Atividades promovem aproximação da comunidade com a pesquisa feita na Universidade. Abertura oficial é nesta terça (16)

 

Professora Aletéia Araújo com as alunas de ensino médio Melissa Cardoso, Alice Lima e Paloma Rocha, no estande do Meninas.comp na SNTC 2017. Em 2018, grupo também tem presença confirmada. Foto: Amália Gonçalves/Secom UnB

 

Uma oportunidade para fazer o público vivenciar a ciência. Assim é a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), que, em Brasília, acontece no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade, de 15 a 21 de outubro. A definição é do professor Eduardo Bessa, da Faculdade UnB em Planaltina (FUP).

Ele participa como expositor na SNCT há quatro anos. Neste tempo, pôde observar que atividades interativas nas quais se vê a ciência acontecendo na prática enchem os olhos dos visitantes. “Nós, das universidades, ficamos sem contato com a população, na maioria das vezes. Isso afasta as pessoas da forma de fazer a ciência”, avalia.

Para ele, as atrações da semana podem formar um público mais participativo. “O pessoal chega muito curioso, querendo colocar a mão na massa.” Com participação gratuita, o evento ocorre em várias cidade do país, reunindo diversas instituições com o objetivo de aproximar a população do universo científico e tecnológico. 

Os institutos de Ciências Biológicas (IB) e de Ciências Exatas (IE) e as faculdades de Tecnologia (FT) e de Planaltina (FUP) representam a Universidade de Brasília no Parque da Cidade. A abertura oficial do evento acontece nesta terça-feira (16), às 11h, no Pavilhão de Exposições.

Coordenadora de extensão do IE, a professora Regina da Silva Neves comenta que o foco da ação do instituto neste ano está em sintonia com o tema da SNCT: Ciência para a redução das desigualdades. “Em ciências exatas, uma das primeiras desigualdades que temos lutado para superar é a de gênero”, afirma. O tema central faz referência ao item número dez dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), estipulados pelas Nações Unidas.

Nesse sentido, o Instituto de Ciências Exatas tem desenvolvido vários projetos de conscientização e discussão sobre a questão, nos três departamentos que integram o instituto: Matemática, Estatística e Ciência da Computação. “Esperamos que, em pouco tempo, atitudes como essa tenham servido para promover oportunidades e tratamento iguais para mulheres na ciência”, reforça Regina Neves.

CONHEÇA AS AÇÕES  A exposição Elas: expressões de matemáticas brasileiras é uma das atrações levadas pelo IE ao palco da SNTC. A exposição recebe visitantes em todos os dias de evento e destaca o perfil de oito pesquisadoras brasileiras que atuam na área da Matemática.

Painéis da exposição Elas: expressões de matemáticas brasileiras destacam perfis de pesquisadoras, como Carolina de Araújo, acima. Imagem: Divulgação

 

Cada peça foca uma personalidade e investiga um pouco da história da ciência no Brasil. A intenção é encorajar mulheres interessadas em atuar nesse campo de pesquisa. Com curadoria da professora Thaís Jordão, do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, a exposição foi inaugurada em 8 de março, Dia Internacional da Mulher, em 2017.

Entre os perfis apresentados nos painéis estão os de três professoras, ganhadoras do prêmio Para Mulheres na Ciência: Adriana Neumann, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS); Cecília Salgado, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); e Carolina de Araújo, do Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (IMPA). Completam a exposição os relatos das professoras Maria José Pacífico e Walcy Santos, da UFRJ; Maria Aparecida Ruas, do ICMC; Ketty de Rezende, da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP); e Keti Tenenblat, emérita da UnB.

Criado em 2010, o projeto Meninas.comp tem proporcionado conhecimento sobre programação para garotas de escolas públicas do DF. Segundo a professora Aletéia Patrícia Favacho, a iniciativa é uma forma de atrair meninas para o universo, ainda, muito dominado por meninos. “Nós vamos até a escola mostrar para essas meninas, de forma lúdica, um pouco das áreas de tecnologia. Mostramos como é possível criar um aplicativo, um jogo, um programa.”

Com o projeto Ciência na Rua, o IB propõe três atividades. Uma é sobre história natural, que irá “colocar a criança no lugar do cientista”, como explica Eduardo Bessa. A proposta é demonstrar a aplicação do método hipotético-dedutivo. “Meio que um biólogo ou um geólogo lançaria mão para analisar algo”, comenta o professor.

Há também o Experimente, que promete enfeitiçar os visitantes com uma série de experimentos, como transformar cobre em prata e depois em ouro; evitar que uma caneca despencando se quebre e esmagar uma lata de refrigerante sem apertá-la. “Mas a ideia não é fazer mágica, é demonstrar ciência”, adverte Bessa.

A FUP apresentará o projeto Biogama sobre reciclagem de óleo residual a partir da coleta seletiva em Planaltina, para promover conscientização sobre descarte e a reutilização do óleo de cozinha. Uma das possibilidades, aliás, é a produção de sabão e velas.

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