OPINIÃO

 

Alexandre Luiz Gonçalves de Rezende é graduado em licenciatura em Educação Física pela Universidade de Brasília (1986), especialista em Educação Física para Portadores de Deficiência pela Universidade Federal de Pernambuco (1989), mestre em Educação pela Universidade de Brasília (1992) e doutor em Ciências da Saúde pela Universidade de Brasília (2003). 

Alexandre Luiz Gonçalves de Rezende

 

Sou natural de Brasília e filho de um professor e uma servidora pública, logo, cursei o ensino fundamental nas boas escolas públicas da capital. No ensino médio, estudei no Colégio Marista de Brasília, 1979 até 1981, onde participei da equipe de atletismo com o inspirador professor Josué Benitz (que também era poeta e integrante do grupo que publicava o Navégus). E foi assim que conheci o Centro Olímpico (CO) da UnB, em uma competição escolar na incrível pista de tartan. Essa experiência nos mostra o quanto a UnB e o Centro Olímpico fazem parte da vida dos brasilienses e de nossas memórias, não apenas da comunidade acadêmica. A UnB sempre esteve aberta e em contato com a comunidade do Distrito Federal.


Também tive a oportunidade de acompanhar competições dos Jogos Escolares Brasileiros no Ginásio do CO, pois, naquela época, os jogos atraíam uma torcida disposta a apoiar os times que representavam Brasília, como também, curiosa para conhecer e interagir com as equipes de outros Estados.


Pouco tempo depois, voltei ao CO para fazer a Prova de Habilidades Específicas que era uma das exigências para o ingresso no curso de Educação Física da UnB. Nadamos na piscina olímpica, fizemos os testes de aptidão motora no ginásio e corremos na pista. A grandiosidade das instalações, pelo menos essa era a minha impressão, criavam a expectativa de estudar na UnB e, consequentemente, de ter acesso e usufruir desse espaço privilegiado.


Como estudante do curso de Educação Física, passei a vivenciar o CO todos os dias, o que na verdade somente ocorreu a partir do terceiro semestre, em 1983, pois, no início da graduação na UnB todos tinham que cursar as disciplinas básicas que eram ministradas no Instituto Central de Ciências (ICC). No horário do almoço, o parque aquático era um ponto de encontro dos estudantes de todos os cursos. Poder ficar com roupa de banho, pegar sol e nadar era um privilégio que muitos queriam desfrutar, mas, era preciso esperar o fim das atividades acadêmicas, sinalizado por uma sirene que anunciava a abertura das piscinas para o público em geral; lógico que apenas para os que tinham a carteira de usuário com o exame médico atualizado. Não era permitido entrar com bolsas, que ficavam guardadas no roupeiro, localizado na entrada dos vestiários; você deixava o material e recebia uma pulseira de borracha preta com a placa numérica que indicava onde seu material estava guardado. A saída tinha que ser “cronometrada”, pois, era preciso calcular o tempo necessário para chegar no Restaurante Universitário (na época, o RU era chamado de “bandejão”, pois, a comida era servida nos compartimentos de uma bandeja de metal, sem pratos), antes de fechar, porque senão, ficava sem almoço.


Cada dia tinha uma atividade especial. Tinha o dia da pelada de futebol, o dia da piscina, o dia da corrida no Cross Cerrado (ou até a ponte do Bragueto, nome da empresa responsável pela sua construção - Braghetto), isso porque as atividades geralmente eram combinadas em grupo. Nos finais de semana, o CO funcionava como um clube ou um parque, ou seja, era um espaço de lazer para os estudantes que enchiam os gramados. Nas rodinhas de conversa, os temas podiam variar da cultura para política, mas, convém registrar, não era momento de alienação, e sim de mobilização.


Nas instalações do CO, não existia a cobertura inicial, pois, as dependências foram construídas no subsolo, de maneira a não prejudicar a vista panorâmica do Lago Paranoá, sensibilidade artística dos arquitetos, de maneira que, a parte superior (o teto), era um ousado jardim. A única parte que se destacava do solo era o telhado do Ginásio.

 

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