OPINIÃO

 

Rafael Litvin Villas Bôas é professor da Universidade de Brasília. Atua nas áreas de Ciências Sociais e Linguagens do Campus de Planaltina da UnB, na graduação. Na pós-graduação leciona nos programas de Artes Cênicas (PPGCEN) e Profissional em Artes, do Instituto de Artes. É diretor da UnBTV desde fevereiro de 2021.

 

 

Raíssa Santos Ferreira é formada em Comunicação Social/Publicidade pela Universidade de Brasília. Servidora técnico-administrativa da Universidade de Brasília, atuando no canal universitário UnBTV.

Rafael L. Villas Bôas e Raíssa Santos Ferreira

 

Há dezesseis anos a UnBTV existe como canal universitário. O desafio para consolidar essa conquista é diário e reside, em grande parte, na passagem da compreensão da TV como produtora de conteúdo institucional, no varejo, para a consolidação de um repertório diversificado e amplo de programas, e uma grade de programação segmentada por conteúdos e segmento de público.

 

Isso não seria possível sem o apoio e participação crescente da comunidade acadêmica, acompanhando nosso canal e as redes da UnBTV, propondo pautas, demandando coberturas e transmissões, nos dando retorno sobre nossas reportagens, entrevistas, séries especiais e programas culturais.

 

Em 2006 a UnBTV passa a existir enquanto canal universitário ocupando o canal a cabo 15 da NET. E em 2007 passa a disponibilizar nosso conteúdo também por meio do YouTube. Desde então, a UnBTV vem ganhando relevância, especialmente durante o período da pandemia, em que desempenhou papel fundamental na divulgação de informações a respeito da covid-19, da Universidade e de temas de relevância nacional, o que resultou num crescimento de 35.500 novos inscritos no período de 2020 e 2021.

 

O perfil no Instagram também é uma importante frente de divulgação e troca com o público. Criado em 2016, passou por períodos de crescimento de 2020 a 2022, com o ganho de 19.300 novos seguidores, quando passou por mudanças: estudantes passaram a participar mais da produção do conteúdo e situações do cotidiano da UnB passaram a ser mais abordadas, o que gera identificação e sentimento de pertencimento, aproximando o público da UnBTV.

 

A UnBTV também se firma como importante produtor e difusor cultural: cobrindo eventos como o Festival de Brasília; produzindo mostras (Cinema em Tela, Glauber Rocha etc.); e dando destaque para o cinema realizado no DF com programa Cine Quarta Candango, uma janela de exibição para a produção cinematográfica do Distrito Federal, que vai ao ar nas quartas-feiras de 22h a 0h.

 

Com essa iniciativa e com o repertório dos programas culturais “Esboços”, de artes visuais, “Tirando de Letra”, de literatura, “Exclusiva” e “EmCantos”, de música, buscamos divulgar a produção cultural local e nacional. Recentemente, firmamos acordo de cooperação com a TV Distrital, de um ano de idade, canal aberto, o que permite que parte de nossa programação jornalística e cultural seja exibida em canal aberto.

 

Com a comunidade acadêmica da UnB trabalhamos formas de produção em parceria, envolvendo equipes de unidades acadêmicas ou administrativas na construção coletiva de programas, como o “Universidade para quê?” que produzimos em parceria com equipe docente da FUP e o programa “Fazendo ciência, formando cientistas”, elaborado em parceria com o ProiC. A premissa é que o audiovisual é uma linguagem que compõe os múltiplos letramentos, e que a comunidade acadêmica tem o direito de dominar o processo produtivo, para que atue não apenas como espectadora, mas como produtora de bens simbólicos.

 

Para 2023 devemos inaugurar o estúdio da nova sede no campus Darcy Ribeiro, e abrir pequenos estúdios em nossos polos em processo de consolidação nos campi de Ceilândia, Gama e Planaltina, o que ampliará a capacidade de produção da equipe e comunidade acadêmica. Que nas décadas futuras o audiovisual continue sendo estimulado seja como cinema, consagrando gerações de produtores que tiveram como ponto de partida a UnB, seja como recurso democratizado de múltiplo letramento ao conjunto da comunidade acadêmica da UnB.

 

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