OPINIÃO

 

Clayton Franco Moraes é médico. Membro Titular da Sociedade Brasileira de Urologia e da Confederação Americana de Urologia. Professor de Urologia da Universidade de Brasília. Mestre em Gerontologia (UCB). Doutor em Ciências Médicas (UnB). Possui pós-doutorado em Urologia pela Universidade de São Paulo (USP). Pesquisador principal e pesquisador colaborador em vários projetos com apoio financeiro de agências e órgãos de fomento à pesquisa (CNPq, FAPDF).

Clayton Franco Moraes

 

O Novembro Azul surgiu em forma de campanha, inspirada pelo Movember, movimento internacional que tem como objetivo arrecadar fundos para o financiamento de projetos destinados à saúde do homem. O preconceito, a vergonha e barreiras culturais ainda mantêm os homens longe dos consultórios médicos, alertam especialistas da área.


O mês de novembro foi escolhido porque dia 17 de novembro é o dia mundial de combate ao câncer de próstata. É neste mês que as entidades públicas e privadas promovem atividades para que os homens tomem consciência sobre a importância da saúde masculina, realizando consultas médicas e exames preventivos.


A incidência do câncer de próstata teve um aumento significativo com a introdução do exame de Antígeno Prostático Específico (PSA) após a década de 90, levando ao diagnóstico precoce (doença localizada) na maioria dos casos. É o segundo tipo de neoplasia mais frequente nos homens. A incidência de câncer de próstata no ano de 2020 foi de 65.840 novos casos, e o número de homens que morreram devido a doença foi 15.983, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca).


Fatores de risco

Observa-se uma relação clara entre a idade e o aumento na incidência de câncer de próstata. O risco também é elevado em famílias nas quais o ascendente teve a doença, e quanto mais precoce foi o diagnóstico maior é o risco atribuído aos descendentes. Existe, também, a relação da herança genética na etiopatogênese da doença. A incidência pode ser afetada pela raça dos indivíduos. Homens negros têm uma taxa maior em relação a homens brancos ou asiáticos.

 

Prevenção


Indivíduos de risco são os que mais podem se beneficiar da prevenção, devendo ser considerados idade, PSA, etnia, história familiar, dieta e exposição ambiental, assim como fatores genéticos no momento da orientação do paciente.
As estratégias de prevenção da doença podem ser químicas, por meio do uso de medicamentos como inibidores da 5-alfa-redutase (finasterida e dutasterida), estatinas, anti-inflamatórios e moduladores de receptores seletivos de estrógenos, ou dietética pelo uso de vitaminas, redução da ingestão de gordura e atividades físicas regulares.

 

Sintomas


A maioria dos pacientes em estágio inicial não apresentam sintomas. Portanto, a detecção precoce da doença torna-se mais difícil. Logo, a recomendação médica é a realização dos exames anualmente, pois, apesar de ser uma doença grave, o câncer da próstata tem grande probabilidade de cura se for diagnosticado precocemente.


Os sintomas mais comuns que podem surgir são:


• Dificuldade de urinar
• Sangue na urina
• Sangue no esperma
• Redução do jato urinário
• Necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite


Diagnóstico

 
O diagnóstico é feito através da história clínica, exame de sangue (PSA) e do toque retal, e deve ser feito a partir dos 50 anos por todos os homens e a partir dos 45 anos para aqueles da raça negra ou que têm história de câncer da próstata na família. No entanto, a confirmação da doença é através da biópsia da próstata e do exame histopatológico dos fragmentos retirados.

 

Clique aqui para ler o texto na íntegra.

ATENÇÃO – O conteúdo dos artigos é de responsabilidade do autor, expressa sua opinião sobre assuntos atuais e não representa a visão da Universidade de Brasília. As informações, as fotos e os textos podem ser usados e reproduzidos, integral ou parcialmente, desde que a fonte seja devidamente citada e que não haja alteração de sentido em seu conteúdo.