GEOPOLÍTICA

Entre os dias 22 e 24 de agosto, UnB sedia segunda edição do evento, que também conta com reuniões técnicas e fórum de oficinas. Inscrições abertas 

Expectativa da organização é ocupar as 150 vagas disponíveis para o colóquio a ser realizado no CET. Arte: Ciga/UnB. Foto: Royal Museum for Central Africa

 

Divulgar conhecimento sobre a formação do espaço brasileiro a partir do deslocamento de populações de matriz africana. Este é um dos principais objetivos do II Colóquio Geopolítica e Cartografia da Diáspora África – América – Brasil, que acontece entre 22 e 24 de agosto, no Centro de Excelência em Turismo (CET).

 

As inscrições estão abertas e podem ser realizadas por meio de formulário eletrônico. Ao todo, são oferecidas 150 vagas, e qualquer pessoa interessada no tema pode participar. O público-alvo é composto por acadêmicos, estudantes de graduação e pós-graduação, técnicos governamentais e de empresas privadas, políticos, assim como educadores e profissionais de entidades sociais e comunitárias. Os participantes receberão certificado.

 

O colóquio é organizado pelo projeto Geografia Afrobrasileira: Educação e Planejamento do Território (Geoafro) e pelo Centro de Cartografia Aplicada e Informação Geográfica (Ciga), em parceria com o Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade de Brasília (PosGea).

 

Coordenador do evento, o professor da UnB Rafael Sanzio informa que a compreensão da geopolítica de formação do país, desde o Brasil Colônia, – que registra as maiores estatísticas de importação forçada de pessoas ao longo dos séculos XVI a XIX –, é importante para direcionar ações pertinentes no setor decisório, em todas as esferas, para os afrodescendentes no território brasileiro.

 

“A geopolítica da exclusão secular, da cartografia da inexistência e da educação afro-brasileira violentada constitui um contexto de gestão e ordenamento territorial de matriz africana ineficaz no Brasil contemporâneo”, analisa. Embora o Brasil seja a segunda maior nação com registros de populações de matriz africana do planeta, a realidade, na visão do docente, mostra um cenário de carência e de disponibilização precária de informações que tratam da questão geográfica-cartográfica afro-brasileira.

 

PROGRAMAÇÃO – A conferência de abertura será no dia 22 de agosto, às 8h30, e terá a participação do professor Luiz Felipe de Alencastro, da Fundação Getúlio Vargas, “principal autoridade no país sobre a historiografia do Brasil escravista”, segundo Sanzio.

 

Ex-aluno da UnB, o cientista político formou-se em História e Ciências Políticas na Universidade de Aix-en-Provence, na França. Desde 2011, é membro da Academia Europeia, da seção de História e Arqueologia. 

Professor Rafael Sanzio está à frente da organização do evento. Foto: Mariana Costa/Secom UnB

 

O II Colóquio conta com três painéis que vão debater os espaços africanizados do Brasil, a partir da visão de diferentes pesquisadores, profissionais da área e representantes de instituições públicas e do movimento negro.

 

Outras duas atividades também estão previstas: as reuniões técnicas e o fórum de oficinas técnico-educacionais. Ao todo, são cinco opções de reuniões, limitadas a 30 vagas, cada uma; e 13 possibilidades de oficinas.

 

Os grupos das reuniões vão trabalhar definições de caminhos de ações em torno de temáticas diversas relacionadas à educação das matrizes africanas e cartografia dos terreiros religiosos de matriz africana, lugares de memória do tráfico e dos territórios quilombolas do Brasil. A programação completa pode ser conferida no site do evento.

 

COLABORAÇÃO – O professor Rafael Sanzio explica que o financiamento previsto inicialmente para o projeto não foi concluído. Por isso, para apoiar na organização e operacionalização do evento, está sendo cobrada uma taxa simbólica (R$ 20).

 

O certificado só será emitido em caso de 70% de participação na conferência, painéis e reunião técnica. Quanto às oficinas, é cobrado um valor à parte, para cobrir os deslocamentos dos instrutores e o material didático. As inscrições para essa atividade devem ser realizadas por meio de formulário eletrônico próprio.

 

Outras informações podem ser obtidas por telefone (61) 3107 7242 ou por e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.; Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.; Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

 

SOBRE – O Projeto Geoafro é desenvolvido no Centro de Cartografia Aplicada e Informação Geográfica, vinculado ao Instituto de Ciências Humanas da UnB, e tem como referência básica interpretar espacialmente as estruturas existentes na formação do Brasil e da sua população, tomando como premissa os aspectos geográficos da herança africana no território brasileiro.

 

Para isso, realiza-se uma série de atividades, como as exposições itinerantes que apresentam imagens cartográficas e fotográficas para transmissão de conteúdos historiográficos e contemporâneos.

 

Realizado em 2012, o I Colóquio Geopolítica e Cartografia da Diáspora África – América – Brasil foi patrocinado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e contou com o apoio do Ministério da Educação (MEC). Um dos desdobramentos do evento foi a indicação e apoio no projeto de patrimonialização do Cais do Valongo no Rio de Janeiro.

 

“Na época nossa equipe desenvolveu um visualizador cartográfico que fortaleceu o projeto de constituição do patrimônio. Um dos eixos desse evento também vai tratar de lugares de memória, no país e no mundo”, acrescenta Sanzio.

ATENÇÃO – As informações, as fotos e os textos podem ser usados e reproduzidos, integral ou parcialmente, desde que a fonte seja devidamente citada e que não haja alteração de sentido em seus conteúdos. Crédito para textos: nome do repórter/Secom UnB ou Secom UnB. Crédito para fotos: nome do fotógrafo/Secom UnB.