Seguindo a estética do manual da marca da UnB, a aparência do Pontão utiliza o verde e azul da bandeira da Universidade. Isso pode ser notado principalmente na última versão, que teve seu leiaute renovado.

COMO FUNCIONA? – O aplicativo age como se fosse um robô muito eficiente. Em geral, um site normal requer que se faça o download de todos os itens da página. O Pontão, por sua vez, lê a html – uma linguagem de programação – e extrai dela somente o que o SIGRH necessita para autenticar o usuário, tornando o processo muito mais rápido.

Outra vantagem é permitir que o ponto de acesso à internet seja trocado e o registro seja feito com o usuário em movimento, uma vez que as etapas da operação são concluídas de uma vez. No entanto, é necessário que usuário esteja conectado à rede da Universidade.

O primeiro contato com o aplicativo requer a configuração das credenciais de acesso, com a inserção do login e da senha do SIGRH e a indicação do regime de horas trabalhadas. Em casos específicos, é demandado que o servidor mencione a unidade administrativa à qual está vinculado, com o uso de um código fornecido pelo próprio aplicativo. Após inseridas as informações, o usuário está apto para realizar o registro do ponto.

VAI TER PARA IPHONE? – O aplicativo foi feito com uma tecnologia chamada Flutter que permite ao desenvolvedor converter seu código, gerando uma versão para iOS e outra para Android a partir do mesmo trabalho. “Dessa forma, o que falta é passar pelos procedimentos de aceitação da Apple que dependem, primeiramente, de uma conta. A UnB já está seguindo os passos para o registro”, conta Lucas Neto.

Uma vez que essas etapas sejam cumpridas, o aplicativo precisa passar pela versão de teste para que o servidor possa fazer polimentos e, só então, ficará disponível para o público.

Você pode baixar o pontão para Android e ler as perguntas frequentes aqui.