A Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec) recebeu, na noite desta quarta-feira (22), um encontro entre funcionários, diretoria, pesquisadores, alunos e professores da Universidade de Brasília (UnB). O evento em comemoração aos 25 anos da Finatec relembrou a trajetória da instituição que, em sua história, apoiou o desenvolvimento de mais de 3 mil projetos.
O diretor-presidente da Fundação, Edson Paulo da Silva, ressaltou o momento profícuo da instituição, principalmente no que se refere ao relacionamento com a Universidade. “É um prazer ser presidente, principalmente por ser um momento de transição para a Finatec. Trabalhamos para levar a Fundação para o lugar do qual nunca deveria ter saído: umas das melhores fundações de apoio do Brasil e uma referência na gestão de projetos”, destacou.
Complementando, a presidente do Conselho Superior da Finatec, Lilian Marli de Paula, afirmou que o principal triunfo da Fundação é oferecer tranquilidade aos professores na gestão de seus projetos.
A reitora Márcia Abrahão celebrou a quantidade de projetos da Fundação com a Universidade. “Em seu início, a Finatec era muito focada nas engenharias e hoje ela se abre para toda a Universidade, uma parceria fundamental para ambas as instituições. Uma universidade que está entre as cinco melhores do país precisa ter uma área de inovação e gestão de pesquisa de ponta”, enfatizou.
PIONEIROS – Emocionando os presentes, Antônio Manoel, um dos instituidores, relembrou as dificuldades do início e comentou sobre a importância da Finatec para a UnB. Antônio contou que, durante uma visita à Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), conheceu a fundação de apoio daquela universidade, a qual havia sido criada em 1974. Imediatamente teve a ideia de criar uma instituição semelhante na UnB. “O momento político do país, durante a redemocratização, nos obrigava a conviver com uma inflação de mais de 20%. O recurso dos projetos entrava no caixa único da Universidade e não eram aplicados. Era uma dificuldade enorme captar recursos e, quando finalmente conseguíamos, na hora de comprar equipamentos o dinheiro já não valia quase nada”, lembrou.
Para instituir a Finatec, os fundadores contaram com a orientação do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios. Os primeiros recursos necessários para a criação foram doados do bolso dos próprios professores, diferentemente de outras fundações de apoio mais antigas do país, criadas por meio de repasses das universidades públicas. O professor Antônio Manoel explicou, ainda, que a Finatec nasceu em um ambiente de divergência dentro da própria academia, mas logo se mostrou um incontestável instrumento de apoio à Universidade de Brasília. “Como qualquer entidade que nasce sem recursos, quem desenvolvia todo o trabalho eram os diretores. Esse é o diferencial. A Finatec veio para trabalhar pelo coletivo e este foi o grande mote que colocou a Fundação em movimento durante todos esses anos”, recordou.
HISTÓRIA – Fundada no dia 13 de março de 1992, a Finatec nasceu do sonho de doze professores da UnB, dez deles do curso de Engenharia Mecânica, um do curso de Engenharia Elétrica e um da Física. Hoje, o trabalho é desenvolvido por uma equipe de mais de 70 pessoas.
Pioneira no lançamento de editais de fomento à pesquisa, a Finatec criou o primeiro programa de fomento do país no âmbito das fundações de apoio a universidades, no ano de 2000, quando passou a auxiliar os pesquisadores na publicação, na participação em eventos científicos internacionais e também na realização de projetos finais e de pesquisa. Os editais de fomento são custeados pela própria Finatec, que garante mais uma forma de auxiliar a UnB na produção científica, atendendo dessa forma os objetivos para os quais foi criada.
Desde 2015, após importante processo de reestruturação e com o desafio de promover o reequilíbrio financeiro, um plano de trabalho estratégico vem conduzindo as atividades da Finatec de forma transparente e com foco na qualidade. Neste documento, cinco objetivos principais foram apontados: capacitar e fortalecer a Finatec para prospectar novos projetos; fortalecer a imagem da entidade; revisar o escopo das atividades; consolidar e ampliar os resultados de tecnologia em processos e, por fim, fortalecer o relacionamento em rede.
Muito mudou dentro da Fundação e não demorou para que os resultados positivos acompanhassem a mudança. Só em 2016, a Finatec apoiou a execução de 127 projetos de pesquisa, ensino, extensão, desenvolvimento institucional, científico e tecnológico, apresentando crescimento de 89% em relação ao ano anterior. Além disso, a Fundação também realizou a gestão administrativa e financeira de 111 eventos científicos, o que resultou em um montante de mais de R$ 1,5 milhão, um acréscimo de 80% em relação ao ano anterior.
Para os próximos 25 anos, a Fundação tem como objetivos ampliar ainda mais o seu prestígio e protagonismo na gestão da pesquisa científica no Distrito Federal e no Brasil; aperfeiçoar seu programa de fomento, de forma a alcançar ainda mais professores e alunos que necessitam de suporte e auxílio em suas atividades; e se consolidar como importante instrumento de apoio à Universidade de Brasília.