PARTICIPAÇÃO

Em nova reunião com alunos, administração indicou que uma eventual contraproposta pode ser levada à comissão do CAD

 

Representantes da administração superior, do RU e do DCE se reuniram para discutir futuro das cobranças no restaurante. Foto: Amália Gonçalves/Secom UnB

 

Representantes da administração da UnB realizaram, nesta quarta-feira (14), uma apresentação para estudantes sobre a proposta de mudança na política de subsídios ao Restaurante Universitário (RU).

Foi a terceira reunião realizada com os discentes para detalhar os cenários discutidos no Conselho de Administração (CAD) da Universidade. Desde setembro de 2017, uma comissão indicada pela instância vem trabalhando na análise de alternativas para o RU. A previsão é que, se os valores atuais foram mantidos, o custeio do restaurante chegue a R$ 31,5 milhões neste ano.

“Estamos aqui para socializar as informações e discutir caminhos. Há espaço para uma contraproposta ser levada à comissão, mas uma mudança na política de subsídios é inevitável”, disse a assessora de Assuntos Estratégicos do Gabinete da Reitoria (GRE), Mônica Nogueira.

A proposta mais recente da comissão, apresentada ao CAD em fevereiro, prevê a manutenção da isenção para estudantes com renda familiar per capita de até um salário mínimo e meio, a criação de um novo nível de vulnerabilidade socioeconômica e o escalonamento, em dois semestres letivos, do acréscimo no valor das refeições. Ainda não há data para o tema voltar à pauta do CAD.

A diretora do RU, Cristiane Moreira – que integra a comissão do CAD –, rememorou o trabalho feito pela equipe técnica do restaurante na pesquisa de mercado realizada com empresas que fornecem alimentação e na busca por modelos de contrato em outras universidades. “Esse processo começou ainda no primeiro semestre do ano passado; fizemos um levantamento em 52 universidades”, contou.

A reunião desta quarta-feira foi convocada pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE), que já havia dialogado sobre o assunto com a administração na última segunda-feira (12).

PREÇO – Muitos estudantes questionaram o valor da refeição cobrado pela empresa terceirizada, a Sanoli. “Como se dá esse contrato? Treze reais por uma refeição é muito caro. Uma marmita custa menos que isso”, apontou o estudante de Engenharia Elétrica João Alvim, em referência ao valor que a UnB paga por cada prato servido no RU.

O custo da refeição, como explicou a diretora do restaurante, envolve não apenas a produção do prato em si, mas a manutenção de todo o prédio onde funciona a unidade. “A empresa cuida desde a aquisição dos gêneros alimentícios até o pagamento de pessoal, a manutenção de caldeiras e elevadores”, detalhou. No caso do Darcy Ribeiro, os custos encarecem porque o RU funciona em um prédio complexo: a cozinha está no quarto andar, e o transporte dos alimentos exige um esforço de logística e infraestrutura.

Cristiane também esclareceu que, no ano passado, houve uma negociação com a Sanoli para a redução do custo das refeições. A iniciativa fez com que o valor do almoço e do jantar passasse de R$ 14,72 para R$ 13, gerando uma redução de 15% no contrato. Mesmo com a mudança, a qualidade nutricional foi garantida e não houve demissão de trabalhadores.

Representantes discentes fizeram questionamentos à administração sobre a real situação do RU. Foto: Amália Gonçalves/Secom UnB

 

SUGESTÕES – O estudante de Direito Leonardo Prudêncio sugeriu que houvesse uma auditoria independente no RU. A estudante de Arquitetura Lara Moro questionou o formato do contrato. “Por que todos os serviços, de aquisição, de produção de alimentos, de manutenção, estão em um contrato só? Não sairia mais barato fragmentar?”

Outros participantes pediram um estudo detalhado sobre o perfil dos usuários do RU e a formação de um comitê para levar a pauta de aumento do teto orçamentário das universidades à Comissão Mista Parlamentar de Orçamento, no Congresso Nacional.

Hoje, mesmo com arrecadação própria, a UnB só pode usar até um limite imposto pelo governo federal – o excedente vai para os cofres da União. Uma nova reunião pública de apresentação sobre o orçamento geral da Universidade deve ser realizada em breve.

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