ENSINO

Professores e estudantes discutem a aplicação da linguística no ensino de línguas

Foto: Júlio Minasi/Secom UnB

 

Nesta sexta-feira (21) aconteceu, na Universidade de Brasília, o 5o Colóquio de Linguística Aplicada Crítica e Sociolinguística Educacional. O encontro foi promovido pelo Grupo de Estudos Críticos e Avançados em Linguagem (GECAL/UnB) e ocorreu no auditório da Finatec. O objetivo do encontro foi discutir as políticas linguísticas e a formação dos professores de línguas, no âmbito da internacionalização.

 

Durante toda a manhã, estudantes universitários, professores, pesquisadores, nacionais e internacionais, debateram temas relacionados ao campo da linguagem e ao ensino de idiomas. A pesquisa acadêmica, o fazer pedagógico, a adequação dos currículos dos cursos de licenciatura, os programas de iniciação científica e os trabalhos de extensão junto às comunidades foram alguns dos assuntos abordados nas palestras.

O professor Kleber Aparecido acredita no fortalecimento do ensino do português como segunda língua          Foto: Júlio Minasi/Secom UnB

 

Kleber Aparecido da Silva, professor do Instituto de Letras (IL/UnB) e pesquisador na área da Linguística Aplicada, foi o responsável pela coordenação das palestras. Ele considera que os professores de idiomas, incluindo os de Língua Portuguesa, devem passar por processos de qualificação constantes. Assim, o português (falado e escrito) tem a possibilidade de oferecer elementos básicos de identificação da sociedade brasileira. “O ensino da Língua Portuguesa deve ser visto como um método científico de tornar o nosso idioma algo que nos identifica internacionalmente. Precisamos nos ver como embaixadores da nossa própria língua”, afirma.

 

O professor também enfatiza a importância da demarcação da geopolítica do português no mundo e os desafios das instituições no processo de formação de professores de Língua Portuguesa como segunda língua. A modernização das universidades e a atualização dos currículos são elementos que devem ser observados no intuito de alinhar os conteúdos acadêmicos à realidade social do país. Ele observa que apenas a UnB, UFBA e UFG oferecem o curso de Português como língua estrangeira.

 

A professora da Universidade de Brasília Stella Maris Bortoni-Ricardo falou a respeito do processo de formação dos professores de português para atuar nas escolas do Ensino Básico. Ela evidenciou que o professor, no processo de ensino/aprendizagem, deve ter a plena consciência da existência do multilinguismo, da diversidade regional e da sociolinguística. Para Stela Maris, “o professor deve procurar expandir o conhecimento de mundo que o aluno possui. Ele [o professor] deve estimular os alunos para que partam das ideias gerais, para o conhecimento universal”. Stella Maris é autora do livro Educação em língua materna – A Sociolinguística em sala de aula.

Para Reinildes Dias, a escolha do livro didático contribui para a boa formação do estudante        Foto: Júlio Minasi/Secom UnB

 

LIVRO DIDÁTICO – Reinildes Dias, professora da UFMG, acrescenta a importância da escolha do livro didático como uma das formas de melhorar a qualidade do ensino. Ela enfatiza que, em sala de aula, os profissionais da Educação têm a oportunidade de aprimorar o material didático. “Um livro ruim, nas mãos de um bom professor, pode ser transformado numa excelente ferramenta de aprendizagem. Desde que o professor esteja bem preparado”, declara a professora. A professora participa dos processos de avaliação, elaboração e escolha dos livros de ensino de Língua Inglesa do Programa Nacional do Livro Didático do Ministério da Educação (PNLD/MEC).

 

A professora Gretel Eres Fernández discorreu a respeito das decisões do poder público, na decisão de quais línguas estrangeiras devem ser ensinadas nas escolas públicas. “Temos que incluir todos os conteúdos previstos no PNLD para serem trabalhados em sala de aula. Não podemos nos limitar aos mínimos exigidos pela legislação”, declara a professora. Gretel é colaboradora do MEC para fins de elaboração de livros didáticos em Espanhol e pesquisadora no curso de Educação da Universidade de São Paulo (USP).

 

Saiba mais em http://www.fnde.gov.br/programas/livro-didatico