OPINIÃO

Renísia Cristina Garcia Filice é professora adjunta Faculdade de Educação. Investigadora do Programa de Pós-Graduação em Direitos Humanos - PPGDH - Ceam/UnB e do Programa de Pós-Graduação do Mestrado Profissional - MP/FE. Coordenadora do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (Neab). Líder do Grupo de Estudos e Pesquisa em Políticas Públicas, História, Educação das Relações Raciais e de Gênero - Geppherg/FE- UnB. Email. renisiagarcia@gmail.com.

 

Andressa Marques da Silva é doutoranda em Literatura pela Universidade de Brasília (UnB). Formou-se em 2013, no Mestrado em Literatura, e anteriormente (2010), no curso de Letras Português da mesma universidade. Dedica-se ao estudo do ensino de literatura, pensando o trabalho com a escrita literária das mulheres negras  na sala de aula a partir das reflexões das pedagogias transgressoras. Atualmente, é professora de Língua Portuguesa da Secretaria de Educação do Distrito Federal. Durante sua graduação, foi bolsista do Programa Afroatitude no período em que fora coordenado pelo professor Mário Ângelo Silva.

 

Renísia Cristina Garcia Filice e Andressa Marques da Silva

 

É com profundo pesar que o Núcleo de Estudos Afro-brasileiros (NEAB/Ceam-UnB) e o Grupo de Estudos e Pesquisas em Políticas Públicas, História, Educação das Relações Raciais e Gênero (Geppherg/FE/UnB) lamentam o falecimento do professor associado do Departamento de Serviço Social da Universidade de Brasília, Mário Ângelo Silva, ocorrido no dia de hoje, 16 de março de 2020, em Brasília.

O professor Mário companheiro, altamente qualificado e sempre prestativo,  trabalhou incessantemente contra as injustiças sociais. Sua atuação acadêmica nas áreas de Psicologia Social, Saúde Pública e Políticas Sociais desenvolvendo pesquisas nos temas das Políticas de DST e Aids, Dependências Químicas e Redução de Danos, Segurança Pública; Migração e Tráfico para exploração Sexual é reconhecida em todo o Brasil.

Como coletivos da UnB comprometidos com a pesquisa e a luta antirracista no Brasil, cumpre-nos destacar nosso respeito e carinho a este profissional. Sua participação ativa em favor das cotas para negros/as e indígenas, em particular, sua atuação junto aos primeiros estudantes cotistas da Universidade de Brasília, na coordenação do Centro de Convivência Negra (CCN); seu engajamento por meio do Programa Brasil Afroatitude - idealizado pelo Programa Nacional de DST-AIDS do Ministério da Saúde em parceria com as dez primeiras universidades a implementarem as cotas raciais em seus vestibulares, merecem destaque. No CCN, Mário Ângelo coordenou a combinação de práticas de formação (pesquisa, ensino e extensão) relacionando temas como DST/HIV/AIDS, Direitos Humanos, Vulnerabilidade, Saúde, Ações Afirmativas e combate ao racismo junto aos estudantes negros e negras egressos das cotas raciais.

Mário Ângelo também coordenava, mesmo após sua aposentadoria, o trabalho no Polo de Prevenção de DST e Aids da Universidade de Brasília, criado em 2004 como projeto de extensão vinculado ao Departamento de Serviço Social. Ali, o professor Mário promoveu, junto à equipe do Polo, campanhas educativas e testagens rápidas com diagnóstico para HIV, sífilis e outras doenças sexualmente transmissíveis tendo a comunidade universitária como público alvo.

O compromisso do Professor Dr. Mário Ângelo Silva nos campos da saúde, da educação e dos direitos humanos e na luta antirracista será para sempre lembrado por docentes, técnicos,  e especialmente, por seus alunos e alunas cotistas de ontem e de hoje. Por todos/as aqueles/as que, com ele aprenderam o valor da dedicação e o amor pela  pesquisa acadêmica comprometida com o Social.

O Neab e o Geppherg prestam condolências à Mariana e Luísa, filhas do professor Mário, e a toda sua família e amigos!

Mário Ângelo Silva, presente!

 

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