OPINIÃO

Márcia Abrahão Moura é reitora da Universidade de Brasília e professora do Instituto de Geociências. Doutora em Geologia pela UnB.

Márcia Abrahão Moura

 

Se há um lugar no mundo que dá um contundente testemunho da importância da vida e da obra de Darcy Ribeiro, esse lugar é a Universidade de Brasília. Nascida a partir dos ideais do antropólogo e do planejamento pedagógico de Anísio Teixeira, a UnB é a expressão de um projeto educador ousado e ainda desafiador, que busca formar profissionais de maneira multidisciplinar, com foco na transformação e na busca de soluções para os problemas da sociedade brasileira.


Para essa missão, Darcy criou uma estrutura inédita para a época, início dos anos 1960. Na nova universidade idealizada por ele, os estudantes teriam acesso ao conhecimento fundamental em institutos e, nas faculdades, a oportunidade de aperfeiçoar habilidades práticas. Tudo isso em meio a edifícios projetados pelo arquiteto Oscar Niemeyer, outro visionário de seu tempo.

 

Não bastasse a ousadia desse projeto, Darcy atuou fortemente para viabilizá-lo. Ele, que era um hábil negociador, conseguiu convencer não apenas seus pares intelectuais sobre a importância da criação de uma universidade na Capital, mas também a elite política da época - inclusive parlamentares de diferentes matizes políticos, entre entusiastas e aqueles originalmente resistentes à ideia.

 

Deu certo e, hoje, a universidade celebra e procura fazer valer todo esse legado. No campus que leva o nome do antropólogo, abrigamos a "casa" de Darcy, o Beijódromo, onde o acervo dele está disponível ao público interessado. Na Asa Norte e nos campi de Planaltina, Ceilândia e Gama, trabalhamos em busca da excelência acadêmica, integrando o ensino, a pesquisa e a extensão, outro ideal do fundador da UnB.

 

Em abril próximo, comemoramos os 55 anos da universidade com o espírito inquieto que guiou a construção da instituição na Capital. Queremos, cada vez mais, que a nossa UnB seja palco dos debates relevantes para a sociedade, que auxilie na construção dos saberes, como motor da transformação social. Que possamos honrar os ideais de Darcy, provocando as mudanças que ele vislumbrou, ainda tão necessárias em nosso mundo.

 

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Publicado originalmente no Correio Braziliense em 17/02/2017

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