OPINIÃO

Márcia Abrahão Moura é reitora da Universidade de Brasília


Olgamir Amancia é decana de Extensão da UnB

Márcia Abrahão e Olgamir Amancia


O norte-americano Carl Sagan, famoso por seus achados na área de astrofísica e por ser um grande divulgador da ciência em nível global, tem uma frase inspiradora sobre o trabalho dos cientistas: “Em algum lugar, alguma coisa incrível está esperando para ser descoberta”.

 

Pode parecer exagerado encarar o ofício dessa maneira, mas não é. Qualquer um que se proponha a fazer uma pesquisa – na escola, na graduação, no mestrado, no doutorado, durante a carreira docente ou no seu cotidiano – está fazendo ciência. Está contribuindo para que se suba mais um pouquinho a escada do conhecimento, a grande engrenagem que move a sociedade moderna.

 

Somente na Universidade de Brasília (UnB), foram defendidas 2.488 teses e dissertações no ano passado. E cerca de 3.500 projetos de pesquisa em andamento, muitos em parceria com outras instituições brasileiras, e inúmeros projetos de extensão.

 

Valorizar o trabalho dos pesquisadores, professores, estudantes e técnicos envolvidos nessas iniciativas é importantíssimo, especialmente no atual momento que vivemos, com cortes no orçamento para a ciência e para a educação e até estagnação do investimento nessas áreas.

 

O orçamento do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) para este ano está 50% menor do que em 2010 (em valores corrigidos). A situação é tão dramática que levou ganhadores do Prêmio Nobel a escreverem uma carta ao presidente Michel Temer.

 

A tão urgente valorização não vem, contudo, sem a divulgação do que é feito pelos pesquisadores. Se a sociedade não conhece o trabalho dos cientistas e das universidades públicas – locais que abrigam a maioria dos estudos realizados no Brasil –, fica difícil dar uma dimensão do quanto se perde ao não priorizar a educação e a ciência.

 

É por isso que a Semana Universitária – o maior evento do calendário da UnB – é tão importante. A Semana, realizada entre os dias 23 e 27 de outubro, traduz o espírito da extensão – que, juntamente ao ensino e à pesquisa, compõe o tripé de sustentação da Universidade.

 

O evento prevê a realização de mais de 400 atividades gratuitas, incluindo cursos, palestras, exposições, esportes, visitas aos museus da UnB e aos campi. A programação completa está disponível aqui.

 

Este ano, o tema da Semana é Ciência, Ousadia e Integração Social, em uma proposta que procura justamente refletir o essencial diálogo entre a universidade e a sociedade. É a grande oportunidade que a comunidade do Distrito Federal tem de conhecer e efetivamente se apropriar da UnB.

 

Na quarta-feira (25), está programado o Dia C da Ciência, uma mobilização nacional de diversas instituições brasileiras para chamar a atenção para a grave situação da pesquisa e da educação no país. A Universidade participará ativamente dessas ações e espera que toda a sociedade se envolva nas iniciativas.

 

A UnB pertence ao DF e ao Brasil e convida toda a comunidade para conhecer seus projetos, cursos, atividades de ensino, pesquisa, extensão e inovação. Somente juntos poderemos fortalecer a educação e o saber científico, alguns dos mais preciosos ativos que uma nação pode ter.

 

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Publicado originalmente no Metrópoles em 20/10/2017.