OPINIÃO

Otávio de Tolêdo Nóbrega é professor da Universidade de Brasília, especialista em Gerontologia pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), presidente do Departamento de Gerontologia da SBGG-DF e membro do Conselho dos Direitos do Idoso do Distrito Federal (CDI/DF).

Otávio T. Nóbrega

 

Ao celebrarmos o Dia do Idoso (1º de Outubro), é importante conhecer as profissões que atuam com este público. Especialista em gerontologia, gerontólogo, tecnólogo em gerontologia e gerontologista são algumas denominações que estão nas ofertas de serviços, mas que embutem formações distintas para profissionais que vão atuar no envelhecimento.


De maneira geral, todos buscar promover uma velhice saudável, com autonomia e independência, evitando os problemas que mais impactam a vida e a saúde de idosos. No entanto, é importante saber da origem da qualificação do profissional que está sendo contratado, quer seja pela família, por empresa ou no setor público.


O título de especialista em gerontologia é concedido é concedido por sociedades técnico-científicas, a exemplo da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG)  para profissionais que são formados em nível superior, graduados em qualquer área do conhecimento. Para receber o título, o profissional precisa ser aprovado no Concurso de Título de Especialista em Gerontologia, com normas determinadas em edital próprio, sendo o exame composto por provas teórica, avaliação de experiências práticas e análise curricular.


Gerontólogo é denominação que deve ser usada exclusivamente por quem concluiu bacharelado em Gerontologia, e está apto a realizar a gestão da atenção ao envelhecimento e estuda aspectos biológicos, psicológicos e sociais da velhice. Os profissionais podem trabalhar na estrutura organizacional e gestão de unidades e serviços de saúde, em saúde suplementar (planos de saúde), em programas de assistência domiciliar, em centros de convivência, em instituições de longa permanência, em instituições de ensino superior (IES) e em organizações sociais que prestam serviços para idosos. Atualmente somente duas Universidades oferecem o curso regularmente: a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Federal de São Carlos (Ufscar), havendo outras 3 IES que tem aprovação do MEC para criação do curso, mas não ofertam vagas ainda. Trata-se de uma profissão em consolidação, que ainda não dispõe de conselho de classe, mas consta no Catálogo Brasileiro de Ocupações.


Quanto ao tecnólogo em gerontologia, trata-se de um profissional mais generalista, cuja formação se dá por cursos de curta duração, com dois anos, oferecidos quase que exclusivamente a distância. Tal como o bacharelado, os cursos de tecnologia em gerontologia podem ser cursados por pessoas com nível médio. Há atualmente IES que oferecem os cursos, e representa modalidade de graduação em Gerontologia com maior crescimento atualmente no país. Enquanto os cursos de bacharelado juntos têm cerca de 400 alunos, os de tecnologia ofertam quase 40 mil vagas em todo o país. O Projeto de Lei 9003/2017 que tramita no Congresso Nacional deverá esclarecer sobre as atribuições e competências exclusivas/privativas e concorrentes de cada uma das duas formações (bacharel e tecnólogo) que, por hora, não se encontram definidas.


Por fim, gerontologista é uma denominação que muito recentemente passou a povoar as redes sociais, mas que não tem reconhecimento oficial por nenhuma entidade governamental ou universidade, uma vez que não existem cursos registrados que confiram ou outorguem este grau de formação.


Para saber mais sobre este e outros temas de relevância em gerontologia, acompanhe as publicações do prof. Otávio Nóbrega nas redes YouTube, Instagram e Facebook da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, seção Distrito Federal (SBGG-DF).

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