ROTEIRO DE FÉRIAS

Fruto de um TCC, a mostra abre de terça a domingo, com entrada gratuita. Réplicas de dinossauros, meteoritos e fósseis estimulam a curiosidade dos visitantes

 

Em cartaz desde outubro, exposição recebeu alunos de escolas do DF durante o período letivo. Interesse dos pequenos surpreendeu curadora. Foto: Cássio Laranjeiras/Coordenador da Exposição

 

A evolução da vida é uma narrativa que ultrapassa a casa dos bilhões de anos, período demasiadamente longínquo para nossa compreensão. Mas que tal contar com vestígios ou objetos históricos, também chamados de fósseis, para conhecer essa história? Essa é a proposta da exposição científica O Túnel do Tempo da Evolução da Vida, promovida pela UnB e em exibição no Planetário de Brasília.

 

A mostra traz réplicas de dinossauros, meteoritos e 32 fósseis do Laboratório de Micropaleontologia e do Museu de Geociências, ambos do Instituto de Geociências (IG) da UnB. É um convite ao público para viajar no tempo e conhecer o processo evolutivo a partir do registro histórico fornecido pelos objetos.

 

"A evolução da vida se confunde, em certo sentido, com a evolução da terra. A exibição conta essa história a partir do olhar paleontológico, que é uma abordagem por meio do estudo de fósseis", explica o docente Cássio Laranjeiras, coordenador da mostra e do MuseuLab/UnB, que juntamente com Museu de Geociências/UnB e o Planetário de Brasília promovem a iniciativa.

 

O evento é gratuito e segue até 28 de fevereiro, com visitação de terça-feira a domingo. O funcionamento é das 8h às 21h durante a semana, e até as 20h nos fins de semana e feriados. Para assistir às sessões oferecidas pelo Planetário no espaço Cúpula, é preciso retirar ingresso na bilheteria do local mediante doação de 1 kg de alimento não perecível.

 

CONCEITO – A exposição foi concebida em uma tríade que envolve objeto, fenômeno e contexto. “Os objetos são o ponto de partida, mas há algo por trás de cada material que só pode ser descoberto a partir de sua leitura. Esse algo é o que chamamos na ciência de fenômeno", explica Laranjeiras. "Objeto e fenômeno não estão soltos no vazio, sempre há um contexto, como, por exemplo, a época em que aconteceu. É essa curiosidade e pensamento crítico que queremos estimular no público”, completa.

 

Como exemplo da proposta, o professor menciona o estromatólito cônico, rocha que foi a casa das primeiras bactérias produtoras de oxigênio no planeta, as cianobactérias. “É como um formigueiro sem formigas. Pode estar vazio, mas serve para nós como registro da história da vida e da Terra”, contextualiza. Ele acrescenta que, ao olhar o estromatólito, pode-se pensar que se trata apenas de uma rocha. "É aí que entra o papel da mostra de incentivar a leitura do fenômeno por trás do objeto, bem como sua contextualização”, aprofunda o coordenador do evento. 

Estudantes e professores de diversos cursos da UnB fazem parte da iniciativa. Foto: Cássio Laranjeiras/Coordenador da Exposição

 

Para auxiliar nessa leitura crítica, cada objeto possui uma descrição e o público também conta com auxílio de mediadores – equipe disponível no museu para fornecer mais informações sobre as exposições.

 

A exposição é fruto do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de Ana Carolina Valadares, graduanda em Museologia pela UnB, orientada pelo professor Laranjeiras. O trabalho visou a um exercício museológico concreto de modo a disponibilizar ao público em geral, sobretudo a professores e alunos da educação básica, conhecimentos de natureza geológica, paleontológica, astronômica e biológica relacionados ao processo evolutivo da vida.

 

"Começamos a mostra do zero. Participei de todos os processos: produção, curadoria, educativo. Isso me trouxe muito crescimento profissional”, garante Ana Carolina, que em janeiro fará a defesa do TCC. “Fiquei um ano estudando paleontologia e geologia com profissionais da área e fazendo levantamento científico. Depois o desafio foi transferir esse conteúdo de forma museológica", revela.

 

A acadêmica conta que se surpreendeu ao ver o interesse das crianças para além dos dinossauros. "Foi possível ampliar o universo delas para outras referências e isso é gratificante”. Segundo ela, a exposição trabalha com "camadas informacionais, oferecendo possíveis leituras e informações a todo público, desde crianças a adultos, incluindo leigos e doutores".

 

A estimativa é que até o fim de fevereiro 50 mil pessoas tenham visitado a exposição. “A ciência é uma vivência e nosso interesse é estimular a curiosidade e o espírito de investigação. Avaliamos circular a mostra em outros espaços do Distrito Federal”, acrescenta Laranjeiras.

 

A mostra integra as ações da Rede Distrital de Educação e Divulgação Científica (RedeCIÊNCIA) e tem apoio da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAP-DF) e de outras instituições. A curadoria museológica é de Ana Carolina Valadares e a curadoria científica é dos docentes da UnB Cássio Laranjeiras e Demerval do Carmo. 

 

CORPOS CELESTES – O Planetário de Brasília é um ambiente de cunho educacional e de divulgação científica, além de ter um papel cultural, histórico e de entretenimento. O edifício possui 16 faces, representando os 16 pontos cardeais da Rosa dos Ventos.  

 

No local, os visitantes encontram espaço dedicado à exposição da Agência Espacial Brasileira, amplo acervo com fotografias do Observatório Europeu do Sul (ESO), telescópios do Clube de Astronomia de Brasília (CAsB), réplica de traje espacial, dois túneis panorâmicos de vidro e monitores, disponíveis para tirar dúvidas durante toda a visita.

 

Planetas e todos os tipos de objetos celestes podem ser vistos na sala de projeção (cúpula) mesmo durante o dia ou quando há muitas nuvens. O espaço conta com equipamentos como Space Master, pelo qual é possível ver a Via Láctea, o Sistema Solar, as fases da lua e as constelações. O instrumento também é capaz de reconstruir o céu de Jerusalém na época de Jesus Cristo, além de fazer uma projeção do céu do ano 2030.

 

SERVIÇO 

Exposição O Túnel do Tempo da Evolução da Vida

Onde: Planetário de Brasília, Eixo Monumental, Brasília-DF (entre a Torre de TV e o Centro de Convenções Ulysses Guimarães)

Quando: até 28 de fevereiro de 2019

Horários: de terça a sexta-feira, das 8h às 21h / fins de semana e feriados, das 8h às 20h.

Ingresso: a entrada nas exposições é gratuita. O ingresso para assistir às sessões exibidas na cúpula é retirado mediante doação de 1 kg de alimento não perecível. Crianças até três anos não pagam.

 

ATENÇÃO – As informações, as fotos e os textos podem ser usados e reproduzidos, integral ou parcialmente, desde que a fonte seja devidamente citada e que não haja alteração de sentido em seus conteúdos. Crédito para textos: nome do repórter/Secom UnB ou Secom UnB. Crédito para fotos: nome do fotógrafo/Secom UnB.