SOLIDARIEDADE

Trabalho voluntário ajuda a garantir o funcionamento do maquinário essencial para tratamento de pacientes com quadro grave de infecção por covid-19

Professor Edson Hung vem trabalhando voluntariamente na manutenção de respiradores de hospitais da rede pública de saúde. Foto: Arquivo Pessoal

 

Em 2020, frente à demanda por respiradores em leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) para tratamento de pacientes com covid-19, a Universidade de Brasília integrou-se a um polo de manutenção de respiradores. À época, uma articulação com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e o Instituto Federal de Brasília (IFB) permitiu que professores e técnicos das instituições auxiliassem no conserto dos equipamentos em hospitais do Distrito Federal.

 

Mesmo após o fim da parceria, o professor do Departamento de Engenharia Elétrica da UnB Edson Hung seguiu ajudando hospitais que necessitam desse apoio. O docente é um dos idealizadores da iniciativa e atua de forma completamente espontânea.

 

A rede voluntária constituída no início da pandemia, Iniciativa + Manutenção de Respiradores, montou 40 polos de manutenção para atender todos estados brasileiros. No Distrito Federal, a estrutura de apoio foi organizada no Senai de Taguatinga, com colaboração da UnB e do IFB. "No final do ano passado, esse polo foi desmobilizado e eu acabei continuando as atividades de manutenção nos hospitais", relata o professor.

 

Relembre: UnB integra polo de manutenção de respiradores

 

Atualmente, o professor Edson ajuda na manutenção de respiradores em alguns hospitais regionais da Secretaria de Saúde do DF, como o da Asa Norte (HRAN), de Sobradinho (HRS), Samambaia (HRSAM), Planaltina (HRP), Guará (HRGu), Ceilândia (HRC) e Taguatinga (HRT).

 

"O primeiro desafio para consertar um equipamento é localizar e identificar o defeito. Em seguida, é feita a manutenção corretiva – ou preventiva em alguns casos – com base nos manuais técnicos dos respiradores e nosso conhecimento acumulado", explica. Após esse passo, uma empresa terceirizada, de forma voluntária, faz a aferição para verificar se o equipamento está de acordo com as normas técnicas e de segurança elétrica, para que seja certificado para o funcionamento no hospital. 

Somente este ano, mais de 35 equipamentos já foram consertados pelo professor. Foto: Arquivo pessoal

 

Em 2020, grande parte dos custos das manutenções foram financiados por parceiros do Senai. Hoje, a principal fonte de recursos é o Ministério Público do Trabalho, que destinou o valor arrecadado por meio de multas para essas ações. O projeto é gerenciado de forma gratuita pela Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec), entidade que presta serviços à UnB.

 

DEDICAÇÃO – Enquanto os polos estavam em funcionamento, os parceiros do programa consertaram 66 respiradores no Senai de Taguatinga. Já este ano, o professor Edson foi responsável pelo conserto de mais de 35 equipamentos de uso hospitalar, sendo a maioria respiradores.

 

Ele dedica de dois a três dias por semana ao projeto, a depender da demanda. "Uma boa parte do trabalho de manutenção está na leitura dos manuais, especificação das peças, busca de fornecedores e realização de compras. Talvez eu consuma mais tempo nessas etapas do que nos hospitais para realização do diagnóstico e da manutenção", afirma o docente.

 

O professor Edson comenta que ter sido aluno da UnB é uma das razões pelas quais segue ajudando na manutenção dos equipamentos. "Fui aluno desde a graduação até o doutorado e acredito que é uma forma de retornar o investimento para a população. A UnB é muito mais do que uma instituição de ensino e acho que esse projeto é um exemplo bastante tangível de como a Universidade contribui para a sociedade", explica. "Além disso, também acho que o principal motivo é ajudar os profissionais de saúde a salvar vidas", acrescenta.

 

Ele pondera que, com a pandemia, nunca houve necessidade tão grande de uso desses maquinários e reparo: "Os respiradores são equipamentos de alta rotatividade, isso significa que eles param para manutenção de tempos em tempos – no geral, a cada 5 mil horas".

 

Por conta dos riscos envolvidos na atividade, o docente explica que tem realizado sozinho o trabalho de manutenção. "Há risco de infecção pelo novo coronavírus por meio do contato com os aparelhos, bem como na ida aos hospitais", esclarece. 

 

CONTATOS E DOAÇÕES – Caso uma unidade hospitalar queira contar com apoio do professor na manutenção de respiradores, a solicitação pode ser feita pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.. Recursos para compra de equipamentos e insumos que contribuam para este trabalho podem ser destinados à iniciativa pelo fundo para doações da Universidade e via Pix para Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

 

>> Colabore com a ação voluntária

 

Outros projetos de pesquisa, extensão e inovação da UnB de combate à covid-19 também podem ser apoiados com a destinação de doações ao fundo, gerido pela Finatec. As contribuições são recebidas de pessoas físicas e entidades da sociedade civil por boleto, depósito bancário, cartão de crédito ou PayPal. A ajuda pode ser feita pelo link: https://www.finatec.org.br/doacaoprojetos/form

 

É possível escolher se a doação vai para projetos específicos da UnB ou para o fundo geral. O comitê gestor do fundo irá direcionar as contribuições, de acordo com os critérios de classificação nas chamadas prospectivas de projetos contra a covid-19 realizadas pelo Comitê de Pesquisa, Inovação e Extensão de combate à covid-19 (Copei), Decanato de Pesquisa e Inovação (DPI) e Decanato de Extensão (DEX). Serviços, materiais ou equipamentos também podem ser doados. Para isso, é preciso articular a ação junto ao DPI, pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

 

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