OPINIÃO

Fernando Oliveira Paulino é professor e diretor da Faculdade de Comunicação da UnB. Graduado, mestre e doutor em Comunicação pela UnB com estágio na Universidade de Sevilla. Possui livros publicados, entre eles Comunicação Pública em debate: Ouvidoria e Rádio em coautoria com o professor Luiz Martins da Silva (Editora UnB), e Comunicação e Saúde (Casa das Musas).

Fernando Oliveira Paulino

 

A última quarta-feira, 20/6, foi de triste notícia para as Ciências da Comunicação dentro e fora do Brasil. José Marques de Melo faleceu em São Paulo, aos 75 anos, depois de uma vida dedicada ao ensino, à pesquisa e à extensão na área. Ele morreu em decorrência de complicações de um infarto.

 

Marques de Melo publicou 50 livros, além de coletâneas e artigos dentro e fora do Brasil, tendo fundado, estimulado ou participado de associações científicas como a Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom), a Associação Latino-americana de Investigadores em Comunicação (Alaic), a Confederação Iberoamericana de Associações Científicas e Acadêmicas de Comunicação (Confibercom) e a International Association of Media Communication Research (IAMCR).

 

Considerado pioneiro no estabelecimento de uma ligação entre a universidade e a cultura profissional, sua trajetória influenciou o reconhecimento da Comunicação como área científica e o diálogo entre as instituições de educação superior e a sociedade, conforme pode ser observado na entrevista publicada em: http://ciencianarua.net/jose-marques-de-melo-a-prima-pobre-das-ciencias-sociais/.

 

A capacidade de articulação do professor Marques de Melo favoreceu o reconhecimento do pensamento e das práticas brasileiras e latino-americanas, contribuindo com medidas ligadas à necessidade de uma maior equidade científica entre a Comunicação e outras áreas do conhecimento e entre acadêmicos de todo o mundo.

 

A relevância do professor Marques de Melo também pode ser sentida pela capacidade de estimular pessoas, práticas e procedimentos, característica demonstrada no significativo número de 94 orientações de mestrado e 45 de doutorado que apresentou ao longo da vida.

 

Nascido em Palmeira dos Índios (Alagoas), Marques de Melo era graduado em Jornalismo pela Universidade Católica de Pernambuco (1964), em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade Federal de Pernambuco (1965), e contava com doutorado e livre-docência em Ciências da Comunicação – Jornalismo pela Universidade de São Paulo (1973). Foi o primeiro doutor titulado em Jornalismo por uma universidade brasileira.

 

Na USP, foi um dos fundadores da Escola de Comunicações e Artes e atuou como docente até 1993. Depois de sua aposentadoria na USP, foi professor titular da Universidade Metodista de São Paulo, onde trabalhou como diretor da Cátedra Unesco de Comunicação.

 

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