Começa, neste domingo (9), a 31ª Reunião Brasileira de Antropologia (RBA). Maior evento da área do país e um dos maiores da América Latina, a RBA acontece na Universidade de Brasília pela terceira vez. A programação segue até a próxima quarta-feira (12). Cerca de 2.500 participantes devem passar pelo campus Darcy Ribeiro, onde a maior parte das atividades se desdobra.
Professora do Departamento de Antropologia (DAN) da UnB e presidente da Associação Brasileira de Antropologia (ABA) – entidades à frente da organização –, Lia Zanotta destaca o momento político em que ocorre a reunião, já que, entre as temáticas a serem debatidas, está a defesa de direitos fundamentais presentes na Constituição de 1988.
“A realização do evento em Brasília, após as eleições e antes do início da nova legislatura, permitirá dar maior visibilidade aos debates e reflexões antropológicas sobre os Direitos Humanos no Brasil”, acredita.
Um dos objetivos principais do evento é trazer à discussão questões indígenas, quilombolas e de violência. O evento proporcionará a reunião de 66 grupos de trabalho relacionados à temática central Direitos Humanos e Antropologia em Ação. Ao todo, serão seis fóruns de discussão, 26 mesas-redondas, 13 simpósios especiais, dois minicursos e uma oficina. Também haverá espaço para feiras de livros e artesanatos e outras programações culturais.
A reitora Márcia Abrahão expressou sua satisfação em ter a UnB como sede do encontro. "Ficamos muito felizes em receber a RBA. A temática do encontro está em consonância com nossos valores e função social enquanto universidade e com nossa atual campanha institucional, UnB Mais Humana."
ATIVIDADES – “O trabalho da Antropologia vem de uma análise qualitativa e etnográfica da realidade. É a escuta profunda de cada ambiente que produz argumentos de sustentação para atendimento das demandas sociais. Nossas discussões pretendem trazer temas de impacto em políticas públicas e para a sociedade”, enfatiza Lia Zanotta, sobre as aspirações do evento.
Além da atenção a assuntos brasileiros, a RBA trará abordagens internacionais. Veena Das, antropóloga indiana que atua na área de Antropologia da Violência, Sofrimento Social e Ética, participará do evento na segunda-feira (10). O sociólogo francês Eric Fassin, especialista em questões de discriminação social, racial e de gênero em sociedades contemporâneas, é presença confirmada para a terça (11).
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Nesse mesmo dia, uma mesa-redonda sobre Constituição de 1988 e Antropologia Brasileira acontece, às 16h, no auditório verde da Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Gestão de Políticas Públicas (Face). Manuela Carneiro da Cunha, antropóloga que atuou na defesa da incorporação dos direitos indígenas e quilombolas durante a constituinte, participa da atividade.
A programação oficial tem início no domingo (9), mas um pré-evento marcado para acontecer no Instituto de Ciências Socias (ICS) da UnB movimenta os participantes já a partir desta sexta-feira (7). Trata-se do seminário Antropologia e museus: os desafios do contemporâneo.
EXCELÊNCIA – A 31ª RBA também será espaço para reconhecimento de estudiosos e pesquisadores dedicados à Antropologia.
Serão conhecidos os vencedores do prêmio Heloísa Alberto Torres, que visa estimular novas carreiras e dar visibilidade à produção original e qualidade acadêmica de pesquisas desenvolvidas na modalidade de mestrado; dos prêmios Antropologia e Direitos Humanos em três categorias (graduação, mestrado e doutorado); e do prêmio Lévi-Strauss, para estudantes de graduação.
Além destes, há o prêmio Pierre Verger, no qual concorrem trabalhos de Antropologia Visual. As exibições dos filmes e ensaios fotográficos concorrentes serão abertas ao público geral na sexta-feira (7), às 19h, como pré-evento da 31ª RBA. A mostra segue nos dias 8 e 9 de dezembro, sempre no espaço Le Corbusier, na Embaixada da França.