OPINIÃO

 

Clayton Franco Moraes é médico. Membro Titular da Sociedade Brasileira de Urologia e da Confederação Americana de Urologia. Professor de Urologia da Universidade de Brasília. Mestre em Gerontologia (UCB). Doutor em Ciências Médicas (UnB). Possui pós-doutorado em Urologia pela Universidade de São Paulo (USP). Pesquisador principal e pesquisador colaborador em vários projetos com apoio financeiro de agências e órgãos de fomento à pesquisa (CNPq, FAPDF).

Clayton Franco Moraes

 

Em 17 de novembro, é comemorado o Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata. No ano de 2003, surgiu na Austrália um movimento cujo objetivo foi chamar a atenção para a prevenção e o diagnóstico precoce das doenças que atingem a população masculina e foi denominado Novembro Azul.

 

O câncer de próstata permanece como uma importante causa de morbidade e mortalidade no mundo. É o tipo de câncer mais comum no homem e o segundo em mortalidade. Sabe-se que quanto mais precoce o seu diagnóstico, maior a chance de cura da doença.

No Brasil, são estimados para este ano diagnosticar 65.840 novos casos.

 

Fatores de risco

 

Um dos fatores de risco é o avanço da idade. No Brasil, nove a cada dez homens diagnosticados têm mais de 55 anos. Outro é o histórico familiar. Homens cujo pai, avô ou irmão tiveram câncer de próstata antes dos 60 anos, fazem parte do grupo de risco. Várias pesquisas mostram que homens negros correm mais risco e tendem a desenvolver tumores mais agressivos. A dieta rica em carne vermelha e laticínios ricos em gorduras, o  consumo de álcool e cigarro aparecem em várias pesquisas como potenciais agentes da doença. Assim como, sobrepeso, obesidade e sedentarismo também podem contribuir para o desenvolvimento da doença.

 

Sintomas

 

A maioria dos pacientes em estágio inicial não apresentam sintomas. Portanto, a detecção precoce da doença torna-se mais difícil. Logo, a recomendação médica é a realização dos exames anualmente, pois, apesar de mortal, o câncer da próstata tem grande  probabilidade de cura se for diagnosticado precocemente.

 

Os sintomas mais comuns que podem surgir são:

 

Dificuldade de urinar

Demora em começar e terminar de urinar

Sangue na urina

Sangue no esperma

Diminuição do jato de urina

Necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite

 

Prevenção

 

As recomendações preconizadas são alimentação saudável, praticar atividade física, não fumar nem consumir bebida alcoólicas, reduzir o consumo de embutidos, carne vermelha e laticínios ricos em gordura, dar prioridade a dietas com carne branca, frutas, verduras e legumes.

 

Diagnóstico

 

O diagnóstico é feito através de exame de sangue (PSA) e do toque retal, e deve ser feito a partir dos 50 anos por todos os homens e a partir dos 45 anos para aqueles da raça negra ou que têm história de câncer da próstata na família. No entanto, a confirmação da doença é através da biópsia da próstata e do exame histopatológico dos fragmentos retirados.

 

Se o diagnóstico de câncer for confirmado pela biópsia, deve-se definir qual tratamento será instituído, o que dependerá do estágio da doença e das particularidades de cada paciente.

 

O desafio do diagnóstico exige distinguir precocemente o paciente cujo tumor tem maior potencial de agressividade, permitindo que o tratamento específico seja oportuno, necessário e com baixa taxa de morbidade, além de aumentar a expectativa de vida com qualidade.

 

Tratamentos

 

Após estabelecido o diagnóstico e o estadiamento (avaliação da extensão da doença) deve-se definir o melhor tratamento para cada caso. O tratamento com radioterapia, hormonioterapia ou cirurgia cura ou controla a maioria dos tumores localizados. Tais modalidades terapêuticas apresentam riscos de efeitos adversos mais ou menos intensos e com duração maior ou menor de acordo com cada paciente.

 

Principais efeitos adversos dos tratamentos:

 

Disfunção erétil

Incontinência urinária

Alteração da libido

 

Nos casos de tumores avançados, a quimioterapia é uma nova opção.

 

Os medicamentos quimioterápicos retardam o crescimento do tumor e reduzem os sintomas. Eles podem melhorar a sobrevida, aliviar a dor e os sintomas, reduzindo o volume dos tumores e proporcionando uma maior expectativa de vida aos pacientes.

 

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