DESENVOLVIMENTO

Semana Nacional de Ciência e Tecnologia aponta desenvolvimento da área como requisito para promoção da qualidade de vida da população. UnB tem estandes no evento, que termina no domingo (21)

 

Jovens aprendem a aplicar matemática por meio de mágicas e outras atividades oferecidas em estande do Instituto de Ciências Exatas (IE) na SNTC 2018. Foto: Luis Gustavo Prado/Secom UnB

 

Os olhos de crianças, jovens e adultos, brilham diante de um universo novo a ser explorado. Nos 71 estandes dispostos ao longo desta semana no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade, em Brasília, experimentos criativos e tecnologias inovadoras aproximam o público da ciência e de suas aplicações no dia a dia. Até domingo (21), o espaço abriga as atividades da 15ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT). A abertura da programação ocorreu nesta terça-feira (16), com a presença de autoridades governamentais e de instituições ligadas à pesquisa e inovação.

 

Além de Brasília, mais de 1.200 municípios brasileiros participam do evento, dedicado à popularização do conhecimento científico. UnB e instituições de ensino de todo o país, além de institutos de pesquisa, empresas e órgãos vinculados ao campo estão envolvidos na SNCT e oferecem ao público uma gama de possibilidades de experimentações da ciência.

 

O tema desta edição é Ciência para redução das desigualdades, e salienta um dos compromissos assumidos pelo Brasil para efetivação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), propostos pela Organização das Nações Unidas (ONU). Segundo o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, a abordagem deixa evidente o entendimento de que a ciência é propulsora do desenvolvimento no país.

 

“Não há perspectivas de melhora na qualidade de vida de todos nós, em todo o país, se não tivermos cada vez mais sucesso nas ações e iniciativas vinculadas à pesquisa, à ciência e inovação”, declarou Kassab, durante a solenidade de abertura. O ministro apontou a necessidade de se alavancar os investimentos para as áreas no Brasil. 

Ministro Gilberto Kassab salientou importância de se ampliar os investimentos em pesquisa para o desenvolvimento do país. Foto: Luis Gustavo Prado/Secom UnB

 

Kassab destacou a importância da SNTC no estimulo às futuras gerações em seus primeiros contatos com o saber científico. “Oferecemos às nossas crianças a oportunidade de, por algumas horas, conviver com pesquisas, inovação e ciência e, com isso, despertar nelas um talento, uma vontade de poder se envolver com o principal instrumento de desenvolvimento da humanidade”, afirmou.

 

Para garantir o cumprimento das metas previstas pela agenda da ONU, o secretário-executivo do Ministério da Integração Nacional, Gustavo Canuto, também enxerga o desenvolvimento tecnológico e científico como prioritário para o país. “A SNTC aponta o caminho, porque os jovens e as crianças são as faíscas para mudar o mundo. A ciência transforma”, disse.

 

A opinião é compartilhada por Ildeu de Castro Moreira, presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). “O Brasil é campeão em desigualdades. Essa é uma marca que devemos mudar. A ciência é o instrumento essencial para isso, mas essa percepção não está tão clara para a sociedade brasileira”, ponderou.

 

CIÊNCIA EM PRÁTICA – Entre as atrações curiosas oferecidas nesta edição, encontram-se estandes coordenados pela UnB. Jeison Rodrigues e Sarah Elizabeth Gonçalves, estudantes da licenciatura em Matemática, são monitores em espaço organizado pelo Instituto de Ciências Exatas (IE).

 

Atividades diversas são promovidas para mostrar, de forma lúdica, como a matemática pode ser divertida. É o caso da oficina Matemágicas. “Tentamos despertar nos alunos um pouco mais de interesse pela matemática através das mágicas, mostrar como ela pode ser legal”, explica Jeison.

 

Em um dos desafios, os monitores distribuem para os participantes cinco cartelas com diversos números, de zero a 60, e pedem para que escolham um deles. Em seguida, os estudantes propõem-se a adivinhar o número escolhido aplicando conceitos da matemática, como os de potência e decomposição de número binários. Com alguns cálculos, é possível chegar ao algarismo em questão.

 

Os pequenos truques impressionam os visitantes e os motivam a descobrir o gosto por essa ciência. “A ideia é apresentar um truque sem que eles percebam diretamente que estão fazendo operações básicas realizadas em sala de aula. Depois, apresentamos como foram aplicadas”, explica Sarah.

 

Vale tudo para atrair a atenção da criançada. Confecção de enfeites de árvore de Natal com figuras geométricas, desafio com gráficos e jogo de tabuleiro com labirinto – do qual só é possível sair após responder problemas matemáticos – foram as apostas da equipe do PET Matemática.

 

Com as atividades, estudantes de graduação apresentam outras possibilidades de aprendizagem da disciplina aos mais jovens. “As crianças têm uma defasagem muito grande da matemática nas escolas. Quando trazemos essas atividades mais lúdicas, elas vêm que a matemática não é um monstro, como pensam”, expõe o universitário Pedro Gabriel Jordano. 

Diego Cardoso, estudante de Engenharia de Minas, é um dos participantes do projeto para produção de biodiesel a partir de dejetos animais, apresentado em estande da FGA. Foto: Luis Gustavo Prado/Secom UnB

 

Outro destaque é o estande da Faculdade do Gama (FGA), onde são demonstrados projetos desenvolvidos pelo Laboratório de Nanotecnologia e na disciplina de Biorefinarias, do curso de Engenharia de Energia.

 

O público pode conferir de forma prática o processo de produção do etanol de segunda geração; conhecer pesquisa para o desenvolvimento da nanoesponja de grafeno, utilizada na absorção do petróleo em alto mar em situações de vazamento; além ter em detalhes informações sobre um projeto para produção de bioetanol a partir de dejetos animais.

 

Ver o funcionamento da ciência na prática é o que garante a iniciativa Experimente, oferecida em outro espaço pelo PET Ciências, da Faculdade de Planaltina (FUP). Objetos comuns tornam-se instrumentos para disseminar o conhecimento da física e da química e para demonstrar como essas áreas estão presentes no cotidiano. Em uma das experiências, por exemplo, garrafas plásticas recortadas e fones de ouvido são utilizados para simular a audição de predadores e presas.

 

Aluna do terceiro ano do ensino médio, Maria Alice dos Santos ficou entusiasmada com o que experimentou. “Nunca imaginaria como um predador e uma presa escutam. Ver na prática esse tipo de estudo é extremamente interessante, ainda mais para quem é estudante, pois incentiva e instiga a curiosidade”, compartilha.

 

Além dessas, outras atividades da UnB poderão ser conferidas pelo público ao longo da semana. Confira a programação do evento.

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